Medicina ou Direito?

Saiba o que considerar, além de tradição e prestígio social, para escolher o curso de Direito ou Medicina
Por Wanja Borges

Apesar de diferentes, muitos estudantes ainda têm dúvidas se prestam vestibular para Medicina ou Direito
Apesar de diferentes, muitos estudantes ainda têm dúvidas se prestam vestibular para Medicina ou Direito
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A conclusão do ensino médio é um divisor de águas para muitos estudantes. Enquanto uns comemoram o encerramento de mais uma etapa de suas vidas, principalmente acadêmica, outros começam a se preocupar com uma etapa não menos importante: a escolha do curso ao qual vão concorrer no vestibular e, consequentemente, que pautará sua trajetória profissional. 

Para uma parte dos estudantes, a escolha é fácil. Para a maioria, nem tanto. A responsabilidade de escolher, sozinho, uma carreira para a sua vida e o medo de tomar a decisão errada enche a cabeça dos vestibulandos de dúvidas, angústias e incertezas, por isso, muitos preferem escolher profissões mais tradicionais ou com maior prestígio social, como Medicina e Direito

Mesmo sendo totalmente diferentes, é mais comum do que se imagina encontrar estudantes que só cogitam essas hipóteses e têm dúvidas sobre qual dos dois cursos escolher, muitas vezes por tradição e influência familiar ou pelo que conhecem do mercado de trabalho, já que são vistas como carreiras promissoras. O que eles esquecem é que as duas graduações apresentam características e habilidades específicas. 

Diferenças

Medicina é um curso da área de Ciências da Saúde e, atualmente, o mais disputado nas universidades do país. Com duração de seis anos, é considerada a graduação mais longa, mas os estudos não param por aí. Há, ainda, a residência médica em determinada área, que vai de dois a cinco anos. O grande número de vagas e os altos salários chamam atenção, mas o nível de exigência, dedicação e estudo antes, durante e depois da faculdade também não pode ser esquecido.

Por outro lado, Direito integra a área de Ciências Sociais Aplicadas e é um dos cursos que oferecem o maior número de vagas no Brasil. Normalmente possui duração de cinco anos, contudo, após a conclusão do curso, os bacharéis devem se submeter ao temido Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para exercício da profissão. Também é um curso que exige muito estudo em todas as etapas. 

Para atuar no segmento de Medicina, o profissional precisa se interessar por ciências e corpo humano e ter autocontrole, equilíbrio profissional e disponibilidade para uma alta carga horária de trabalho e lidar diretamente com a saúde e vida das pessoas. Já para Direito, é preciso ter conhecimento sobre língua portuguesa, filosofia, lógica, política e economia, além de senso crítico, capacidade de convencimento e espírito de investigação para promover a igualdade de direitos e lutar pela justiça. 

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Avaliação

Para o coordenador pedagógico do colégio Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, o aluno que está com dúvida entre Direito e Medicina, na verdade, não quer nem uma carreira nem outra. “Ele não se conhece muito bem. Pode ser que ele esteja em dúvida por pressão externa ou, sem ao menos conhecer o processo de formação dos dois cursos, tenha criado uma imagem de que as pessoas que os fazem são bem-sucedidas”, alerta. 

Tasinafo recomenda que o aluno se atenha a três pontos, caso esteja na dúvida entre os dois cursos: 1) pense por que deseja essa ou aquela profissão e avalie qual é a mais vantajosa, independentemente de influência de pressões externas; 2) visite sites de universidades para ver as disciplinas que são oferecidas em cada carreira e converse com alunos do curso; e 3) converse com mais de um profissional da área para ter opiniões isentas. 

Portanto, se você também se faz essa pergunta, tente analisar primeiro por que você quer Medicina e Direito e o que te chama atenção em cada um dos cursos ou até mesmo o que você não gosta neles. Avalie de que forma a opinião ou pressão dos seus pais pode estar interferindo na sua escolha e, se necessário, chame-os para uma conversa. Também é importante avaliar as características do curso, bem como o ambiente ligado à profissão, a rotina de tarefas, o ritmo de trabalho e outras questões ligadas ao exercício profissional.

E, após definir o curso e garantir aprovação no vestibular, se você achar que não fez a escolha certa, não se preocupe. Você não precisa permanecer no curso só por que logrou êxito no processo seletivo. O importante é gostar do que se faz, seja na faculdade ou no mercado de trabalho. Mas também não se precipite. O início do curso não diz muito sobre sua totalidade. Aguarde um tempo, converse com professores ou estudantes de outros períodos e se inteire mais sobre a graduação antes de tomar qualquer decisão. No mais, boa sorte!