Junho foi marcado por escândalos envolvendo as negociações para compra de vacinas, por um caso de polícia virando uma caçada cinematográfica e outros acontecimentos. Saiba o que foi notícia no Brasil e no mundo aqui no Atualidades.
Você pode conferir as notícias do UOL, Folha de SP e da Agência Brasil com a cobertura dos assuntos citados, basta clicar nos links em negrito.
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Covid-19
O Brasil fechou o mês de junho com a triste marca de 518 mil mortes pela Covid-19. No Mundo, o número de vítimas fatais chegou a 3,95 milhões.
Vacinação no Brasil
A vacinação contra a Covid-19 no Brasil continua lenta, mas um reforço chegou na última semana de junho. As vacinas da Janssen, braço farmacêutico da Johson & Johson, foram doadas pelos Estados Unidos e já foram utilizadas em grande parte das cidades que receberam a remessa.
Veja também: Como lutar contra a Covid-19 diante do negacionismo, das Fake News e da imprudência?
O imunizante de dose única venceria ainda em junho, mas a agência reguladora dos Estados Unidos autorizou a ampliação do prazo de validade, o que foi seguido pela Anvisa.
Liberação do uso de máscaras pelo mundo
Com grande parte da população vacinada e queda no número de casos de Covid-19, alguns países autorizaram o fim do uso de máscaras (alguns somente em locais abertos, outros também em lugares fechados). No entanto, existem epidemiologistas que acreditam que a medida ainda seja precipitada.
São alguns dos países:
- Estados Unidos: cada estado tem uma legislação sobre o assunto
- França: foi liberado o fim do uso de máscara em locais fechados
- Itália: máscaras são obrigatórias em locais fechados
- Espanha: é obrigatório o uso de máscaras em locais fechados
- Nova Zelândia: uso sugerido apenas em transporte público
- China: já está liberado do uso de máscara desde o ano passado
- Butão: não é obrigatório o uso de máscaras
Brasil
Superpedido de Impeachment
Partidos, políticos e entidades protocolaram na última quarta-feira, 30 de junho, o que ficou conhecido como "superpedido"" de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O texto traz as justificativas apresentadas em outros 123 pedidos de impeachment anteriormente protocolados na Câmara, incluindo os últimos acontecimentos relacionados a gestão da pandemia e os depoimentos prestados na CPI da Covid. São atribuídos Bolsonaro 23 crimes de responsabilidade, infrações que estão em sete categorias jurídicas.
Suspeita de corrupção em contrato
A denúncia de suspeita de corrupção em contrato de compra da vacina indiana Covaxin integra a lista de crimes do pedido de impeachment de Bolsonaro.
Os irmãos Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e Luís Miranda, deputado federal (DF) se encontraram com Bolsonaro em março para falar sobre a suspeita de corrupção na compra de 20 milhões de doses da Covaxin. Segundo o deputado, o presidente tinha conhecimento das irregularidades e mesmo assim a aquisição prosseguiu.
A CPI da Covid ouviu os irmãos Miranda sobre o caso da Covaxin. A suspeita de corrupção veio após pressões dentro do Ministério da Saúde para que a compra do imunizante fosse feita de forma mais rápida que o normal.
Após os depoimentos na CPI, o Ministério da Saúde e a Controladoria-Geral da União anunciaram a suspensão do contrato de compra da Covaxin. De acordo com as pastas, a aquisição está suspensa até que as irregularidades apontadas sejam investigadas.
Propina para compra de vacina
No fim de junho, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply no Brasil, afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu propina de U$ 1 por dose de vacina para que o contrato fosse assinado.
Na madrugada do dia seguinte, a exoneração de Roberto Ferreira Dias foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). O esquema de propina dentro do Ministério da Saúde está entre os fatos citados no superpedido de impeachment.
Caso Lázaro
Uma "caçada" de 20 dias resultou na morte de Lázaro Barbosa, suspeito de assassinar uma família na zona rural de Ceilândia (DF). Em 28 de junho, o criminoso morreu após entrar em confronto com a polícia. Com prisões por crimes como homicídio, roubo, estupro e porte ilegal de arma, o homem acumulava fugas das penitenciárias em seu histórico.
A mídia explorou bastante a perseguição a Lázaro, mobilizou muitos profissionais para que ficassem de plantão durante os 20 dias e se aproveitou ao máximo do desfecho do caso: o corpo do morto foi exibido sendo carregado durante a programação, sem qualquer aviso de faixa indicativa ou de cenas fortes, com vídeos de diferentes ângulos.
Lázaro entrou no radar da polícia novamente após a invasão de uma chácara no Incra 9, em Ceilândia, ocasião na qual o dono do imóvel e seus dois filhos foram mortos. A mãe da família foi sequestrada e, dias depois, seu corpo foi encontrado com sinais de violência sexual e tortura.
Lázaro fugiu para a região de Cocalzinho, em Goiás. Durante os dias de fuga, ele fez reféns, trocou tiros com a polícia, roubou carro, colocou fogo em uma casa e invadiu casas em busca de alimentos. Por conhecer bem a mata local, transitava pela região com facilidade, o que dificultava a ação da polícia.
A Polícia agora investiga se Lázaro era um jagunço (assassino contratado) de fazendeiros locais, pois ele teve ajuda para se esconder. Quando capturado, Lázaro carregava uma mochila com R$ 4 mil, comida e remédios.
Mundo
Cúpula do G7
A Cúpula do G7 foi realizada de 11 a 13 de junho. Participaram os representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão, além dos convidados Austrália, Índia, Coreia do Sul e África do Sul.
Os líderes discutiram ações para combater a pandemia de Covid-19, como a doação de 1 bilhão de doses de vacinas para países mais pobres, além de abordarem a retomada econômica. Assuntos como meio ambiente, educação, política e direitos humanos estiveram nas pautas dos diferentes ministros.
O retorno dos Estados Unidos aos tratados democráticos também foi levantado por Joe Biden, presidente que estreia na Cúpula. Enquanto o estadounidense chega ao grupo, Ângela Merkel se despede do G7.
Prédio desaba em Miami
Parte de um prédio desabou na madrugada de 24 de junho, em Surfiside, um enclave em Miami, nos Estados Unidos. Até o dia 30 de junho, o número de mortos tinha subido para 16, enquanto 147 pessoas continuavam desaparecidas.
Parentes dos desaparecidos montaram um mural de homenagens e de orações próximo ao local do desabamento. A região tem pessoas de diferentes países, incluindo turistas que buscam a cidade para se vacinar contra a Covid-19.
Onda de calor no Canadá
A província de Colúmbia Britânica, no oeste do Canadá, registrou recorde de temperatura no final de junho. Os termômetros chegaram a marcar 49,5ºC, causando incêndios florestais e a morte de centenas de pessoas, principalmente idosos.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, as ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas à medida que as concentrações de gases de efeito estufa aumentam as temperaturas globais.
Eleições no Peru
Pedro Castillo, do partido socialista Peru Livre, foi eleito presidente do Peru em 6 de junho. A disputa foi acirrada e apuração levou alguns dias para ser finalizada. Castillo teve 50,125% dos votos contra 49,875% da conservadora Keiko Fujimori.
A adversária de Castillo não aceitou a vitória e alegou haver fraude na votação, tentando anular alguns votos. No entanto, Keiko foi perdendo o apoio para contestação ao longo de junho.
Saída de Netanyahu do governo de Israel
Benjamin Netanyahu deixou de ser o primeiro-ministro de Israel em 13 de junho, após 12 anos no poder. Naftali Bennett é o novo premiê, após uma aliança formada por Yair Lapid, político centrista.
A coalizão que forma o novo governo conta com nacionalistas judeus de direita e políticos árabes-israelenses.