Dia do Engenheiro Eletricista: conheça a profissão na prática

Engenheiras eletricistas compartilham suas experiências e trajetórias na profissão
Em 23/11/2023 06h00 , atualizado em 23/11/2023 13h25 Por Lucas Afonso

Fotos das entrevistas Camila Mota e Rayane Lima, fundo transparente que indica uma torre elétrica
Em 23 de novembro é comemorado o Dia do Engenheiro Eletricista.
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O Dia do Engenheiro Eletricista é celebrado nesta quinta-feira (23). A data foi criada em 2009 e faz referência à inauguração do Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá, em 1913. A instituição foi pioneira na formação de engenheiros mecânicos-eletricistas no Brasil.

Os profissionais formados em Engenharia Elétrica atuam na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Nesse sentido, as e os engenheiros eletricistas trabalham com circuitos e sistemas integrados, desenvolvendo pesquisas, projeções, criações, instalações e manutenções.

Os estudantes e profissionais da área devem ter familiaridade e interesse por disciplinas como Física e Matemática. Entre as áreas de atuação da Engenharia Elétrica estão a Eletrotécnica, Eletrônica, Microeletrônica, Telecomunicações e Construção Civil.

O Brasil Escola conversou com engenheiras eletricistas que compartilham suas experiências e trajetórias profissionais. 

Confira: Tudo sobre o curso, a profissão e o mercado de trabalho da Engenharia Elétrica 

Engenharia Elétrica na prática

A goiana Camila Mota (31) se formou em Engenharia Elétrica em 2016 e continuou nos estudos da área, desenvolvendo pesquisas no mestrado e doutorado.

Atualmente ela concilia a pesquisa de doutorado na área de automação com outros dois cargos. Camila é Gerente de Pesquisa e Estatística de Energia, no governo de Goiás, e também é professora da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

Camila Mota é uma mulher branca que está com os braços cruzados na foto
Camila Nayara Santos Mota, engenheira eletricista.
Crédito: Arquivo Pessoal. 

O fato de ter afinidade na área de Ciências Exatas a fez buscar por um curso de Engenharia. Durante a graduação, ela se identificou com a área de automoção. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolveu um kit robótico, composto por um robô antropomórfico e uma esteira, ambos automatizados e feitos com sucatas de impressora.

Em seu doutorado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Camila desenvolve uma pesquisa que aborda a Inteligência Artificial (IA) na previsão de consumo de energia de prédios com base no aprendizado em conjunto e na classificação de padrões de consumo de energia. 

A engenheira conta que no início ela identificava menos mulheres atuando na área, porém, hoje em dia, é possível observar uma equidade de gênero na Engenharia Elétrica, afirma. 

Serviço público e educação

O sonho de conquistar o primeiro diploma de ensino superior da família, fez Rayane Lima (28), natural de Açailândia (MA), superar os contantes desafios e concluir a graduação em Engenharia Elétrica.

A maranhense relata que quando adolescente fez um curso de eletricista, direcionado a instalações industriais. A formação técnica possibilitou com que a jovem se apaixonasse pela área.

"De fato, a engenharia elétrica, é uma das engenharias mais difíceis que existe. Mas também, a mais interessante. Poder estudar os bastidores da eletricidade, da telecomunicação, inclusive em como os dados podem ser enviados por meio de luz, eletromagnética e entre outros, é o que me faz ser apaixonada na área."

Rayane Araújo Lima

Rayane está de vestido preto e um campo aberto
Rayane Araúo Lima, engenheria elétrica.
Crédito: Arquivo Pessoal. 

Após se formar na graduação, Rayane continuou os estudos realizando o mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas, especialização em Cyber Segurança e atualmente está no doutorado de Ciências da Computação.

Rayane atua como Gerente de Cidades Inteligentes, no governo de Goiás. Além do cargo de servidora pública, ela é professora do curso técnico em Eletrotécnica do Senai e da graduação na Universidade Federal de Goiás (UFG).

O que faz o engenheiro eletricista?

O engenheiro eletricista atua em processos e trabalhos que envolvem as ações de gerar, transmitir e distribuir energia elétrica. Ou seja, é um profissional requisitado em diferentes setores da economia.

É possível atuar tanto no setor público quanto no privado. As mudanças de transição energética intensificam a importância da Engenharia Elétrica. Confira as áreas de atuação do engenheiro eletricista:

Eletrotécnica

A eletrotécnica é a área da Engenharia Elétrica com foco na eletricidade e, provavelmente, a mais conhecida popularmente. O engenheiro eletricista de tal setor trabalha com a criação e manutenção de sistemas elétricos de usinas e redes de distribuição de energia.

Com grande incidência da Física em seu dia a dia, o profissional lida com redes de alta tensão e especificação de geradores, transformadores e motores.

Dois engenheiros eletricistas em campo
Engenheiros eletricistas atuando em campo.
Crédito: Shutterstock.

Eletrônica

O engenheiro eletricista trabalha com circuitos e sistemas integrados para o funcionamento de aparelhos eletrônicos de diferentes setores. Do computador da sua casa ao utilizado em processos industriais, saiba que tal profissional tem sua contribuição para que o equipamento atenda às suas funções.

Além disso, o engenheiro eletricista também é responsável pela manutenção dos componentes eletrônicos. É possível, ainda, que o profissional trabalhe com a construção de aparelhos de medição utilizados por várias áreas, incluindo outros tipos de engenharia.

Microeletrônica

A microeletrônica é semelhante à eletrônica, já que ambas são Sistemas Eletrônicos. No entanto, tal área foca na pesquisa, projeto e fabricação de novos materiais, dispositivos avançados, circuitos e sistemas integrados em tamanho reduzido.

A área tem crescido nos últimos anos e se tornado presente na rotina da sociedade. A microeletrônica é utilizada para o funcionamento de serviços bancários atuais; em computadores, tablets e celulares; no processo industrial; nos serviços de entretenimento; e até mesmo na Biomedicina.

Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, há três linhas de pesquisa dentro da microeletrônica: Dispositivos Avançados; Sensores Inteligentes (onde entra o uso na biomedicina); Circuitos e Sistemas Integrados.

Telecomunicações

O engenheiro eletricista tem grande importância no ramo de telecomunicações. O profissional é responsável por projetar sistemas e redes (como 4G, por exemplo) para dispositivos móveis, assim como tem a função de construir sistemas de comunicação e processamento digital.

Em resumo, a o engenheiro eletricista da área de telecomunicações é responsável pela criação e por desenvolver equipamentos e serviços para expandir serviços comunicação em rede.

Construção Civil

A Construção Civil demanda uma equipe composta por diferentes engenharias, apesar de o engenheiro civil ser comumente o mais lembrado quando se fala no assunto. No entanto, a Engenharia Elétrica é muito importante no ramo.

O engenheiro eletricista trabalha na construção civil com a projeção e instalação de circuitos elétricos para residências, condomínios, prédios comerciais e indústrias. O profissional também pode projetar e fazer a manutenção de plantas dos empreendimentos da construção civil para evitar acidentes ou mau uso da energia elétrica, causando sobrecarga na rede.

Automação

A automação é a parte responsável pela construção e desenvolvimento de sistemas automatizados ou robotizados para indústrias. Neste setor, o engenheiro eletricista é responsável por toda a construção dos sistemas elétricos.

Não só para a construção dos sistemas elétricos o engenheiro eletricista pode ser contratado dentro do setor de automação. O mercado se mantém aquecido para o profissional, pois o mesmo está apto a fazer a manutenção preventiva de máquinas e aparelhos, assim como ser responsável pelo controle da energia necessária para a instalação da indústria.

Biomedicina/Medicina

Você já imaginou que no processo de produção de uma vacina, por exemplo, é necessária a contribuição do engenheiro eletricista? Apesar de não pensarmos nisso, os equipamentos utilizados na biomedicina, na imunologia, em exames de imagem e em cirurgias demandam profissionais da Engenharia Elétrica para sua projeção, construção e manutenção.

Com a alta procura por procedimentos no ramo da saúde e a corrida pelas vacinas, hospitais, laboratórios, clínicas e indústrias farmacêuticas são opções de contratantes para o engenheiro eletricista.

Nanotecnologia

A utilização da nanotecnologia em produtos e aparelhos demanda a presença do engenheiro eletricista na equipe. Apesar de comumente ligada à aparelhos eletrônicos ou utilizados para fins médicos, tal tecnologia também pode ser encontrada em filtros solares com grande poder de bloqueio de raios UV, em tecidos com proteção contra radiação e em pinturas contra corrosões, por exemplo.

Veja também: Como trabalhar na Petrobras, a maior empresa do Brasil

Profissão de engenheiro eletricista

Confira no vídeo abaixo o relato do engenheiro eletricista Rangel Mendonça sobre o curso e a profissão: