A redação no Enem: como fazer uma redação “nota mil”?

Estudantes precisam conhecer as cinco competências avaliadas na redação do Enem.
Em 17/10/2019 15h11 , atualizado em 18/10/2019 09h57 Por Oficina do Estudante

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Mais uma edição do Enem se aproxima e as dúvidas quanto a fazer uma boa redação reacendem nos candidatos. Afinal, o que é preciso para que uma redação obtenha nota máxima no Enem 2019?

Em primeiro lugar, é preciso saber que o gênero solicitado na prova é dissertativo-argumentativo. Assim, é preciso que o candidato defenda uma tese – opinião sobre o tema proposto – apoiada em argumentos sólidos, estruturados com coerência e coesão, compondo uma unidade textual. Os temas, geralmente, são de ordem social, cultural, política ou científica. Parece difícil? Mas, de fato, não o é. Como os critérios de correção do texto são bastante específicos, para se fazer uma boa redação é preciso estar atento a eles. Conheça-os e aproveite as dicas!
    
1) Domínio da modalidade formal da Língua Portuguesa

É preciso que o candidato esteja atento a aspectos como: convenções da escrita (ortografia, acentuação, translineação, uso de letras maiúsculas e minúsculas); gramaticais (concordância, regência, colocação pronominal); escolha de registro (adequação à modalidade formal, sem uso de termos coloquiais) e escolha lexical (vocabulário preciso).

Dicas: na reta final dos estudos, faça uma revisão sobre os tópicos listados; evite usar palavras que você desconheça a aplicação e livre-se das marcas de oralidade.

2) Compreensão da proposta de redação e à aplicação de conceitos de variadas áreas do conhecimento para desenvolver o tema, seguindo a estrutura do texto dissertativo-argumentativo.

Assim, o texto deve defender uma ideia – por meio de uma argumentação consistente – e deve ser diretamente ligado ao tema, por isso é preciso que o candidato faça uma leitura atenta e cuidadosa da proposta de redação e dos textos motivadores que a compõe. Além disso, o candidato deve ser capaz de relacionar o tema a outras áreas do conhecimento (científica, cultural, sociológica, política, histórica, por exemplo), para demonstrar que ele está atualizado em relação ao que acontece no mundo. É importante destacar que essas informações devem ser usadas de modo produtivo, evidenciando que servem a um propósito específico.  

Dicas: certifique-se de que você não esteja fazendo uma simples exposição de ideias: lembre-se de que o seu texto deve defender uma tese sobre o tema; evite usar informações soltas ou desconectadas do tema.

3) Seleção, à relação, à organização e à interpretação de fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Isso quer dizer que o texto deve ser inteligível, coerente, plausível e organizado em relação à distribuição dos argumentos. Deve haver, portanto, relação de sentido entre as partes do texto, precisão vocabular, seleção pertinente de argumentos, progressão temática e adequação entre o conteúdo do texto e o mundo real.

Dicas: interprete os textos motivadores e não faça cópias de trechos deles; certifique-se de que esteja desenvolvendo um argumento por parágrafo (faça um projeto de texto antes do início da sua produção), a fim de que as ideias sejam corretamente hierarquizadas.

4) Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Dessa forma, os aspectos avaliados são relacionados à estruturação lógica e formal entre as partes do texto. Isso significa que os períodos e os parágrafos devem estabelecer, entre si, uma relação que garanta a interdependência de ideias e a sequenciação coerente do texto. Esse encadeamento de ideias deve ser garantido pelo uso de elementos coesivos (conjunções, preposições, advérbios/locuções adverbiais) no início de cada parágrafo – exceto na introdução, já que esta não está ligada a nenhum parágrafo anterior – e no meio deles.

Dicas: estude sobre os elementos coesivos e as relações que eles estabelecem; lembre-se: quanto mais vezes e com mais qualidade usá-los, mais alta será a sua nota nesse critério.

5) Proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Nesse momento do texto, é preciso encontrar uma solução para o problema discutido ao longo do processo de escrita. Para isso, é preciso que haja um agente (ator social competente para executá-la), uma ação interventiva, os meios de aplicação dessa proposta e a sua finalidade.

Dicas: evite criar duas ou mais ações, sem detalhamento delas; proponha apenas uma ação e detalhe-a (o que será feito? / quem irá fazer? / de que forma? / para quê?); lembre-se de não ferir os direitos humanos.

Leia: como não ferir os direitos humanos na redação do Enem

É importante ressaltar, ainda, que cada critério de correção da redação do Enem vale 200 pontos e é graduado de 40 em 40 pontos, de acordo com o nível de qualidade de cada exigência. Agora que você já conhece os requisitos para uma “nota mil” na redação do Enem, prepare-se, treine e boa sorte!


Texto produzido pela professora Fabiana Gomes de Camargo, do Colégio Oficina do Estudante, especialista em Língua Portuguesa pela PUC-SP e MBA em Gestão Escolar pela USP.