A Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovou as cotas para negros (pretos e pardos, segundo o IBGE) para seus vestibulares. A reserva de vagas foi aprovada no Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, em votação da reunião plenária do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP).
Veja também: Pretos e pardos ultrapassam brancos no ensino superior público
As cotas para negros valerão a partir do Vestibular de Inverno 2020 e estarão presentes nos processos seletivos tradicionais de Inverno e Verão da UEM, mas NÃO farão parte do Processo de Avaliação Seriada (Pas).
De acordo com a UEM, a divisão das vagas oferecidas nos Vestibulares de Inverno e Verão ficará da seguinte forma:
– 60% das vagas para ampla concorrência.
– 20% das vagas para cotas sociais (já existentes).
– 20% das vagas para as cotas para negros: 3/4 vão para negros de baixa renda e 1/4 para negros que não sejam de baixa renda.
Inclusão na universidade
A universidade ressalta que o IBGE nomeia como negros os pretos e pardos, por isso, tais estudantes são contabilizados como população negra. Levantamento feito pela UEM mostra que os alunos negros representam 20,37% dos matriculados na instituição.
A luta pelas cotas para negros na UEM ganhou força em 2018 com as solicitações do Coletivo Yalodê-Badá, do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afrobrasileiros (Neiab) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE). A causa teve apoio da população estudantil por meio de um abaixo-assinado com mais de 3 mil participações e incentivo de movimentos sociais.
O IBGE divulgou em 13 de novembro um estudo em que identificou que pretos e pardos representam 50,3% das matrículas das universidades públicas, ultrapassando o número de brancos pela primeira vez. A adoção de cotas faz parte das ações que alavancaram a presença desta parcela da população no ensino superior público brasileiro.