Conheça os brasileiros medalhistas de ouro na Olimpíada de Matemática da Ásia

Estudantes do ensino médio do Maranhão e do Rio de Janeiro mostram como se dar bem em competições com dicas simples e práticas

Em 27/08/2018 07h00 , atualizado em 18/10/2021 16h06
Por Silvia Tancredi
Robson e Francisco ganharam medalha de ouro na AIMO 2018

Qual a receita para mandar bem em olimpíadas científicas? Segundo Robson e Francisco, ganhadores de medalhas de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática da Ásia (AIMO) 2018, as dicas são simples e práticas. 

Selecionados pelas suas escolas, Robson do Nascimento, 16 anos, do Maranhão, e Francisco Martins, 18 anos, do Rio de Janeiro, já tinham participado de competições no Brasil, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Porém, de acordo com os estudantes, o nível da olimpíada asiática foi mais elevado porque a prova exigia conhecimentos que não são ensinados no ensino médio brasileiro.

Além disso, segundo destaca Maria Helena Baccar, coordenadora de matemática do colégio Pedro II, onde estuda Francisco, a prova foi toda em inglês. “Os estudantes sentiram um pouco de dificuldade pela língua, mas, como a matemática tem uma linguagem universal, foi compatível com as provas que eles costumam fazer no Brasil”, explica.

Na AIMO, os estudantes têm duas horas para resolver 30 questões. A olimpíada asiática foi realizada no início de agosto, em Bangcoc, na Tailândia.

Veja também: o que pode cair de Matemática no Enem e dicas de como estudar

É ouro!

Robson estuda no IFMA

Robson acredita que participar da AIMO foi uma experiência única, por ter representado o seu estado e o Brasil, e ainda mais por ter ganho a medalha de ouro. Junto com ele, somente mais dois brasileiros conseguiram esse feito.

O estudante maranhense diz que a medalha tem um valor especial. “O prêmio significa que o Maranhão e o Nordeste como um todo têm potencial, somente falta investimento na educação”, avalia. Ele cursa o 2º ano do Ensino Médio no Instituto Federal do Maranhão (IFMA). 

Para o carioca Francisco, estar na olimpíada foi uma experiência incrível. “Adorei participar dela por entrar em contato com outras pessoas, culturas, fazer novas amizades, trocar experiências com pessoas de todo o mundo”, analisa.

E ter ganhado a medalha? “Significou um momento incrível, emocionante, fiquei surpreso! Todos se juntaram para me abraçar. Chorei de emoção. Foi sensacional!”, comemora.

Dicas

Estar no Ensino Médio e participar de uma olimpíada é fantástico, conforme destacam a coordenadora e os vencedores. Mas, para isso, é preciso dedicação e foco. 

Os três separaram dicas para você que pretende se aventurar no universo das olimpíadas, tanto brasileiras, quanto internacionais. A propósito, alguns conselhos também servem para se dar bem na prova de matemática no Enem. Anote!

    • Conheça a prova, o que já foi cobrado, o estilo das questões;      

  • Acesse o site da OBMEP, pois há muito material e banco de questões;      

  • Baixe provas anteriores da olimpíada na qual vai participar;      

  • Veja videoaulas pela internet;      

  • Organize-se, monte seu próprio cronograma de estudos;      

  • Procure seu professor de matemática e demonstre interesse em participar de tais competições;      

  • Peça para a escola na qual estuda analisar seu potencial e inscrevê-lo nas competições;      

  • Não se limite à escola, procure saber mais sobre a matemática na sua casa também, como, por exemplo, pela internet;      

  • Estude em grupo também, trocando ideia com seus colegas e comparando os resultados;      

  • Treine, estude diariamente, faça muitos exercícios de matemática, esforce-se para desenvolver seu raciocínio;      

  • Não se preocupe se errar alguma questão. Caso isso aconteça, faça o exercício de outra maneira para expandir a criatividade;      

  • Comece participando de competições menores, ou se achar difícil a de matemática, inscreva-se em olimpíadas de outras disciplinas;      

  • Acredite em você, perceba o seu potencial e corra atrás do que quer.

Futuro

Francisco estuda no colégio Pedro II no Rio de Janeiro

Tanto Robson como Francisco gostam da área de exatas. O estudante maranhense deseja ingressar no curso de Engenharia Eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), considerado o vestibular mais difícil do País. Ele também vai fazer vestibulares em universidades públicas do seu estado, como a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). 

Confira também: 10 dicas para passar no vestibular do ITA

Atuar na carreira de Matemática é a opção de Francisco para o futuro. O carioca vai fazer o Enem para se inscrever no SiSU e tentar vaga no curso oferecido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).