Março foi um mês agitado no Brasil e no Mundo, inclusive com reviravoltas no órgão responsável pela aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Inep. Para ficar por dentro do que foi notícia e se preparar para o Enem e vestibulares, acompanhe o Atualidades.
Você pode conferir a cobertura completa dos assuntos listados clicando nos links em negrito. As notícias citadas são de sites como Agência Brasil, UOL, BBC e Folha de São Paulo.
Tópicos deste artigo
- 1 - Atentados a tiros – Brasil e Mundo
- 2 - Atentado em escola de Suzano/SP
- 3 - Atentados pelo Mundo
- 4 - Atualidades - Brasil
- 5 - Assassinos de Marielle
- 6 - Conteúdo sexual em rede social de Bolsonaro
- 7 - Bolsonaro visita Trump
- 8 - Prisão de Michel Temer
- 9 - Demissões e polêmicas no MEC
- 10 - Bolsonaro e a comemoração da Ditadura Militar
- 11 - Chuvas em São Paulo
- 12 - Mundo
- 13 - Ciclone em Moçambique
- 14 - Cruzeiro à deriva
Atentados a tiros – Brasil e Mundo
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Atentado em escola de Suzano/SP
Atiradores invadiram a Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, disparando contra estudantes e funcionários que estavam no local. O atentado foi na manhã de 13 de março e resultou em 10 mortes, incluindo os responsáveis pelo ataque.
Guilherme Taucci, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, usaram arma de fogo e também atingiram estudantes com golpes de machadinha. Guilherme foi considerado o mentor do atentado, em conjunto com um terceiro menor apreendido pela polícia, jovens que treinaram tiros com armas de airsoft e disparos de arco e flecha em um estande, cinco dias antes do crime.
As vítimas fatais foram cinco estudantes da escola, duas funcionárias e os próprios assassinos, além de registros de outras pessoas feridas. Antes de irem à escola, os assassinos também mataram o tio de Guilherme, que trabalhava em uma oficina. A ação de professores e merendeiras do colégio evitou que o atentado fosse maior, já que formaram barricadas e tomaram outras atitudes para salvar alunos no momento da tragédia.
Saiba a diferença entre posse e porte de armas
O atentado em Suzano levantou novamente a discussão sobre o acesso às armas de fogo. Em fevereiro, Bolsonaro flexibilizou regras do Estatuto do Desarmamento para facilitar a compra e o registro de armamento e munição no Brasil, atendendo ao que foi um dos principais pontos de sua campanha presidencial. No entanto, o porte (autorização para andar e utilizar a arma) não foi liberada no decreto.
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Atentados pelo Mundo
Os noticiários foram marcados por atentados por arma de fogo em março. Além do ataque na escola de Suzano/SP, outros casos chamaram a atenção em diferentes locais do mundo.
Em 15 de março, duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, foram alvo de atentados, totalizando 50 mortos. O atirador australiano Brenton Tarriton transmitiu o ataque em suas redes sociais, durante 17 minutos, e publicou um manifesto supremacista. A primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, anunciou, em 25 de março, a criação de uma comissão de investigação sobre o caso, verificando também a situação do Serviço de Inteligência e Segurança da Nova Zelândia (NZSIS).
Em 18 de março, um homem atirou contra passageiros de um bonde elétrico no centro de Utrecht, na Holanda, deixando três pessoas mortas e cinco feridas. O responsável pelo ataque foi o turco Gokmen Tanis, preso no mesmo dia do atentado, o qual foi atribuído ao terrorismo. A investigação identificou que não o agressor não tinha nenhuma ligação com as vítimas e o objetivo da promotoria é saber se houve mais alguma motivação para os disparos.
Atualidades - Brasil
Assassinos de Marielle
No dia 12 de março, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista, Anderson Gomes. O policial reformado Ronnie Lessa é apontado como o atirador, enquanto o ex-PM Élvio Vieira de Queiroz estaria dirigindo o carro usado no duplo homicídio. A prisão foi feita dois dias antes do assassinato completar um ano.
Ronnie Lessa morava em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, o mesmo do presidente Jair Bolsonaro. Na casa de um amigo de Lessa, a Polícia encontrou 117 fuzis para montagem. O Conselho de Controle de Atividades Financeiros (Coaf) também encontrou um depósito de R$ 100 mil na conta de Lessa, dias depois do atentado contra Marielle.
Lessa e Queiroz foram transferidos para o presídio federal de segurança máxima no Rio Grande do Norte. Apesar da prisão, ainda não se sabe quem mandou matar Marielle Franco. A maior suspeita recai sobre milícias, como mostra reportagem da Revista Piauí.
Conteúdo sexual em rede social de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo com conteúdo sexual e escatológico em sua conta do Twitter, em 5 de março, ligando a publicação ao que considerou como retrato do Carnaval brasileiro com a seguinte opinião “É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”.
A publicação e a relação que o presidente fez de um ato isolado com o Carnaval foram fatos que geraram diferentes reações nas redes sociais. Grande parte da população pediu o impeachment de Bolsonaro pela exposição do conteúdo em uma rede oficial, enquanto apoiadores defenderam a postura de Jair.
Bolsonaro visita Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em 19 de março. O encontro realizado na Casa Branca teve como temas questões ligadas à Venezuela e ao comércio, como a entrada brasileira na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Antes da viagem, Bolsonaro já tinha tomado medidas favoráveis aos Estados Unidos. Turistas norte-americanos foram isentos de visto para entrar no Brasil (o mesmo vale para Canadá, Austrália e Japão). Outra concessão foi a liberação para o uso da Base de Alcântara, no Maranhão, para que os EUA façam lançamentos espaciais.
Prisão de Michel Temer
O ex-presidente Michel Temer foi preso na Operação Lava Jato do Rio Janeiro, na manhã do dia 21 de março. Temer é acusado de receber R$ 1,1 milhão de propina em um contrato da Eletronuclear, responsável pela construção da usina Angra 3.
O juiz Marcelo Bretas ordenou a prisão de 10 pessoas nesta fase da Operação. Entre os presos estiveram o ex-ministro Moreira Franco e o coronel da Polícia Militar e amigo de Temer, João Baptista Lima Filho – o coronel Lima. A alegação para a prisão era de que, em liberdade, as ligações e contatos dos envolvidos poderiam atrapalhar as investigações.
Em sua denúncia, o Ministério Público Federal (MPF) alegou que a organização criminosa chefiada por Temer teria movimentado mais de R$ 1,8 milhão de propina (paga e recebida) com envolvimento de estatais como Eletronuclear, Petrobras, Caixa, além da Câmara dos Deputados e outras instituições públicas.
Temer foi solto em 25 de março, com Habeas Corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Moreira Franco e coronel Lima também foram soltos, além de outros cinco envolvidos.
Demissões e polêmicas no MEC
Os primeiros meses do Ministério da Educação (MEC) sob comando do ministro Ricardo Vélez Rodríguez estão sendo marcados por demissões em sua equipe, instabilidade, além de idas e vindas em tomadas de decisões. Entre as baixas do mês de março estiveram o presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues; Tania Leme de Almeida, secretária de Educação Básica; Luiz Antônio Tozi, secretário-executivo; Iolene Lima, secretária-executiva escolhida para o lugar de Tozi; Ricardo Roquetti, assessor.
O Inep suspendeu a avaliação da alfabetização para este ano, transferindo a análise para 2021. A decisão pegou de surpresa a secretária de Educação Básica, Tania Leme de Almeida, que pediu demissão após alegar que não foi consultada sobre a medida. No dia seguinte, Vélez revogou a portaria e manteve a avaliação para 2019, além de alegar desconhecimento prévio da suspensão, fato que resultou na demissão do presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues.
Ainda no Inep, uma comissão inédita foi nomeada para analisar questões do Banco Nacional de Itens do Enem. A medida foi vista por educadores como censura. No entanto, como o presidente do Inep foi demitido, não se sabe se a comissão vai, de fato, funcionar.
A cronologia dos acontecimentos do MEC pode ser vista nesta matéria da Folha de São Paulo.
Bolsonaro e a comemoração da Ditadura Militar
No início da última semana, Jair Bolsonaro pediu ao Ministério da Defesa (repassando aos quarteis) que o aniversário de 55 anos do Golpe Militar fosse comemorado em 31 de março. A celebração da data foi suspensa em 2011 por Dilma Roussef, ex-presidente que foi torturada durante a ditadura.
A declaração de Bolsonaro gerou diferentes reações e culminaram na hashtag #DitaduraNuncaMais, termo que deixou o assunto entre os temas mais comentados do Twitter.
Em 28 de março, Bolsonaro mudou seu discurso e suavizou a declaração, afirmando que o intuito é “rememorar” a data, vendo o que deu certo e o foi errado, usando isso a favor do Brasil, no futuro.
No entanto, um vídeo comemorando o início da Ditadura Militar foi divulgado no último domingo, 31 de março, por meio do Whatsapp oficial do Palácio do Planalto. O material não teve a autoria revelada, mas o Palácio confirmou que o número utilizado par a distribuição pertence à Secretaria de Comunicação da Presidência.
Chuvas em São Paulo
Temporais mataram 13 pessoas na capital paulista entre os dias 10 e 11 de março. Se somadas todas as mortes decorrentes das chuvas destes três primeiros meses, o número do estado de São Paulo é de 31 vítimas fatais.
Gastos com prevenção de enchentes e obras de drenagem foram 41% abaixo dos R$ 5,3 bilhões dos orçamentos feitos pela prefeitura de São Paulo e governo estadual.
Mundo
Ciclone em Moçambique
O Ciclone Idai atingiu Moçambique em 14 de março com mais de 170 km/h. Por sua agressividade, Zimbábue e Malaui também foram afetados, o que resultou em mais de 700 mortos, contagem que pode aumentar conforme as buscas.
O Ciclone Idai foi o pior desastre a atingir o continente africano nas duas últimas décadas. Por conta das condições precárias em que as cidades se encontram, faltando água potável e meios de higiene, os casos de cólera, tifo e malária estão crescendo.
Cruzeiro à deriva
Um navio de luxo utilizado em um cruzeiro pela Noruega ficou à deriva por falha no motor. Com ondas fortes e muito vento, o resgate de cerca de 1,3 mil pessoas foi delicado. A embarcação estava a 370 km da capital Oslo e transportava, em sua maior parte, turistas dos Estados Unidos e do Reino Unido.