Anúncio dos vencedores do Prêmio Nobel, Pandora Papers, relatório final da CPI da Covid, Cúpula do G20 e Conferência do Clima estão entre os principais assuntos que foram notícia no Brasil e no Mundo em outubro de 2021.
Para chegar preparado (a) para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Vestibulares, confira o resumo das principais notícias do mês de outubro aqui no Atualidades do Brasil Escola!
As notícias completas podem ser vistas clicando nos links em negrito. As fontes são Agência Brasil, UOL, Folha de São Paulo, BBC, Agência Senado e outros órgãos e veículos de comunicação.
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Brasil
Relatório final da CPI da Covid
O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia foi aprovado em 26 de outubro. Elaborado pelo senador Renan Calheiros, o documento que pede 80 indiciamentos teve 7 votos a favor e 4 contra.
Um dos 80 indiciamentos solicitados é o do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes, os quais vão de delitos comuns a crimes de responsabilidade e crimes contra a humanidade. Também estão na lista três filhos do presidente, ministros, ex-ministros, deputados federais, médicos, empresários e duas empresas.
A CPI em si não pode punir as pessoas que estão na lista. O documento ficará à disposição das instituições competentes para que elas aprofundem as investigações e, caso necessário, ofereçam denúncia. Os crimes atribuídos a Jair Bolsonaro, por exemplo, serão analisados pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.
Inflação
A inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, cresceu de 0,87% em agosto para 1,16% em setembro, conforme foi divulgado pelo IBGE em 8 de outubro. Foi a maior taxa para meses de setembro desde o início do plano Real, em 1994.
Além disso, trata-se da primeira vez que o valor anual atinge dois dígitos nos últimos cinco anos, chegando a 10,25% em 12 meses. A alta da inflação foi impulsionada pelo aumento de 6,74% na conta de energia elétrica e sucessivos aumentos na gasolina e diesel.
Justiça condena 8 militares por mortes de músico e catador
Em 14 de outubro, o Tribunal de Justiça Militar condenou oito militares do Exército pela morte do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo. A condenação veio mais de dois anos após o crime, o qual foi cometido em abril de 2019.
O Tenente Nunes foi condenado a 31 anos e seis meses em regime fechado, já os outros setes foram condenados a 28 anos de prisão em regime fechado por duplo homicídio e tentativa de homicídio, uma vez que o sogro de Evaldo ficou ferido durante a ação.
- Relembre o caso
Em 7 de abril de 2019, Evaldo e sua família estavam em um carro, a caminho de um chá de bebê, quando o veículo foi alvejado em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. O músico foi atingido por nove tiros, enquanto 62 acertaram o carro. Ao todo, 275 disparos de fuzil e pistola foram feitos na ocasião.
Catador da materiais recicláveis, Luciano passava pelo local quando viu a cena e tentou socorrer Evaldo, mas também foi atingido. Durante o julgamento, a defesa chegou a utilizar a versão de que a vítima seria um olheiro do tráfico local e que teria atirado na tropa para fugir, mas não houve provas para comprovar a alegação.
Mundo
Cúpula do G20 e Conferência do Clima
A Cúpula do G20 reuniu, no fim de outubro, representantes de chefes de estado, incluindo Jair Bolsonaro, em Roma, na Itália. Às vésperas do encontro dos líderes, após dias de reunião, diplomatas aindam estavam em impasse sobre o clima no momento da definição de um texto final a ser apresentado. O comunicado oficial tem como o compromisso que governos tome medidas "imediatas" que limitem o aquecimento global a 1,5ºC.
Para países emergentes, como é o caso do Brasil, o apelo desde o início era por mais dinheiro para o financiamento da transição ambiental. Hoje, o compromisso dos governos ricos é destinar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2025. Mas, para emergentes como o Brasil, não há nem garantia de que tais recursos serão disponibilizados e nem que eles serão suficientes para lidar com as mudanças climáticas.
A participação de Bolsonaro chamou a atenção da imprensa por seu isolamento em relação a outros líderes e pelos ataques violentos de sua equipe de segurança a jornalistas brasileiros. Ainda em entrevista para uma TV italiana, o presidente do Brasil distorceu fatos, como em relação ao desmatamento e as queimadas na Amazônia, omitiu a demora no plano de imunização do Governo Federal, propagou Fake News sobre adversários políticos e reforçou sua visão negativa sobre o lockdown.
Já a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) começou 31 de outubro, em Glasgow, na Escócia. Com representantes de 196 países que assinam integram o Acordo de Paris, o encontro discute ações de desenvolvimento e preservação do meio ambiente, emissão de gases que causam o efeito estufa e aquecimento global, repercutindo, inclusive, o que foi abordado na Cúpula dos G20. O Brasil tem como representante o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e apresentou na última segunda-feira, 1º de novembro, o aumento da meta climática de 43% para 50% até 2030, e de neutralidade de carbono até 2050.
Prêmio Nobel
Seguindo a tradição, o mês de outubro foi aberto com o anúncio dos escolhidos para as diferentes categorias do Prêmio Nobel. Confira as premiações:
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4 de outubro - Prêmio Nobel de Medicina para David Julius e Ardem Patapoutian pelas descobertas sobre receptores de temperatura e toque no corpo humano. Os estudos explicaram como calor, frio e o toque podem iniciar sinais no sistema nervoso.
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5 de outubro - Nobel de Física para Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi. Nesta categoria, Syukuro Manabe e Klaus Hasselmann dividirão metade do prêmio pelo modelo físico do clima da Terra, prevendo com segurança o aquecimento global. A outra metade ficará para Giorgio Parisi pela descoberta da interação de desordem e flutuações em sistemas físicos.
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6 de outubro - Nobel de Química para Benjamin List e David W.C. MacMillan pela descoberta de um terceiro tipo de catalisador: organocatálise assimétrica (pequenas moléculas que aceleram a velocidade de reações). Considerado um feito útil para a indústria farmacêutica e para o meio ambiente por tornar as reações mais rápidas e com menor impacto ambiental.
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7 de outubro - Nobel de Literatura para Abdulrazak Gurnah, romancista tanzaniano. O escritor foi laureado por seu trabalho sobre os efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes.
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8 de outubro - Nobel da Paz para os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov pelos esforços para defender a liberdade de expressão. De acordo com a Comissão do Prêmio, "A liberdade de expressão é uma pré-condição para a democracia e para uma paz duradoura".
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11 de outubro - Nobel de Economia para David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens. David Card receberá metade do prêmio pelas suas contribuições para a economia do trabalho, com estudos sobre os efeitos do salário mínimo, da imigração e da educação no mercado de trabalho. Já Joshua Angrist e Guido Imbens dividirão o restante pelas investigações sobre relações causais.
Veja também: Quem foi Alfred Nobel?
Pandora Papers
No início de outubro, o mundo tomou conhecimento do maior vazamento de arquivos de empresas offshores dos últimos anos, o Pandora Papers. Os mais de 11 milhões de arquivos e 6,4 milhões de documentos vazados expuseram nomes de aproximadamente 35 líderes atuais e ex-líderes e mais de 300 funcionários públicos, entre os quais estão o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Offshore é uma empresa aberta por pessoa ou grupo fora de seu país de residência e trata-se de um empreendimento legal. O que motiva a investigação do Pandora Papers é que por serem comumente instaladas nos chamados paraísos fiscais, em que não há a fiscalização da origem dos recursos e o sigilo bancário é garantido, as offshore são bastante utilizadas para sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.
No Brasil, ter uma offshore não é crime, mas é necessário declarar à Receita Federal seu saldo. No entanto, a presença de Paulo Guedes e Roberto Campos na lista preocupa porque, via de regra, funcionários públicos do alto escalão não podem manter investimentos, no país ou no exterior, que possam ter interferência de ações que eles tomem em seus cargos, evitando assim conflito de interesses.
Golpe Militar no Sudão
Em 25 de outubro, um golpe militar derrubou o governo em transição do Sudão prendendo a maioria dos membros de alto escalão, dissolvendo a administração. O primeiro-ministro Abdalla Hamdok foi detido e transferido para um local desconhecido depois de se recusar a emitir um comunicado em apoio ao golpe.
Abdel Fattah al-Burhan, um general que comandava o Conselho Soberano, um general que comandava o Conselho Soberano. Opositores aos militares foram as ruas para protestar, o que gerou uma onda de violência com mortos e feridos. Serviços de Telecomunicações foram interrompidos, restando apenas comunicação via satélite e de forma precária.
Em 26 de outubro, o primeiro-ministro e sua esposa voltaram para casa. No entanto, manifestantes continuaram nas ruas, assim como militares permaneceram ao redor da capital com veículos blindados. Até o dia 27/10 o aeroporto estava fechado. Grupos políticos apelaram à "desobediência civil", e os sindicatos decretaram greve geral.
O golpe militar fez com que nações ocidentais suspendessem ajudas financeiras fundamentais, o que compromete ainda mais a situação da população civil sudanesa. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas realizará uma sessão de emergência sobre o Sudão na sexta-feira, 5 de novembro, a pedido de diversos países.