Atualidades Vestibular e Enem - novembro de 2021
Surgimento da nova variante do coronavírus chamada Ômicron é o principal destaque do mês
Além das disciplinas tradicionais, os vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costumam cobrar nas provas temas da atualidade. O Brasil Escola preparou uma lista de alguns dos assuntos que foram destaque no mês de novembro de 2021.
Para saber mais sobre cada tema, basta clicar nos hiperlinks e acessar as reportagens dos portais Folha de São Paulo, UOL, Estadão, Agência Brasil, além de artigos do Brasil Escola.
Brasil
Coronavírus
No dia 26 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a nova cepa do coronavírus chamada B.1.1.529 e conhecida como Ômicron vem causando preocupação. A nova variante, descoberta na África do Sul, conta com 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína "spike", de acordo com a OMS.
O organização tem suspeitas, mas não confirmações, de que variante seja mais infecciosa e consiga "driblar" a imunidade obtida após a vacinação ou a recuperação da covid-19. A Ômicron já foi encontrada em todos os continentes, mas a maioria dos casos concentra-se na África.
A variante Ômicron já está no Brasil. Conforme o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, dois brasileiros, sendo um homem de 41 anos e uma mulher de 37, estão infectados. Ambos vieram da África do Sul e apresentam sintomas leves. Estão isolados e sendo monitorados por autoridades sanitárias de São Paulo.
Além da nova variante Ômicron, outros eventos relacionados ao coronavírus devem ser destacados neste mês. Confira:
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03/11: nesse dia, a OMS aprovou o uso emergencial da Covaxin, vacina contra a Covid produzida pela empresa indiana Bharat Biotech. Esse imunizante é indicado para maiores de 18 anos e tem eficácia de 78%. A vacina ainda não é usada no Brasil.
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12/11: Com o aumento de casos de coronavírus na Europa, o continente conta com metade das infecções no mundo. Nesse dia, a Holanda informou que entraria em lockdown parcial durante três semanas.
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22/11: O governo da Áustria informou que, a partir de fevereiro de 2022, quem não quiser tomar a vacina contra a Covid-19 terá que pagar multas de 3.600 euros, o equivalente a R$ 22,5 mil pela cotação atual. Com isso, a Áustria seria o primeiro país da Europa Ocidental a tornar obrigatória a vacinação.
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24/11: Nesse dia, o governo de São Paulo afirmou que vai deixar de obrigar o uso da máscara em ambientes externos a partir de 11 de dezembro.
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25/11: Eslováquia e Áustria decretaram lockdown parcial. Portugal voltou com restrições em hotéis e restaurantes. A Alemanha chegou a registrar mais de 50 mil novos casos em apenas um dia. Reportagens mostraram que o aumento das infecções ocorre porque há pessoas que ainda não se vacinaram.
Mortes no Brasil
Dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil) apresentaram que, hoje, as doenças cardiovasculares voltaram a estar em primeiro lugar na lista das causas de morte dos brasileiros. A maior quantidade de falecimentos se deve ao Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Desde abril de 2020, a maioria das mortes era em decorrência do coronavírus. Até o momento, 615 mil pessoas morreram no Brasil devido à Covid-19.
Inep
Em novembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o Enem 2021, ficou em evidência. No dia 8, vários servidores do órgão pediram demissão relatando episódios de assédio moral. Segundo os profissionais, a decisão foi tomada devido à "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do instituto.
O presidente, Jair Bolsonaro, comentou, no dia 15 de novembro, que “as questões do Enem 2021 agora estavam a cara do governo”. Em seguida, os 37 servidores que se demitiram afirmaram ter sofrido pressão psicológica e vigilância velada na formulação do exame para que evitassem escolher questões polêmicas que eventualmente incomodariam o governo Bolsonaro.
Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que os servidores do Inep se sentem ameaçados e com risco de contrair a síndrome de Bournout, quando há esgotamento no trabalho.
Enem 2021
As provas do Enem 2021 foram aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro. Eram esperados mais de 3 milhões de estudantes, mas 26% faltaram no primeiro dia de prova e 29% no segundo. O ministro da educação, Milton Ribeiro, avaliou que o número de ausentes não é considerado alto por estarmos em meio a uma pandemia. Mesmo assim, o Enem 2021 terminou com a menor participação em mais de uma década.
No primeiro dia do Enem 2021, que abordou a área de humanas, as provas trabalharam temas sociais, ligados a indígenas e racismo e músicas brasileiras. Já no segundo dia, os participantes resolveram questões de exatas e da natureza. Professores consideraram os temas tradicionais e destacaram a ausência de perguntas sobre a pandemia. Química e Física foram consideradas as provas mais difíceis pelos inscritos.
A redação do Enem 2021 teve como tema: "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil". Professores e alunos comentaram que ficaram surpresos com o assunto.
O Enem Digital 2021 teve 68.892 inscrições confirmadas, mas somente 34 mil estudantes participaram das provas, uma abstenção de 50,1%. Novidade do Governo Bolsonaro, Enem Digital foi marcado por erros e baixa adesão.
Os gabaritos do Enem 2021 foram liberados ontem, 1º de dezembro. Já as notas devem sair no dia 11 de fevereiro de 2022, conforme o ministro Ribeiro.
Novo estado
Um projeto que defende a criação de um novo estado brasileiro está em tramitação no Senado. O projeto almeja que o estado em questão se chame Tapajós e que englobe 43,15% do atual território do Pará, totalizando 538,049 mil km².
Ainda conforme o projeto, Tapajós teria como capital a cidade de Santarém e mais 22 municípios. Também concentraria 15% da população paraense, o que equivale a 2 milhões de habitantes.
Mas, para que o estado de Tapajós realmente seja criado, é necessário passar por várias etapas, entre as quais, consulta à população.
Mundo
COP 26
O primeiro dia de discursos da Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em 1º de novembro, foi representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Segundo ele, o Brasil agora deverá zerar o desmatamento ilegal até 2028; antes a previsão era 2026.
Conforme o novo cronograma apresentado por Leite, o plano de desmatamento ocorrerá da seguinte maneira:
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Até 2024: menos 15% de desmatamento
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Em 2025 e 2026: menos 40% de desmatamento
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Até 2027: menos de 50% de desmatamento
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Até 2028: 0% de desmatamento ilegal
A Human Rights Watch afirmou que o Brasil precisa de ações urgentes para acabar com o desmatamento na Amazônia e que a meta apresentada por Leite "não exige a adoção de um plano operativo, com metas e ações, para sua implementação até setembro de 2022".
A COP26 terminou no dia 13 de novembro. Na ocasião, representantes de quase 200 países-membros assinaram um texto que prevê a redução gradativa dos subsídios aos combustíveis fósseis e do uso do carvão.
Leia também: incêndios na Europa e discussões climáticas em 2021
Nicarágua
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi reeleito no dia 8 de novembro para seu quarto mandato de cinco anos com 75% dos votos. Walter Espinosa, que ficou em segundo lugar, é acusado de ser aliado de Ortega.
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, considera que as eleições da Nicarágua foram uma “farsa”. Por outro lado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reforçou seu apoio a Ortega.
Ortega venceu as eleições para presidente pela primeira vez em 2007. Em abril de 2018, iniciou-se uma crise política na Nicarágua que levou o país a uma espiral de violência praticada pelas forças que defendem o presidente.