Atualidades Vestibular e Enem - Novembro de 2020

Eleições nos Estados Unidos e Brasil, aumento de casos de Covid-19, apagão no Amapá e racismo estiveram em alta no mês de novembro.
Por Giullya Franco

Joe Biden derrota Donald Trump e se torna o 46º presidente dos Estados Unidos (Stratos Brilakis/Shutterstock)
Joe Biden derrota Donald Trump e se torna o 46º presidente dos Estados Unidos (Stratos Brilakis/Shutterstock)
Crédito da Imagem: Stratos Brilakis/Shutterstock
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Em novembro, muitos acontecimentos movimentaram os noticiários do Brasil e do mundo em diversas áreas. Política, direitos humanos e a situação da pandemia do coronavírus (Covid-19) tiveram grandes repercussões.

Muitos desses acontecimentos podem ser temas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares. Confira abaixo os principais assuntos de novembro de 2020 e clique nos links para conferir notícias e artigos dos portais UOL, BBC, Folha de SP, Agência Brasil e Brasil Escola.

Tópicos deste artigo

Eleição nos EUA

A disputa pela presidência dos Estados Unidos marcou uma eleição histórica no país norte-americano. No dia 7, o democrata Joe Biden foi eleito como o 46º presidente dos EUA e com a marca de mais de 80 milhões de votos, sendo o candidato mais votado da história do país, além da eleição ter sido a que contou com o maior número de participantes. Lembrando que, nos EUA, o voto é facultativo, não obrigatório.

Biden derrotou o atual presidente republicano Donald Trump após longa contagem de votos. A vitória de Biden derruba uma sequência de reeleições que durava desde Bill Clinton, que governou de 1993 a 2001. Também significa a queda da extrema-direita e a volta de um democrata à presidência - o último foi Barack Obama, de quem Joe foi vice-presidente.

A apuração dos votos foi muito acirrada, mostrando uma polarização nos EUA. A situação de pandemia contribuiu para que muitos eleitores optassem por votar pelos correios, a maioria deles democratas. Como esses votos são contados depois dos presenciais, Trump iniciou a contagem dos votos na frente em estados considerados chaves, como a Pennsylvania, mas Biden virou a medida em que os votos pelos correios eram contados.

Mais: Eleições dos EUA em gráficos e mapas

Nos EUA, para vencer a eleição presidencial são necessários 270 votos no colégio eleitoral. Biden obteve 306, enquanto Trump somou 232. Ao fim das apurações, Donald Trump não aceitou o resultado, alegou que havia fraude na votação, sem mostrar provas, e chegou a pedir a recontagem de votos em alguns estados. Porém, a recontagem mostrou que Biden realmente venceu as eleições.

Veja mais: Entenda como são as eleições dos EUA

Veja também: Saiba como as eleições podem ser contestadas nos EUA

Apesar da vitória decretada de Joe Biden e do início de transição de governo, Trump ainda se recusa a admitir a derrota. O presidente Jair Bolsonaro também não reconheceu a vitória de Biden e alegou fraude.

Como a eleição para presidente nos EUA é indireta, a oficialização só ocorre quando os delegados se reúnem no Colégio Eleitoral e votam no candidato mais votado em seus estados. Isso ocorrerá no dia 14 de dezembro.

Durante o mandato de quatro anos, Biden terá ao seu lado, como vice-presidente, Kamala Harris, a primeira mulher a ocupar esse cargo na história do país.

Mais: Conheça a história dos partidos republicano e democrata

Apagão no Amapá

Funcionários trabalhando em estação de energia para consertar transformadores
(Divulgação/Ministério de Minas e Energia)

O Estado do Amapá passou por 22 dias de caos após ficar sem o fornecimento de energia elétrica. O apagão foi consequência de um incêndio na subestação de energia de Macapá, no dia 3 de novembro.

Dos 860 mil habitantes do estado, segundo o Ministério de Minas e Energia, cerca de 85% teve o fornecimento de energia afetado. Com a falta de energia elétrica, as bombas hidráulicas da estação de fornecimento de água também não funcionaram e, com isso, os moradores passaram a sofrer com a falta de energia e de água.

Saiba mais: Distribuição de energia elétrica no Brasil

A situação fez com que filas e aglomeração de pessoas fossem registradas em supermercados, locais de venda de água, hotéis e shoppings, tanto para a busca de alimentos e água quanto para o fornecimento de energia pelos locais que possuíam geradores.

Sem reestabelecimento da energia, no dia 5, a Prefeitura de Macapá decretou situação de calamidade pública por 30 dias. No período, um transformador foi ativado para tentar retornar com a energia do estado, mas funcionou em forma de racionamento e com a ocorrência de muitos apagões.

Enquanto os órgãos públicos buscavam medidas para tentar reestabelecer a energia no local, os amapaenses passaram por muitos transtornos, sem a água, energia e, consequentemente, sem acesso à internet, caixas eletrônicos e com a perda de diversos alimentos pela falta de conservação.

Além de toda essa situação, no dia 21, a capital Macapá sofreu com alagamentos em casas e locais públicos em consequência do maior volume de chuva registrado no ano.

Somente no dia 24 de novembro a energia elétrica foi reestabelecida 100% no estado, voltando a atender os cerca de 750 mil habitantes afetados. Esse fato gerou um debate sobre a privatização de serviços essenciais, já que no Macapá o fornecimento de energia é de responsabilidade de empresas privadas.

Eleições no Brasil

O mês de novembro marcou o período para a realização das eleições de prefeitos e vereadores em todo o país. O primeiro turno foi realizado no dia 15, e as cidades que não elegeram seus candidatos a prefeito na primeira data fizeram o segundo turno no dia 29. Para a disputa do segundo turno ficaram 57 municípios, sendo 18 capitais e 39 cidades do interior.

Mais: Veja as cidades do 2º turno das eleições 2020

Neste ano, por conta da pandemia do coronavírus, a Justiça Eleitoral precisou adotar novas medidas de segurança para o dia das eleições visando a prevenção ao vírus. Entre as medidas, além do uso obrigatório da máscara, houve higienização com álcool em gel nas seções eleitorais e o horário de votação foi ampliado, tendo sido realizado das 7h às 17h. Também ficou definido que até as 10h o horário seria de atendimento preferencial para pessoas com mais de 60 anos.

Eleitores tiveram novas regras para votar em segurança durante pandemia
(Leonidas Santana/Shutterstock)

Veja também: História das eleições no Brasil

As eleições deste ano foram consideradas tranquilas pelos órgãos responsáveis nos estados, no entanto, três situações saíram da normalidade. Em Goiânia, o candidato eleito para ocupar a prefeitura, Maguito Vilela (MDB), está internado há mais de um mês, vítima do coronavírus, e venceu as eleições sem saber que estava no segundo turno, já que durante a campanha permaneceu internado e em sedação.

Em Macapá, as eleições não foram realizadas. Pela falta de energia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiou a votação para o dia 6 de dezembro. Em Recife, o candidato eleito, João Campos (PSB), com apenas 27 anos, será o prefeito mais jovem da história do país.

Coronavírus

O alerta para o aumento de casos e mortes por Covid-19 voltou a preocupar o Brasil em novembro. De acordo com o Boletim Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre os dias 8 e 21 houve grande aumento de casos no Amapá, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Já o maior número de óbitos foi registrado em Roraima, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás.

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Esse aumento ainda não é considerado como uma segunda onda de infecção, mas deixa um quadro preocupante, já que as taxas de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estão em zona crítica.

Saiba mais: Coronavírus – a família de vírus que causou a pandemia

Uma situação que também foi observada neste período é a atenção quanto à análise dos dados. No período eleitoral, alguns estados não informaram os números de infecções locais. Esse fato levantou suspeitas sobre governos estarem ocultando dados para não prejudicar candidatos.

Veja mais: Estados não divulgam número da Covid-19 no Brasil

Com a preocupação pelo aumento de casos, um dia após as eleições o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou medidas de restrição e colocou o estado em situação amarela em relação ao combate ao coronavírus. As novas medidas preveem funcionamento limitado de comércios, bares, restaurantes e ainda haverá reuniões para estabelecer novas regras ao estado. 

O Rio de Janeiro também está em situação alarmante. A taxa de ocupação de UTIs para Covid-19 pelo Sistema único de Saúde (SUS) é de 93%. No estado, o aumento das internações neste mês foi de 40%.

Mais: Saiba o que é uma pandemia

  • Vacina

Fase de pesquisas avança entre pesquisadoras para conclusão da vacina contra a Covid-19

A primeira quinzena do mês foi marcada pelo desentendimento entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, sobre a vacina contra a Covid-19. O governo federal tem acordo para compra da vacina desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford e pretende parceria com a Fiocruz para produção no Brasil. Em São Paulo, o governo estadual fez acordo para a compra da CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac, tendo o Instituto Butantan como parceiro na produção. Além disso, Doria se mostrou favorável a vacinação obrigatória, enquanto Bolsonaro tem opinião contrária.

A discussão ganhou mais força quando, no início do mês, os testes da CoronaVac foram suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por conta da morte de um voluntário. O governo paulista chegou a afirmar que a decisão foi desleal, mas a Anvisa alegou que foi técnica. Dias depois o laudo médico informou que a morte não tinha relação com os testes.

No dia 11, a Anvisa autorizou a retomada das pesquisas. No dia 19, as primeiras doses da vacina chegaram em São Paulo para serem entregues ao Instituto Butantan para a fase 3 da pesquisa. A primeira remessa trouxe 120 mil doses, das 46 milhões pelas quais o governo firmou acordo.

A fase 3 é a última antes do pedido de registro junto a autoridades regulatórias no Brasil. No dia 30, uma equipe da Anvisa também iniciou um processo de inspeção na fábrica da Sinovac, na China, para verificar os processos de produção da farmacêutica chinesa.

Já a Pfizer, farmacêutica norte-americana, concluiu a fase 3 de pesquisas e registrou 95% de eficácia na vacina. A empresa fez uma proposta ao governo brasileiro para imunizar milhões de pessoas até o primeiro semestre de 2021 e se comprometeu a repassar todas as informações à Anvisa. A vacina da Pfizer deve ser a escolha do Reino Unido, que aguarda a autorização da agência regulatória no país para iniciar o processo de vacinação ainda em dezembro. O governo britânico informou que encomendou 40 milhões de doses.

Trânsito: Tragédia em São Paulo

No dia 25, um acidente trágico no interior de São Paulo deixou 42 pessoas mortas. O acidente foi o maior do estado em número de vítimas nos últimos 20 anos.

Logo no início do dia, um ônibus que transportava trabalhadores de uma confecção se chocou com um caminhão na rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, entre Taguaí e Taquarituba, na região de Avaré, interior paulista. Até o momento, as causas do acidente ainda não foram identificadas pelos responsáveis pela investigação.

Direitos Humanos

  • “Estupro culposo”

Uma sentença em um caso de estupro causou revolta nas mídias sociais no início do mês. No caso, a modelo Mariana Ferrer acusa o empresário André Camargo Aranha de tê-la estuprado em uma casa noturna de Florianópolis/SC, em dezembro de 2018.

O acusado foi absolvido em setembro deste ano. Porém, no início do mês, o site The Intercept Brasil divulgou trechos da audiência realizada por videoconferência que geraram revolta do público. Na audiência, além da forma grosseira como a vítima foi tratada pelo advogado do acusado, o promotor usou argumentos para afirmar que o acusado não tinha como saber que a jovem não estava em condições de consentir a relação sexual e que não existiu a intenção de estuprar.

Veja mais: Violência contra a mulher

A argumentação gerou muita revolta e até mesmo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, se manifestou sobre as gravações, afirmando que são “estarrecedoras” e que os órgãos responsáveis devem apurar a responsabilidade dos envolvidos.

Saiba mais: Entenda o caso Mariana Ferrer

  • Morte no Carrefour

João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, morreu no dia 19 de novembro após ser espancado por dois seguranças da rede de supermercados Carrefour, em Porto Alegre/RS.

As cenas foram registradas por câmeras de segurança e por um motorista de aplicativos que estava no estacionamento no momento da agressão. As imagens são chocantes e mostram a vítima dizendo que estava morrendo, além de uma funcionária do supermercado que ameaça a pessoa que filmou o momento de violência.

As agressões ainda estão sendo investigadas, inclusive a conduta de um dos seguranças, que também é Policial Militar - policiais militares não podem trabalhar como seguranças. Ao que se sabe, João teve um desentendimento no caixa do supermercado. Imagens de uma das câmeras de segurança o mostram dando um soco em um dos seguranças e, após isso, ele foi brutalmente agredito e sufocado. A perícia informou que a morte se deu por asfixia.

A morte de João trouxe à tona a luta contra o racismo. Houve protestos nas ruas e em várias lojas da rede de supermercados por todo o país. O acontecimento também relembrou a história de George Floyd, negro morto por policias nos EUA no início do ano. Além disso, o crime foi registrado um dia antes da data que se celebra o Dia da Consciência Negra.

Veja também: Violência no Brasil

Esporte: Morre Maradona

Mais de um milhão de pessoas saíram às ruas de Buenos Aires para homenagear o ídolo
(Julian Bongiovanni/Shutterstock)

Aos 60 anos, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, o argentino Diego Maradona, morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória. Maradona lutava com problemas de saúde e havia feito uma cirurgia recente no cérebro.

Mais: Conheça a história de Maradona

O jogador tinha milhões de fãs pelo mundo, além de ser considerado como um “deus” pelos argentinos. A morte aconteceu no dia 25 e o velório, realizado na Casa Rosada, recebeu mais de um milhão de pessoas.