Livros para o Vestibular da Fuvest 2020

Obras literárias são cobradas nas provas de Língua Portuguesa e Literatura
Por Silvia Tancredi

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Inscritos no Vestibular 2020 da Fuvest, o maior do país, e que oferece vagas para a Universidade de São Paulo (USP) terão que ler nove obras literárias.

Os livros serão cobrados nas provas de Língua Portuguesa e Literatura. Professores do Sistema de Ensino Poliedro realizaram um resumo das obras. Confira!

Tópicos deste artigo

A Relíquia, de Eça de Queirós

Há na história uma crítica ao clero, pois o personagem central, Raposo, herdeiro de uma tia rica e beata, é encarregado por ela de participar numa missão religiosa à Terra Santa. Há, nesta jornada, uma misteriosa e mística revelação, em que Raposo presencia o martírio de Jesus Cristo e descobre que a história conhecida por todos não ocorreu como descrito. Para não frustrar a tia devota, ele tenta manter a história nos conformes daquilo que prega a Igreja e traz uma "relíquia sagrada" para ela, visando garantir sua herança.

Angústia, de Graciliano Ramos

Muito próximo de Crime e castigo (do autor Fiódor Dostoiévski, de 1866), mas sem possuir o amor como caminho da salvação, a obra de Graciliano Ramos é um estudo completo da frustração, nos apresentando abertamente o ser humano em seus piores defeitos.

Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade

Os 41 poemas mostram um certo desencanto e desilusão, a uma busca de respostas no cerne do próprio ser. Os versos também se renovam quanto a estética, cedendo lugar a uma retórica mais clássica e formal, deixando de lado o coloquial e trabalhando um viés mais filosófico e clássico.

Mayombe, de Pepetela

Mayombe refere-se a uma região montanhosa que se espalha por diferentes países africanos, entre os quais Angola, terra natal do autor do livro. O título, de certa forma, retrata a diversidade étnica e tribal dos guerrilheiros unidos em prol de um objetivo maior: a luta revolucionária. Narrativa de cunho histórico, é também uma crítica aos erros cometidos pelos movimentos libertários como o machismo, a corrupção e o racismo.

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Minha Vida de Menina, de Helena Morley (pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant)

Apresenta relatos do cotidiano, numa linguagem franca, em que a autora, ainda adolescente, retrata Diamantina/MG, no final do século XIX, marcada pela decadência da mineração. Há, nesta narrativa, composta na forma de um diário, desde histórias pitorescas que apresentam personagens marcantes (como o padre, a negra contadora de histórias e o bebum) até aspectos da vida familiar, do trabalho e da religiosidade num texto leve, interessante e agradável para os leitores.

O Cortiço, de Aluísio Azevedo

O livro nos coloca no entorno das habitações insalubres do Rio de Janeiro no início do século XX. Esta insalubridade está presente no espaço e afeta a alma das pessoas, em especial do locatário dos casebres e de seu vizinho rico que deseja o terreno onde fica o cortiço. Vivem-se os dramas, mas há espaço também para a alegria e a esperança. A trama é alimentada por embates em que a ambição, as traições e a inveja são componentes marcantes, características da teoria naturalista.

Poemas Escolhidos, de Gregório de Matos 

A obra caracteriza o autor como voz importante não só na literatura, mas também na sociedade do século XVII, ao apresentar de forma mordaz a realidade de sua sociedade; o livro é a representação das modalidades cultivadas pelo autor: a lírica amorosa, religiosa e a satírica, sendo a última responsável pelo apelido de “Boca do inferno”.

Quincas Borba, de Machado de Assis

Apresenta-nos, mais uma vez, com ironia, a questão das relações humanas através de seus personagens: seja pelo oportunismo de Sofia e Palha ou pela loucura que toma Rubião. Como um todo, vemos a concretização da máxima do Humanitismo: “Ao vencedor, as batatas”, ou seja, o mais forte é aquele que sobrevive.

Sagarana, de Guimarães Rosa

Obra composta por contos, que dentro de uma esfera regional, no âmbito das Minas Gerais, trabalha em cada história temas de interesse universal, sem deixar de abrir espaço e consolidar imagens claras em relação ao Brasil. O caráter humano desta produção de Guimarães Rosa transparece nas paixões, inveja, raiva, amor, superação, insegurança e valentia de protagonistas como Augusto Matraga, Manuel Fulô, o burrinho pedrês, entre outros.

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