Questão 5 - 2º dia - Segunda fase - Unicamp 2012

Por Oficina do Estudante

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A aventura à Amazônia liderada pelo naturalista Louis Agassiz estendeu-se de 1865 a 1866 e passou por várias regiões do Brasil: de Minas Gerais ao Nordeste e à Amazônia. Foi orientada pela teoria criacionista, que se opunha à teoria de Charles Darwin. Apesar de participar da expedição, o filósofo norte-americano Willian James questionou alguns estereótipos sobre os trópicos.

(Adaptado de Maria Helena P. T. Machado, “Algo mais que o paraíso”, Revista de História da Biblioteca Nacional, nº. 52. Rio de Janeiro, jan. 2010, p.70.)

a) Qual a importância da teoria de Charles Darwin para o debate científico do século XIX.

b) Identifique dois estereótipos relativos às terras e às gentes do Brasil no século XIX.

Respostas

a) Ao propor sua teoria evolucionista na obra “A origem das espécies”, Darwin contribuiu para estimular o debate científico no século XIX, tendo reverberado para diferentes áreas do conhecimento como a política, economia e sociologia. Sua tese revolucionou a forma de compreender a biodiversidade, pois a partir de suas observações Darwin apontou evidências da transformação das espécies ao longo do tempo, ou seja, da evolução biológica, contrariando a teoria criacionista — além de refutar o lamarckismo — até então dominante, abrindo deste modo mais um espaço de crítica à influência religiosa sobre as ciências e reivindicando a supremacia do pensamento racional na compreensão dos fenômenos naturais.

b) O naturalista suíço Louis Agassiz visitou o Brasil no século XIX, na chamada expedição Thayer, quando já era famoso pelos seus trabalhos na área de zoologia comparada. Suas ideias contribuíram para a difusão de estereótipos racistas que marcaram o Brasil por décadas, classificando negros e brancos como “raças” diferentes, cuja miscigenação poderia apenas gerar um indivíduo degenerado e inferior. Deste modo, o Brasil aparecia como uma terra de natureza exótica, com animais fantásticos e de flora majestosa. Já em relação aos habitantes, o Brasil seria o depositário de uma população mulata, degenerada pela mistura indevida entre as “raças” e destinada ao atraso.