Senado recebe ministro da Educação para explicações sobre erro nas notas do Enem 2019

Abraham Weintraub apresentou um balanço sobre o exame e também abordou as polêmicas do SiSU 2020/1.
Em 11/02/2020 12h46 Por Lorraine Vilela Campos

Crédito da Imagem: Brasil Escola
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, compareceu à sessão da Comissão da Educação do Senado Federal na manhã desta terça-feira, 11 de fevereiro, para falar sobre os erros nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 e sobre problemas encontrados no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) 2020/1.

Saiba como usar as notas do Enem 2019

Acompanhado do presidente do Inep, Alexandre Lopes, Weintraub apresentou aos senadores um balanço sobre o Enem 2019 e falou sobre os acontecimentos após a divulgação das notas no dia 17 de janeiro. Em 18/1, o ministro admitiu que houve um erro na pontuações de algumas provas do segundo dia do exame e, em 20 de janeiro, o Inep confirmou que foram atingidos pela falha mas de 5 milhões de participantes, os quais tiveram suas notas corrigidas após revisão. 

Os candidatos tiveram menos de um dia para solicitar que as notas fossem revisadas, em um canal que o Inep criou especificamente para o Enem 2019. Na ocasião, o MEC registrou 172 mil pedidos de revisão pelo e-mail disponibilizado pelo instituto, além de cerca de 85 mil interações nas redes sociais do órgão. 

Sobre a revisão, Weintraub afirmou que todas as 3,9 milhões de provas foram analisadas individualmente e foram corrigidas conforme as quatro cores de gabaritos disponíveis para identificar possíveis erros. Os gabaritos foram checados por 700 técnicos do Inep, pelo consórcio aplicador (FGV e Cesgranrio) e pela gráfica, por meio de um sistema. 

De acordo com o ministro, foi aberto um processo administrativo contra a gráfica responsável pela impressão das provas do Enem 2019, já que a justificativa do órgão é de que o erro nas notas decorreu de uma falha no momento em que os gabaritos foram impressos. Weintraub informou que licitação para contratação da gráfica que será responsável pela impressão das provas do Enem 2020. 

Polêmicas no SiSU 

A principal polêmica desta edição do SiSU foi a suspensão da divulgação do resultado. Para evitar que candidatos fossem prejudicados pelo erro nas notas do Enem 2019, a Justiça Federal suspendeu a publicação das notas até que o MEC comprovasse revisão das notas e o método utilizado para a correção das provas.  

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A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso solicitando a liberação da divulgação do resultado, mas o Tribunal Regional Federal da 3ª região (TRF-3) negou o pedido. A AGU recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que liberou a publicação das notas no fim da tarde de 28 de janeiro. 

  • Notas de Corte

Durante o período de inscrições, de 21 a 26 de janeiro, estudantes relataram problemas nas notas de corte do SiSU 2020/1. Sobre o caso, o ministro disse que a quantidade de pessoas que tiveram as notas calculadas de forma errada não causaria impacto na pontuação de corte. 

"5.100 pessoas de um universo de 4 milhões, elas individualmente são relevantes, mas estatísticamente o impacto na nota média de corte é inexistente" - Abraham Weintraub sobre o impacto do erro do Enem no SiSU

  • Dificuldade na inscrição

Outro problema encontrado no SiSU 2020/1 foi a dificuldade que muitos candidatos encontraram para a realização da inscrição, já que o site apresentava quedas ou o cadastro se desconectava automaticamente. De acordo com o ministro, a instabilidade no sistema de inscrição e algumas interrupções foram causadas pelo grande acesso simultâneo. 

  • Adiamento da lista de espera

O ministro não comentou sobre o motivo do adiamento do envio da lista de espera para as instituições de ensino participantes do SiSU 2020/1. O cronograma oficial previa que os nomes dos candidatos fossem repassados para as universidades em 7 de fevereiro para, a partir daí, serem definidas as próximas chamadas da seleção. 

Na sexta-feira passada (7/2), as instituições alegaram que o MEC não encaminhou as listas à elas. Somente à noite, uma nota oficial foi publicada no site do Ministério da Educação informando o adiamento da divulgação para as universidades, sendo a nova data a última segunda-feira, 10 de fevereiro. 

As instituições tiveram acesso aos nomes dos candidatos que manifestaram interesse pela lista de espera do SiSU na segunda-feira (10). As chamadas serão feitas com base na relação dos interessados, dentro do número de vagas disponíveis, sendo de responsabilidade das universidades a convocação. O prazo final para que os concorrentes sejam chamados está marcado para 30 de abril.