Fevereiro é o menor mês do ano, mas nem por isso o menos agitado. Guerra da Rússia contra a Ucrânia após meses de ameaça, chuvas em Petrópolis/RJ que causaram mais de 230 mortes estão entre os assuntos que foram notícia.
Acompanhe o Atualidades do Brasil Escola para um resumo do que rolou de mais importante em fevereiro e que pode cair de alguma forma em vestibulares e no Enem. Para ler as notícias e reportagens completas, basta clicar nos links em negrito para ser redirecionado para o UOL, Agência Brasil, Portal Gov.br e outros.
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Mundo
Guerra Rússia X Ucrânia
Após quatro meses de crises com o ocidente, a Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro. A justificativa de Vladimir Putin para a invasão foi de apoio para as autoproclamadas repúblicas Donetsk e Lugansk, negando ocupar território. Já a Ucrânia, desde o início dos ataques, falou em ampla ocupação territorial, o que corrobora com o discurso ocidental.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
No entanto, a invasão russa não ficou somente nas regiões dos conflitos separatistas e seguiu para a capital Kiev e outras cidades ucranianas com maior população. Em Kiev, um avião foi abatido e caiu sobre um conjunto residencial, uma torre de TV foi bombardeada deixando mortos e feridos, além de bombardeios em diferentes pontos.
A Ucrânia rompeu oficialmente as relações diplomáticas com a Rússia, fechou seu espaço aéreo e decretou Lei Marcial. Quando se adota a legislação marcial o território deixa de seguir o regimento civil e passa a adotar as leis militares, alterando o funcionamento de um país.
Aproveitando a Lei Marcial, o governo ucraniano proibiu que homens de 18 a 60 anos deixem o país. O presidente Volodymyr Zelensky convocou a população para lutar, garantindo armas para os interessados em defender a Ucrânia. As pessoas também foram orientadas a fabricar coquetel Molotov como defesa.
Segundo especialistas, a invasão russa é a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Filas de carros foram registradas na saída de Kiev, na Ucrânia, já nas primeiras horas da quinta-feira (24), cena que se repetiu nos dias seguintes. Muitas pessoas optaram por fugir a pé para países vizinhos como Romênia e Polônia, mas outras nações também recebem os refugiados dos conflitos.
De acordo com a agência da Organização das Nações Unidos para Refugiados (Acnur), mais de 660 mil pessoas deixaram a Ucrânia até 1º de março por causa da guerra. A ONU teme que os conflitos gerem a maior onda de refugiados da Europa no século XXI. A estimativa é de que 12 milhões de cidadãos em território ucraniano precisarão de ajuda, enquanto cerca de 4 milhões podem precisar de auxílio nos países vizinhos nos próximos meses.
Internacionalmente, a Rússia tem sofrido sanções econômicas e políticas por conta da guerra. Os reflexos já podem ser sentidos pela população russa na desvalorização da moeda, impossibilidade de utilização de serviços de pagamento digital ou cartão de crédito. A busca intensa por dinheiro em espécie tem desabastecido os caixas eletrônicos do país.
A guerra completou uma semana nesta quarta-feira, 2 de março. Durante a madrugada, ataques russos destruíram parcialmente uma estação de polícia em Kharkhiv, segunda maior cidade da Ucrânia. Houve também invasão por paraquedistas russos que tentaram tomar o local.
Cura do HIV com transplante de células-tronco
Uma paciente com leucemia, residente nos Estados Unidos, se tornou a primeira mulher (e a terceira pessoa) a ser curada do HIV após receber um transplante de células-tronco de um doador naturalmente resistente ao vírus causador da Aids. O caso foi revelado pelos médicos em 15 de fevereiro.
O caso da paciente foi divulgado na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Denver e também é o primeiro a envolver sangue de cordão umbilical. A nova abordagem pode tornar o tratamento disponível para mais pessoas.
Brasil
Chuvas causam tragédia em Petrópolis
Petrópolis teve a maior tragédia de sua história causada por chuvas intensas que caíram na cidade em 15 de fevereiro. O desastre superou o número de vítimas das chuvas de 1988 e 2011, chegando a 231 mortos e com cinco pessoas ainda desaparecidas. Com seu nível de chuvas registrado desde 1932, a Defesa Civil reconheceu que a cidade foi atingida pela maior tempestade de todos os tempos e, em três horas, choveu mais que o previsto para todo o mês de fevereiro.
As chuvas intensas causaram deslizamentos em morros e encostas, quedas de casas, sobrados e pequenos prédios, além de abalar a estrutura de outros maiores; pessoas morreram soterradas em suas próprias residências ou em seus carros, enquanto outras foram arrastadas para fora dos imóveis pela força da água.
A enxurrada foi tão forte que arrastou diversos veículos e deixando-os sem rumo, mas a imagem mais impactante veiculada foi a de dois ônibus do transporte coletivo, repleto de passageiros, que foi levado pela água e acabou afundando. Algumas pessoas foram resgatadas de forma improvisada, mas a enxurrada foi mais forte e levou os veículos para dentro do rio que corta a cidade, o que resultou na morte de vários ocupantes.
=> Histórico de tragédias por temporais
Em 1988, Petrópolis também foi atingida por um temporal. A tragédia, até então a pior registrada no município, teve 134 mortos.
Já em 2011, a cidade registrou 73 vítimas fatais, mas somando com as demais localidades da região serrana do Rio de Janeiro, o número final foi de 918 óbitos, o que deu ao episódio o título de maior catástrofe climática do país, segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPETC).
=> Reconstrução
O governo estadual do Rio de Janeiro autorizou obras emergenciais em cinco áreas prioritárias em Petrópolis: rua Teresa (polo de comércio da cidade, com foco no mercado têxtil); rodovia Washington Luiz; praça Conde D'eu e rua 24 de maio. Haverá, ainda, recuperação do Túnel Extravasor do Palatinado, que teve sua galeria rompida e gerou a interdição parcial de algumas vias.
A crítica de especialistas em climatologia e de outros setores é a falta de ação do poder público para a garantia de moradias sociais dignas, em regiões seguras, para evitar o grande número de mortes. Petrópolis abriga em seus morros moradores que não têm condições de morar em outras áreas, o que foi intensificado pelo crescimento populacional.
Homem negro morre após ser confundido com bandido
Pouco mais de uma semana após a morte do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca, o Rio de Janeiro foi palco de mais um assassinato a um homem negro. Durval Teófilo Filho, de 38 anos, foi morto por seu vizinho, o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, que alegou ter confundido a vítima com um bandido.
Aurélio foi preso em flagrante ao levar a vítima ao hospital. Aos policiais, o sargento da Marinha disse que estava em frente à sua casa quando viu um homem se aproximando muito rápido e então deu três tiros em Durval. O indiciamento da Polícia Civil tratou o caso como homicídio culposo, ou seja, quando considera-se que o autor do crime não teve a intenção de matar. Após pedido do Ministério Público (MP), a Justiça alterou a tipificação do crime para doloso, considerando que houve sim intenção em matar a vítima ao efetuar os disparos.
Novo documento de identidade no Brasil
Em 23 de fevereiro, o governo federal anunciou um novo modelo de carteira de identidade que unificará o documento em todas as unidades de federação (estados e Distrito Federal) por meio do número do CPF.
Os institutos de identificação terão até março de 2023 para que possam se tornar aptos a confeccionar o novo modelo de documento de identidade. O atual RG valerá por ainda por 10 anos para quem tem até 60 anos de idade, passando a ter prazo de validade indeterminado após tal faixa etária.
A emissão do novo documento será gratuita. De acordo com o governo, o objetivo é facilitar a vida da população e coibir fraudes. A identidade terá apenas um número, o do CPF, além de um QR code que permitirá a verificação da autenticidade.
Consulta pública sobre privatização dos Correios
O governo federal abriu no dia 25 de fevereiro a consulta pública sobre a privatização dos Correios. Pesquisa ficará disponível por 45 dias e uma audiência pública está marcada para 24 de março, mas o edital de venda só poderá ser publicado se o projeto de privatização for aprovado pelo Senado, sem mudanças.
A consulta e audiência pública são partes obrigatórias para processos de privatização. Elas antecedem a análise do Tribunal de Contas da União (TCU). O projeto para privatizar os Correios foi aprovado pela Câmara em agosto de 2021, mas até o momento não seguiu no Senado, apesar de ser prioridade para o Governo.
Saiba tudo sobre a privatização dos Correios
O projeto de Lei autoriza a venda da estatal, determina que a nova empresa se chame Correios do Brasil e altera a função da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão que passará a se chamar Agência Nacional de Telecomunicações e Serviços Postais. Entre suas responsabilidades, a nova agência terá que regular os serviços postais.
Covid-19
Anvisa aprova autotestes
A aprovação dos autotestes para detecção de Covid-19 começou em 17 de fevereiro, com a autorização para o primeiro fabricante. No dia 23 seguinte, outra empresa obteve o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já em 24 de fevereiro, a Anvisa aprovou mais dois novos autotestes, aprovação que trouxe o primeiro que pode ser realizado por meio da saliva.
Os autotestes são avaliados em critérios como segurança, usabilidade, desempenho e atendimento aos requisitos legais. O objetivo da venda para o consumidor comum é permitir uma triagem para evitar a superlotação em unidades de saúde.
Anvisa aprova remédio para prevenir a Covid-19
A Anvisa anunciou em 24 de fevereiro a aprovação do uso emergencial do medicamento Evusheld®️ (cilgavimabe + tixagevimabe) como medida de profilaxia (prevenção) da Covid-19. A agência ressalta que a liberação do medicamento não substitui a vacina.
A medicação é voltada para profilaxia antes da exposição à Covid-19, adultos e crianças (com 12 anos ou mais, pesando pelo menos 40 kg), que não tenham sido expostos ao coronavírus recentemente e que possuam comprometimento imunológico moderado a grave devido a uma condição médica e/ou ao recebimento de medicamentos ou tratamentos imunossupressores e que possam não apresentar uma resposta imunológica adequada à vacinação contra a Covid-19.
O medicamento não será utilizado para o tratamento de infectados com a Covid-19 ou em profilaxia pós-Covid. A medicação é composta por dois fracos, para aplicação intramuscular.