Atualidades são os assuntos que estão em evidência nos últimos tempos, seja no Brasil, seja no exterior. É muito comum que vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cobrem de seus participantes conhecimentos específicos sobre assuntos e acontecimentos atuais. Em virtude disso e para facilitar seus estudos, o Vestibular Brasil Escola criou um canal específico para abordar assuntos relacionados à atualidade.
Conhecer as atualidades é importante para que você consiga um bom desempenho no Enem e em outros vestibulares, aumentando sua possibilidade de acertos e contribuindo para melhorar sua redação. Além disso, ampliarmos o conhecimento sobre a atualidade é útil para nossa formação enquanto cidadãos, contribuindo para o desenvolvimento de nossa capacidade crítica.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que abordaremos na seção de Atualidades?
- 2 - Por que é importante estudar atualidades?
- 3 - Atualidades no Enem
O que abordaremos na seção de Atualidades?
Na seção de Atualidades, será publicado, mensalmente, um texto resumindo os principais acontecimentos do mês, tanto no Brasil como no mundo. Além disso, eventualmente, serão publicados textos específicos abordando assuntos que estejam em evidência ou que sejam relevantes para os alunos e demais pessoas. Por isso, fique de olho na nossa seção!
Por que é importante estudar atualidades?
O estudo das atualidades é muito importante para que você garanta um bom desempenho nas provas de humanas, tanto no Enem como em outros vestibulares. Além das questões de múltipla escolha, é importante considerar que as provas, geralmente, cobram temas atuais em suas propostas de redação.
A importância de estudar atualidades, no entanto, não se resume à realização de uma prova. É interessante considerar que, enquanto cidadãos, nós precisamos estar bem informados a respeito dos fatos para, assim, mantermos nosso pensamento crítico e nossa capacidade de interpretação alta. Isso é papel de todo cidadão: informar-se, debater sobre os acontecimentos e posicionar-se a respeito daquilo que acontece.
Por isso que, além de estudar e acompanhar os principais acontecimentos do Brasil e do mundo, é importante também discuti-los com amigos e pessoas próximas. Assim, você poderá agregar novas perspectivas e análises ao conhecimento já adquirido.
Atualidades no Enem
Para você entender melhor como assuntos atuais são usados no Enem, abaixo estão alguns exemplos extraídos de provas anteriores.
→ Exemplo 1 – Questão retirada da prova do Enem de 2022
Colegas, na mente e no coração do povo, a Crimeia sempre foi uma porção inseparável da Rússia. Essa firme convicção se baseia na verdade e na justiça e foi passada de geração em geração, ao longo do tempo, sob quaisquer circunstâncias, apesar de todas as drásticas mudanças que nosso país atravessou durante todo o século XX.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 jul. 2014.
Considerando a dinâmica geopolítica subjacente ao texto, a justificativa utilizada por Vladimir Putin, em 2014, para anexação dessa península apela para o argumento de que
A) as populações com idioma comum devem estar submetidas à mesma autoridade estatal.
B) o imperialismo soviético havia se acomodado às pretensões das potências vizinhas.
C) os organismos transnacionais são incapazes de solucionar disputas territoriais.
D) a integração regional supõe a livre circulação de pessoas e mercadorias.
E) a expulsão das forças navais ocidentais garantiria a soberania nacional.
Resolução e comentário:
Alternativa A
Essa questão da prova de 2022 trouxe um tema que estava muito em evidência naquele ano e que deve permanecer no exame por alguns anos ainda. O tema em questão é a rivalidade entre Ucrânia e Rússia, que levou à guerra entre os dois países, iniciada em fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou um ataque contra seu país vizinho, a Ucrânia.
As tensões entre Rússia e Ucrânia são antigas e remetem, no curto prazo, a 2013, quando o presidente ucraniano Viktor Yanukovich foi deposto por uma série de protestos populares. A derrubada de Yanukovich se deu porque a população ficou insatisfeita quando o presidente interrompeu uma aproximação da Ucrânia com a União Europeia.
Essa aproximação da Ucrânia com o Ocidente não era bem-vista pela Rússia, que pressionou o governo ucraniano para que as negociações se encerrassem. A derrubada do presidente ucraniano e a tensão entre os dois países fizeram com que Vladimir Putin, presidente russo, autorizasse a invasão da Crimeia, uma península que pertencia à Ucrânia, embora tivesse uma enorme população etnicamente russa.
Além disso, a região de Donbass, no leste da Ucrânia, se rebelou, declarando sua separação do território ucraniano, dando início a uma guerra civil em 2014. A rebelião foi secretamente apoiada por Putin, no que foi entendido como uma ação desse presidente para futuramente anexar a região ao território russo.
A situação entre os dois países seguiu delicada, e, quando o governo ucraniano, sob a presidência de Volodimir Zelensky, decidiu que a Ucrânia aderiria à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a tensão aumentou exponencialmente. A retórica do governo russo se tornou mais agressiva, questionando até a legitimidade histórica do povo ucraniano.
O conflito se iniciou em fevereiro de 2023 e segue em curso, sendo o causador de, aproximadamente, 15 mil mortes. A Guerra entre Rússia e Ucrânia segue como um assunto de grande repercussão e que influencia o nosso país de diversas maneiras, seja nas relações diplomáticas, seja no comércio exterior.
No que se refere ao tema, o discurso de Putin procura dar alguma legitimidade étnica e histórica à invasão da Crimeia — explicação rechaçada veementemente pela comunidade internacional. Sendo assim, a alternativa que melhor se encaixa e que responde corretamente a questão é a alternativa A.
→ Exemplo 2 – Questão retirada da prova do Enem de 2017
Palestinos agruparam-se em frente a aparelhos de televisão e telas montadas ao ar livre em Ramalah, na Cisjordânia, para acompanhar o voto da resolução que pedia o reconhecimento da chamada Palestina como um Estado observador não membro da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo era esperar pelo nascimento, ao menos formal, de um Estado palestino. Depois da aprovação da resolução, centenas de pessoas foram à praça da cidade com bandeiras palestinas, soltaram fogos de artifício, fizeram buzinaço e dançaram pelas ruas. Aprovada com 138 votos dos 193 da Assembleia Geral, a resolução eleva o status do Estado palestino perante a organização.
Palestinos comemoram elevação de status na ONU com bandeiras e fogos. Disponível em: http://folha.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado).
A mencionada resolução da ONU referendou:
A) a delimitação institucional das fronteiras territoriais.
B) o aumento da qualidade de vida da população local.
C) a implementação do tratado de paz com os israelenses.
D) o apoio da comunidade internacional à demanda nacional.
E) a equiparação da condição política com a dos demais países.
Resolução e comentário:
Alternativa D
Essa questão, retirada da prova de 2017, faz menção ao conflito entre palestinos e israelenses. Esse é um assunto importante dentro do campo das atualidades, pois traz, frequentemente, novos desdobramentos em virtude da relação complexa e hostil existente entre palestinos e israelenses. Em 2023, por exemplo, inúmeros ataques israelenses contra locais habitados por palestinos aconteceram.
Os ataques e os bombardeios de Israel contra Gaza e outras regiões habitadas por palestinos são comuns, e muitas comunidades palestinas na Cisjordânia são alvos de ataques (pogrom) que buscam eliminar a população desses locais para permitir o estabelecimento de colonos israelenses. Muitos cientistas políticos classificam as ações de Israel contra palestinos como um regime de apartheid.
No caso da questão citada, o assunto abordado foi o reconhecimento dado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Estado palestino como observador não membro da ONU. Esse fato foi considerado muito importante, pois os palestinos acreditavam que a decisão era um passo no caminho do reconhecimento internacional da Palestina como nação.
A resposta correta é a alternativa D, que faz menção ao fato de que a decisão transparecia o apoio da comunidade internacional (138 votos a favor e 9 votos contra) à demanda nacional de os palestinos tornarem-se observadores da ONU. Saber a respeito da criação do Estado de Israel é muito importante para entender a questão que existe entre palestinos e israelenses.
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→ Exemplo 3 – Proposta de redação da prova do Enem de 2022
A relação com as questões da atualidade também ocorre nas propostas de redação. Um exemplo ocorreu na prova de 2022, que teve o seguinte tema: “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
Comentário:
A prova questionava os desafios que existem acerca da valorização dos povos tradicionais de nosso país. Esse também é um assunto regular na mídia brasileira, uma vez que a luta dos indígenas pelo reconhecimento de suas terras acontece todos os dias. Isso porque os povos tradicionais lutam pela demarcação de suas terras — um direito constitucional que não é respeitado —, além de lutarem pela preservação do meio ambiente e contra o avanço indiscriminado do agronegócio, que contribui para a degradação da fauna e flora de nosso país.
Os debates envolvendo os povos indígenas de nosso país geraram, por exemplo, no ano de 2023, uma enorme repercussão em torno do projeto de lei conhecido como Marco Temporal, uma tese que determina que os povos indígenas só têm direito às terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, quando a Constituição Federal foi promulgada. Esse projeto gerou inúmeros protestos de indígenas e de grupos defensores dos direitos desses povos.
Fontes
INEP. Exame Nacional do Ensino Médio 2017. Inep, 2017. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2017/2017_PV_impresso_D1_CD1.pdf.
INEP. Exame Nacional do Ensino Médio 2021. Inep, 2021. Disponível em: https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2021_PV_impresso_D1_CD1.pdf.
INEP. Exame Nacional do Ensino Médio 2022. Inep, 2021. Disponível em: https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2022_PV_impresso_D1_CD1.pdf.
Por Daniel Neves Silva
Professor de História
