Os dados da da Pesquisa Selo Belta 2018 foram divulgados, oferecendo uma visão sobre o mercado de intercâmbios e educação internacional do Brasil. Com seis mil participantes, tanto estudantes quanto representantes de agências e franqueadas, os resultados mostraram que a maioria dos brasileiros continua a se interessar pelo Canadá e por cursos de inglês como escolha principal, respectivamente, de destino e estudo. A procura por uma formação acadêmica internacional, entretanto, aumentou em 2018.
Segundo a presidente da Belta – Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, Maura Leão, a crise econômica do país impulsiona o interesse por cursos de graduação e também de pós-graduação no exterior. As crescentes escolas internacionais e bilíngues estabelecidas no Brasil ajudam a aumentar o número de estudantes admitidos globalmente, uma vez que costumam oferecer o preparo necessário em todos os requisitos de seleção para uma graduação no exterior.
Outro fator interessante apontado pela pesquisa é que, entre todos os estudantes que viajaram para o exterior em 2018, 62% eram mulheres e 53,8% indicaram sua poupança própria como fonte financiadora – ou seja, pagaram pela própria experiência. Mesmo assim, 49,3% tiveram a ajuda de familiares para bancar os estudos em outro país.
Aumento da média de idade
O envelhecimento da média de faixa etária na pesquisa, de 23,9 anos, pode ser consequência de tudo isso: o interesse por cursos que exigem a idade mínima de 18 anos e o tempo necessário para economizar e se preparar academicamente para a experiência no exterior. Os pais também estão preferindo investir em uma graduação internacional em vez de enviar seus filhos adolescentes para um intercâmbio de High School (colegial).
Contudo, os cursos de idioma continuam sendo os mais populares entre os brasileiros, representando 47% de todos os intercambistas em 2018. O inglês segue sendo o idioma mais procurado (87,22%), embora a porcentagem de outras línguas tenha crescido em relação aos outros anos, principalmente de espanhol e francês. Isso pode significar uma preocupação cada vez maior de adquirir fluência em um segundo idioma estrangeiro.
Ainda sobre a idade dos respondentes, a pesquisa mostrou que os brasileiros acima dos 50 anos estão começando a demonstrar mais interesse em estudar no exterior, atingindo uma porcentagem inédita de 3,9%, maior do que o público de até 15 anos (1%).
Apesar da popularidade da formação acadêmica, o principal objetivo para optar por um curso no exterior entre os respondentes foi “poder realizar o sonho de conhecer países e culturas diferentes”, antes mesmo do interesse de investir em idiomas.
Veja alguns dos principais resultados da Pesquisa Selo Belta 2018
- Os cinco destinos de estudo mais populares entre os brasileiros são Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda e Austrália. A Espanha conseguiu a sexta posição pela primeira vez! No total, 53 países foram citados na pesquisa.
- 34,9% dos respondentes disseram que a principal influência para a participação em um intercâmbio foi de amigos que já estudaram no exterior, seguido por “meus pais” e “informações obtidas nas redes sociais”.
- As três características que mais importam para a escolha do destino de estudo são “qualidade de vida no país”, “localização do país” e “estilo de vida do país”.
- Os brasileiros estão interessados cada vez mais em vivenciar experiências internacionais capazes de conciliar estudos, trabalho e turismo. Isso explica a popularidade de países como Irlanda, Austrália, Nova Zelândia e Malta.
- 26,4% dos brasileiros que estudaram no exterior em 2018 tinham entre 18 e 21 anos.