Brasileiros medalhistas na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia dão dicas de estudos
Estudantes do ensino médio falam sobre a rotina de preparo para as competições e a relação com as provas do Enem e vestibulares.
A rotina de aulas expositivas não é a única prática de estudos para alguns alunos dos ensinos fundamental e médio do Brasil. Diversas Olimpíadas Escolares movimentam estudantes, professores e escolas, promovendo conhecimento e competição.
É assim no caso de diversas disciplinas: Matemática, Língua Portuguesa e História, por exemplo. Mas há quem prefira conteúdos que não estão na grade da educação básica, como Astronomia.
Em 2017, um grupo de brasileiros participou da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia (OLAA), que aconteceu durante o mês de setembro, no Chile. E o Brasil foi premiado na competição com quatro medalhes de ouro e uma de prata.
As provas da OLAA foram divididas em parte teórica, prática e de reconhecimento do céu. A primeira foi organizada em duas etapas: individual e em grupo, mesclando as delegações. Os competidores ainda participaram de uma prova de lançamento de foguetes em grupos multinacionais. A avaliação de reconhecimento do céu real foi individual e exigiu o manuseio de telescópio.
Motivação
A estudante Miriam Harumi, de 17 anos, já participou de outras competições, mas sempre tendeu para as disciplinas de exatas, por influência do pai que é engenheiro. Miriam é estudante do 3º ano do ensino médio em um colégio de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Durante a preparação para as Olimpíadas, tanto a edição brasileira (OBA) quanto a Latino-Americana, a estudante conta que usou de muitas questões anteriores para estudar e teve acesso a livros da área. Além disso, a ajuda dos professores na escola foram de fundamental importância.
Na preparação para as competições de Astronomia, das quais participa desde o 8º ano do ensino fundamental, Miriam aproveitou muito os conteúdos estudados, especialmente no que diz respeito à disciplina de Física. “A única desvantagem foi ter que abdicar um pouco do tempo que seria dedicado às matérias de humanas”, completa.
Além da influência do pai, as competições ajudaram na escolha do curso superior. Miriam quer fazer Engenharia de Materiais, que une Matemática, Química e Física.
Exatas na prática
Para o estudante Henrique Barbosa de Oliveira, de 18 anos, o grande benefício das Olimpíadas de Astronomia é ver alguns conceitos aprendidos na escola serem aplicados na prática. Segundo ele, isso contribui para aumentar o interesse pelos estudos, especialmente pelas disciplinas de exatas.
Outra vantagem em participar de disputas escolares, segundo Henrique, é o fato de o espírito de competição manter os concorrentes focados e motivados para seguir aprendendo. O estudante paulista considera vantagem o caráter interdisciplinar das provas da OLAA, pois isso ajuda na preparação para as provas do Enem.
“As competições permitem colocar em prática aquilo que aprendemos na escola e ajudam nas disciplinas de exatas cobradas no Enem” (Henrique de Oliveira)
Aprender a aprender
O estudante Bruno Piazza, de 17 anos, também foi medalhista de ouro na OLAA 2017 e aponta como benefício da competição a autonomia nos estudos. Além das aulas específicas que a escola ofereceu durante a preparação para as provas, o estudante explica que “foi necessária uma dedicação extrema em casa, com a resolução de muitos exercícios de livros e listas indicados pelos professores”.
Bruno pontua também que a participação em olimpíadas escolares proporciona uma facilidade em perceber o melhor jeito de estudar. “As olimpíadas despertam o interesse pelos estudos, mesmo que seja por uma área específica, tendo em vista que requer um conhecimento aprofundado da matéria”, completa.
Dicas
Os medalhistas em Olimpíadas Escolares separaram algumas dicas de estudos para quem quer se preparar para o Enem ou Vestibulares. Anote!
- Dedique tempo aos estudos, criando uma rotina;
- Organização: separe livros e cadernos para os estudos;
- Faça muitos exercícios, não fique apenas na resolução pronta, mas resolva você mesmo algumas questões;
- Busque provas anteriores;
- Conheça os conteúdos e a frequência com que aparecem nas provas que você pretende fazer;
- Na área de exatas, não busque aprender mais do que é exigido nas provas, isso pode prejudicar conteúdos básicos do ensino médio;
- Relacione os conteúdos, pois o enunciado de uma questão pode ajudar a responder outra.