Quais são os conteúdos de História que mais caem no Enem?

História é uma das disciplinas que fazem parte da prova de Ciências Humanas e suas tecnologias, por isso é importante saber os assuntos mais cobrados nessa parte do Enem.
Por Daniel Neves Silva

Estudante escreve em caderno e, ao lado, há as provas do Enem do primeiro e segundo dias.
Dominar os temas mais recorrentes de História no Enem é uma boa forma de se preparar para o exame. [1]
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Quer saber quais os conteúdos de História que mais aparecem no Enem? Primeiramente, você deve ter ciência de que História é uma das disciplinas que compõem a área de Ciências Humanas e suas tecnologias. Essa área é composta por 45 questões que são divididas com outras áreas das Ciências Humanas, que são Geografia, Sociologia e Filosofia.

Vamos entender agora quais são os conteúdos recorrentes e ver exemplos de questões.

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Quais são os conteúdos de História que mais caem no Enem?

É importante que o aluno tenha um amplo conhecimento sobre História Geral e História do Brasil, pois existem temas recorrentes desses dois tópicos. Vejamos a lista dos assuntos mais recorrentes no Enem.

Outros temas que merecem atenção são as Grandes Navegações e temas de História relacionados com história afro-brasileira e história dos povos indígenas. Uma dica para entender a abordagem do Enem nesses assuntos é resolver as provas antigas para ter mais familiaridade com o modelo adotado nas questões.

Exemplos de questões de História no Enem

Seguem exemplos de questões do Enem que cobram alguns dos conteúdos apresentados.

(Questão 52 – Prova Azul – Enem 2021) Durante os anos de 1854-55, o governo brasileiro — por meio de sua representação diplomática em Londres — e os livre-cambistas ingleses — nas colunas do Daily News e na Câmara dos Comuns — aumentaram a pressão pela revogação da Lei Aberdeen. O governo britânico, entretanto, ainda receava que, sem um tratado anglo-brasileiro satisfatório para substituí-la, não haveria nada que impedisse os brasileiros de um dia voltarem aos seus velhos hábitos.

BETHELL, L. A abolição do comércio brasileiro de escravos. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

As tensões diplomáticas expressas no texto indicam o interesse britânico em

a) estabelecer jurisdição conciliadora.

b) compartilhar negócios marítimos.

c) fomentar políticas higienistas.

d) manter a proibição comercial.

e) promover o negócio familiar.

Resposta:

Letra D

A questão envolve o Segundo Reinado e traz uma informação sobre a Lei Bill Aberdeen. Essa lei de 1845 concedia à marinha inglesa o direito de monitorar o Atlântico Sul, aprisionando os navios negreiros que levavam africanos escravizados até o Brasil. Foi a forma da Inglaterra de pressionar o Brasil pelo fim do tráfico negreiro.

No contexto dessa questão, as autoridades inglesas demonstraram a intenção de manter a proibição comercial até obter maiores garantias de que o Brasil não desrespeitaria a proibição do tráfico negreiro, em vigor no Brasil desde 1850 por meio da Lei Eusébio de Queirós.

(Questão 67 – Prova Azul – Enem 2021) Nem guerras, nem revoltas. Os incêndios eram o mais frequente tormento da vida urbana no Regnum Italicum. Entre 880 e 1080, as cidades estiveram constantemente entregues ao apetite das chamas. A certa altura, a documentação parece vencer pela insistência do vocabulário, levando até o leitor mais crítico a cogitar que os medievais tinham razão ao tratar aqueles acontecimentos como castigos que antecediam o julgamento final. Como um quinto cavaleiro apocalíptico, o incêndio agia ao feitio da peste ou da fome: vagando mundo afora, retornava de tempos em tempos e expurgava justos e pecadores num tormento derradeiro, como insistiam os textos do século X. O impacto acarretado sobre as relações sociais era imediato e prolongava-se para além da destruição material. As medidas proclamadas pelas autoridades faziam mais do que reparar os danos e reconstruir a paisagem: elas convertiam a devastação em ocasião para alterar e expandir não só a topografia urbana, mas as práticas sociais até então vigentes.

RUST, L. D. Uma calamidade insaciável. Rev. Bras. Hist., n. 72, maio-ago. 2016 (adaptado).

De acordo com o texto, a catástrofe descrita impactava as sociedades medievais por proporcionar a

a) correção dos métodos preventivos e das regras sanitárias.

b) revelação do descaso público e das degradações ambientais.

c) transformação do imaginário popular e das crenças religiosas.

d) remodelação dos sistemas políticos e das administrações locais.

e) reconfiguração dos espaços ocupados e das dinâmicas comunitárias.

Resposta:

Letra E

A questão faz uma menção ao renascimento urbano que foi iniciado na passagem da Alta para a Baixa Idade Média. No texto há uma menção a uma possível desorganização e falta de estrutura urbana que resultavam em incêndios catastróficos. Além da destruição material, esses incêndios permitiam que as autoridades medievais realizassem grandes obras de reformas urbanas e que refletiam também em transformações nas relações sociais dos núcleos urbanos.

(Questão 69 – Prova Azul – Enem 2021) O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), pretendeu construir um Estado capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave desse projeto tinha no território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas então instituições encarregadas de fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como o Conselho Nacional de Geografia, o Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este de 1938.

LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponivel em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 7 nov. 2014 (adaptado).

A criação dessas instituições pelo governo Vargas representava uma estratégia política de

a) levantar informações para a preservação da paisagem dos sertões.

b) controlar o crescimento exponencial da população brasileira.

c) obter conhecimento científico das diversidades

d) conter o fluxo migratório do campo para a cidade.

e) propor a criação de novas unidades da federação.

Resposta:

Letra C

A questão aborda o período da Era Vargas apontando a vontade desse governo de desenvolver uma nova sociedade nacional. Para que isso acontecesse, foram criados institutos como o IBGE, cujo papel era o de realizar levantamento de dados socioeconômicos da população brasileira, de maneira a entender melhor as complexidades e diversidades da sociedade e permitir que as políticas públicas do governo pudessem ser mais bem encaminhadas por meio dessas informações. Essa é uma questão interdisciplinar porque aborda conhecimentos de duas disciplinas: História e Geografia.

(Questão 73 – Prova Azul – Enem 2021) Quando Getúlio Vargas se suicidou, em agosto de 1954, o país parecia à beira do caos. Acuado por uma grave crise política, o velho líder preferiu uma bala no peito à humilhação de aceitar uma nova deposição, como a que sofrera em outubro de 1945. Entretanto, ao contrário do que imaginavam os inimigos, ao ruído do estampido não se seguiu o silêncio que cerca a derrota.

REIS FILHO, D. A. O Estado à sombra de Vargas. Revista Nossa História, n. 7, maio 2004.

O evento analisado no texto teve como repercussão imediata na política nacional a

a) reação popular.

b) intervenção militar.

c) abertura democrática.

d) campanha anticomunista.

e) radicalização oposicionista.

Resposta:

Letra A

Nova menção a Getúlio Vargas, dessa vez em relação ao seu segundo governo, que aconteceu entre os anos de 1951 e 1954, durante o período intermediário entre a Era Vargas e a Ditadura Militar e conhecido como República de 1946. Na questão apresentada, a menção é ao suicídio de Getúlio Vargas como resultado da enorme crise política em seu segundo governo.

A crise era resultado, principalmente, do atentado da Rua Tonelero e das acusações de Carlos Lacerda de que Vargas era o mandante do crime — embora as investigações não tenham chegado ao nome de Vargas. Getúlio rejeitou renunciar e cometeu suicídio em agosto de 1954, gerando uma enorme comoção popular, seguida de uma revolta que se voltou contra os inimigos do presidente.

Créditos da imagem:

[1] Gabriel_Ramos e Shutterstock

 

Por Daniel Neves Silva
Professor de História