Em 2014, o mundo deparou-se com o maior surto de ebola já registrado na história desde que a doença foi descoberta em meados da década de 70. Até o final de setembro, foram registrados 7.178 casos da doença na África, com 3.338 pessoas mortas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a situação está fora de controle.
A doença viral ebola é extremamente grave e leva quase 90% de seus portadores à morte. Transmitida por um vírus considerado um dos mais letais do mundo, a doença ainda não possui tratamento. Além da alta letalidade, apresenta facilidade de transmissão, sendo o contato com os fluidos, como sangue, urina e suor do paciente, suficiente para a contaminação. Além disso, a ingestão de carne de animais contaminados também é uma importante via de transmissão.
Outro problema que agrava a epidemia de ebola diz respeito a crenças locais. Nos países africanos, lavar o corpo no momento do enterro é uma prática comum, o que permite a transmissão da doença, uma vez que, mesmo após a morte, o paciente continua com o vírus, e o contato direto sem proteção é um grande risco. Além disso, a necessidade de isolamento afasta os pacientes, que muitas vezes preferem ficar em casa, transmitindo, assim, o vírus aos seus parentes.
A doença provoca febre alta, vômitos, perda de apetite, diarreia, dores no corpo e cabeça e hemorragias internas graves. Os sintomas podem surgir de 2 a 21 dias após a infecção. Em apenas poucos dias, pode haver morte por falência múltipla dos órgãos.
Apesar de ter sido descoberta em 1976, não houve grandes avanços no que diz respeito ao tratamento dos pacientes. Ainda hoje o procedimento-padrão é o isolamento e tratamento para aliviar os sintomas. Após a cura, os pacientes tomam um banho de cloro e são obrigados a desfazer-se de suas antigas roupas, que acabam ficando também contaminadas.
Para evitar o contágio, profissionais da saúde utilizam roupas especiais, toucas, máscaras, luvas e óculos. Apesar de todo o cuidado, médicos e outros funcionários da saúde já foram vítimas da doença. A morte do médico Sheik Umar Khan, que liderava a luta contra o ebola em Serra Leoa, gerou grande comoção mundial e alertou o mundo sobre os perigos também para os profissionais que atuam nos países em surto.
Até o momento, a grande epidemia de ebola restringe-se a países da África Ocidental, sendo Guiné o país com o maior número de mortes. Além desse país, o surto atinge também Serra Leoa, Nigéria e Libéria. Entretanto, após a contaminação de dois voluntários americanos, o mundo começou um estado de alerta e o medo de a epidemia atingir outros países aumentou. Isso aconteceu principalmente após o anúncio dos Estados Unidos de que os dois infectados serão tratados no país, levando, assim, o vírus para o continente americano.
No início do mês de agosto, os Estados Unidos anunciaram o início dos testes em humanos de uma vacina contra o vírus do ebola para setembro. Espera-se que até o início de 2015 os primeiros resultados sejam divulgados.
Como o ebola pode ser abordado no vestibular e no Enem?
Nos vestibulares e nas provas do Enem, os temas atuais são bastante cobrados. No caso do ebola, o foco pode ser principalmente os temas vírus e vacinas. Outros aspectos interessantes e que podem ser cobrados também referem-se à dificuldade para a fabricação de vacinas para certos tipos de vírus e ao tratamento de doenças virais. Fique atento também às diferenças entre o tratamento de doenças virais e bacterianas, lembrando-se sempre de que antibióticos não são usados para curar doenças causadas por vírus.