100 anos da Semana de Arte Moderna

Artistas reuniram-se em fevereiro de 1922 e um evento que gerou uma renovação intelectual e artística no Brasil.
Por Adriano Lesme

Theatro Municipal de São Paulo recebeu a Semana de Arte Moderna
Theatro Municipal de São Paulo recebeu a Semana de Arte Moderna
Crédito da Imagem: Vinicius Bacarin / shutterstock
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Este mês a Semana de Arte Moderna, que ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, completa 100 anos. O centenário deve ser lembrado em provas de vestibulares e Enem e, por isso, o Atualidades vai trazer um resumo do evento e sua importância para a arte no Brasil.

A Semana de Arte Moderna é considerada o marco oficial do Modernismo no Brasil. Ela foi realizada no Theatro Municipal de São Paulo e reuniu artistas de diversas áreas, como pintores, escritores, músicos e escultores, para expor suas artes com forte influência das vanguardas europeias.

Apesar dessa influência, os artistas brasileiros possuíam um desejo de autenticidade. Os modernistas estavam dispostos a não mais imitar as artes francesas, italianas e portuguesas, com o propósito de construir um perfil cultural norteador da identidade nacional e, assim, atualizar a arte brasileira. 

Nomes

Entre os nomes que estiveram presentes na Semana de Arte Moderna estão Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Di Cavalcanti. Eles uniam-se pelo sentimento incômodo de estagnação artística. Para eles, a arte brasileira não passava de uma “cópia sem coragem e sem talento” presa às influências da cultura ocidental. 

Segundo Jéssica Vasconcelos Dorta, professora de Redação do Curso Pré-Vestibular da Oficina do Estudante, a Semana de Arte Moderna marcou o início da construção de uma nova mentalidade, fundamentada na renovação da linguagem artística. “Além de evidenciar o desejo de modificar o padrão estético em vigor, os artistas encontraram no evento uma oportunidade adequada para comemorar os 100 anos da Independência política do Brasil”.

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Repercussão

Na época, a Semana de Arte Moderna foi bastante criticada pela elite conservadora de São Paulo. Entre os críticos estava o escritor Monteiro Lobato. As manchetes dos jornais também condenavam o evento, que foi visto como um “delírio coletivo”.

No entanto, a professora Jéssica Dorta destaca que, apesar das críticas, a Semana de Arte Moderna foi fundamental para criar um movimento que, ao longo dos anos, causou a ruptura com o passado academicista e gerou uma renovação intelectual e artística no Brasil.

Tópicos deste artigo

Vestibulares e Enem

O centenário da Semana de Arte Moderna é uma grande aposta para as questões de vestibulares esse ano. Para Jéssica Dorta, é importante compreender a Semana como a primeira fase pública do movimento moderno brasileiro. “Naquele momento, apesar da repercussão negativa, um interesse pela vida intelectual foi despertado em São Paulo e, posteriormente, em grande parte do país”. 

A professora também recomenda aos vestibulandos atentar-se às vanguardas europeias, como o Cubismo, Futurismo, Expressionismo, Dadaísmo e Surrealismo, que sempre aparecem no Enem. Temas relacionados à arte podem aparecer em questões de Linguagens e Códigos e Ciências Humanas.