Maio de 2019 foi um mês marcado por polêmicas envolvendo o Ministério da Educação (MEC) e manifestações contra e a favor do Governo Bolsonaro. No cenário internacional, destaque para a crise na Venezuela, que parece não ter fim, e a queda de líderes do governo no Reino Unido e na Áustria.
Você pode se informar sobre esses e outros fatos clicando nos links, que redirecionam para notícias do UOL, Folha, Estadão, O Globo, El País e outros portais. Assuntos atuais podem ser cobrados ou servir de referência para questões de vestibulares e Enem.
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Brasil
Cortes na Educação
O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que assumiu a pasta após queda de Ricardo Vélez, anunciou o contingenciamento de verbas da educação. Em abril, ele já havia informado que cortaria verbas de universidades que promoviam “balbúrdia” e citou a UnB, UFF, e UFBA, mas depois estendeu o corte para todas as universidades e institutos federais.
O Ministério da Educação (MEC) bloqueou 30% da verba discricionária das universidades, o que representa 3,5% do total. A despesa discricionária se refere à manutenção da instituição, água, luz, telefone, segurança etc. Por causa do bloqueio, universidades anunciaram que não conseguirão terminar o ano letivo.
Manifestações
O bloqueio dos recursos da educação foi o estopim para estudantes e opositores do Governo Bolsonaro irem às ruas manifestar. Uma grande manifestação aconteceu no dia 15 de maio, em mais de 240 cidades nos 26 estados e no Distrito Federal. O presidente Jair Bolsonaro não reagiu bem às manifestações e xingou os estudantes de “idiotas úteis”.
Em resposta às manifestações do dia 15, simpatizantes de Bolsonaro foram às ruas no dia 26 para defender o Governo, o ministro Sérgio Moro e a Reforma da Previdência. Eles também atacaram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, os atos do dia 26 tiveram pouca adesão.
No dia 30 de maio, estudantes voltaram às ruas para mais uma vez protestarem pela educação. Os atos foram convocados por, pelo menos, três movimentos estudantis e foram menores que os do dia 15.
Crise no Governo Bolsonaro
Além das manifestações, o Governo também enfrenta pressão pela aprovação da Reforma da Previdência, queda do Produto Interno Bruto (PIB) e investigação de corrupção envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.
O Ministério Público (MP) apontou indícios de um esquema no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual, para desviar recursos públicos. A suspeita é de que Flávio desviava dinheiro por meio de transações imobiliárias. A investigação já alcança 37 imóveis. O ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, também está sendo investigado.
O PIB do Brasil caiu 0,2% de janeiro a março em relação ao último trimestre de 2018. Foi o primeiro resultado negativo desde o final de 2016. Os números contrariam a expectativa que se deu com a eleição de Jair Bolsonaro. Com isso, a projeção do PIB para 2019 segue caindo e, atualmente, está em 1,23%. O Governo não consegue encontrar soluções para criar empregos e fazer a economia crescer. A Reforma Trabalhista promovida no Governo Temer também não gerou empregos.
Prisão de Michel Temer
Falando em Temer, o ex-presidente foi preso novamente, acusado de ter atuado em um esquema de corrupção envolvendo a Eletronuclear e a usina de Angra 3. Ele também é réu em outros seis processos. Porém, uma semana depois, Temer foi solto pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para responder em liberdade.
Flexibilização do porte de armas
O presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que flexibilizou o porte de armas no Brasil. O decreto ampliou o porte para algumas classes profissionais, como políticos, instrutores de tiro, procuradores e defensores públicos, motoristas de veículos de carga, proprietários rurais, jornalistas, entre outras. Também tirou da Justiça e deu para os pais a autorização para menores de idade praticarem tiro esportivo.
Entenda a diferença entre porte e posse de armas
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que o decreto assinado por Bolsonaro é inconstitucional e alertou o Congresso Nacional. Depois da repercussão negativa, Bolsonaro fez alterações no decreto, mas, segundo a PGR, ele segue inconstitucional. O STF também questiona a legalidade do decreto.
Brasileiro faz dois paraplégicos andarem
O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis liderou uma pesquisa que levou dois paraplégicos a caminharem. O feito foi conseguido por meio de um novo dispositivo de estimulação muscular e de uma interface cérebro-máquina.
Mortes em presídios no Amazonas
Uma guerra de facções dentro de presídios no Amazonas causou a morte de mais de 50 detentos, a maioria por asfixia. Familiares dos presos protestaram contra a falta de segurança e a superlotação nos presídios. A difícil situação dos presídios no Brasil pode ser tema de redação de vestibulares e Enem.
Tragédia no Chile
Uma família brasileira morreu intoxicada em um apartamento no Chile. Seis membros da família morreram. Os bombeiros detectaram uma alta concentração de monóxido de carbono no apartamento, que supostamente teria vazado do sistema de aquecimento. O monóxido de carbono é um gás incolor, sem cheiro e cuja inalação pode levar a morte.
Mundo
Venezuela
A crise na Venezuela teve novos episódios no mês de maio. Ainda no final de abril, Juan Guaidó afirmou ter o apoio de militares e pediu para que a população fosse às ruas contra o governo de Nicolás Maduro. Parte da população atendeu o pedido, mas foi contida pela Guarda Nacional da Venezuela, que inclusive atropelou manifestantes.
O clima na Venezuela ficou mais tenso ao ponto de serem veiculadas notícias sobre uma suposta intervenção dos Estados Unidos, com o apoio do Brasil e outros países. O Governo de Maduro, que conta com o apoio da Rússia, acusa os EUA de tentar roubar as reservas de petróleo. No meio dessa disputa, a crise humanitária na Venezuela se acentua.
No final de maio, representantes de Maduro e Guaidó se encontraram na Noruega para dialogarem sobre uma possível saída para a situação. O primeiro encontro terminou com nenhum acordo.
Renúncia da primeira-ministra do Reino Unido
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou que renunciará no dia 7 de junho. A decisão foi tomada por não conseguir conduzir o Reino Unido para fora da União Europeia, três anos após do referendo sobre o Brexit. Antes de May, seu antecessor, David Cameron, renunciou por não concordar com a saída.
A maioria dos britânicos votou pela saída do Reino Unido da União Europeia, em um referendo marcado por manipulação de dados na internet. No entanto, empresas temem que a saída abalaria a economia do país, que hoje é a quinta maior do mundo. O Parlamento britânico também é contra a saída. O Partido Conservador, que apoiou o Brexit, terá que definir um substituto para May e encontrar uma solução para a situação. Até a antecipação das eleições é cogitada.
Governo da Áustria cai após vídeo de corrupção
Na Áustria, um vídeo de corrupção envolvendo o vice-premiê causou a queda do Governo. Christian Strache era líder do partido FPO, de extrema direita, e foi pego prometendo contratos públicos em troca de verbas para a campanha, em 2017. Com o escândalo, todos os integrantes de extrema-direita renunciaram e o premiê Sebastian Kurz anunciou a dissolução do governo e pediu novas eleições, que acontecerão em setembro.
Estudantes protestam pelo Clima
Estudantes de mais de 1.300 cidades do mundo todo protestaram contra as mudanças climáticas, como o aquecimento global, no dia 24 de maio. A manifestação, chamada de Friday for Future (sexta-feira para o futuro), foi inspirada na estudante ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que todas as sextas vai para uma praça em frente ao Parlamento da Suécia pedir medidas concretas contra o aquecimento global.
Nova “Guerra Fria”
A guerra comercial entre Estados Unidos e China, que também está sendo chamada de Nova Guerra Fria, ganhou novos capítulos em maio. Donald Trump aprovou medidas para dificultar negócios entre a gigante chinesa de tecnologia Huawei e empresas americanas. Os dois países travam uma “guerra” pelo controle de dados. A Huawei lidera a adoção da tecnologia 5G no mundo, que promete revolucionar as conexões de internet, e também uma das maiores fabricantes de smartphones do planeta. No entanto, ela depende de componentes de tecnologia americana.
O controle de dados foi tema da redação do Enem 2018.
Primeiro país da Ásia a legalizar casamento gay
A Tailândia se tornou o primeiro país da Ásia a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que já acontece em diversos países do Ocidente, como o Brasil. Muitos países asiáticos, como os árabes, até criminalizam a união homoafetiva, como a Arábia Saudita.