O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a falar que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 não terá questões classificadas por ele como ideológicas. A afirmação foi feita no programa Brasil em Pauta, exibido ontem, 24 de setembro, pela da TV Brasil, da EBC.
Segundo o ministro, a prova será objetiva e que o único interesse do MEC é selecionar as melhores pessoas para ocupar as vagas nas faculdades.
“Não vai cair ideologia, a gente quer saber de conhecimento científico, técnico, de capacidade de leitura, de fazer contas, de conhecimentos objetivos”. (Abraham Weintraub, ministro da Educação).
É a segunda vez que Weintraub afirma que o Enem 2019 não cobrará questões ideológicas. Em abril, durante vídeo publicado na rede social do presidente Jair Bolsonaro, o ministro criticou as últimas edições do exame que, segundo o atual Governo, tinha questões de ideologia de esquerda.
Polêmica
As polêmicas sobre as questões do Enem começaram em 2015, quando um item de Ciências Humanas abordou o feminismo por meio de um texto da escritora Simone Beauvoir. No Enem 2018, uma questão citou o pajubá, dialeto criado por gays e travestis. A questão não cobrava conhecimento do pajubá, mas o que o caracterizava como um dialeto.
Fiscalização das questões do Enem
Em março deste ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou a criação de uma comissão para analisar as questões que constituem o Banco Nacional de Itens do Enem. Conforme nota do órgão, a análise das perguntas seria para a verificação de "sua pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame”.
O trabalho da comissão criada pelo Inep foi concluído em abril, mas não foi divulgado nenhum posicionamento oficial sobre a análise realizada com a justificativa de "caráter sigiloso".
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público Federal (MPF) pediu explicações ao Inep sobre a criação da comissão por duas vezes. A primeira solicitação foi em relação ao Enem 2018 e o que ocasionou a necessidade de se revisar o Banco de Itens, dados que o instituto afirma ter enviado. No entanto, a Procuradoria considerou insuficiente o material e solicitou informações sobre os critérios adotados pelo órgão. Depois disso, não foram divulgadas mais informações sobre o caso.