Não está fácil manter os planos de estudar no exterior, nós sabemos. Quando as fronteiras voltam a reabrir, aparece uma variante. Se você consegue a admissão no exterior, o consulado tem uma longa fila de espera para tirar o visto de estudante. Se você consegue o visto, tem de passar duas semanas em quarentena ao chegar no exterior. Mas há uma série de indicações de que pessoas do mundo todo continuam interessadas em estudar no exterior mesmo com todas as adversidades.
Uma pesquisa recente do Institute of International Education (IIE) sobre as consequências da pandemia no ensino superior dos EUA, 43% das universidades relataram um aumento nas inscrições de estudantes internacionais para o período acadêmico de 2021/22. Essa porcentagem é quase o dobro do aumento relatado pelas instituições há um ano.
Na pesquisa brasileira da Belta, os brasileiros se mostraram otimistas. Quase 50% acreditam que estudarão no exterior em 2022. Se essa for a sua vontade também, temos algumas dicas para você não desistir do seu sonho.
Tópicos deste artigo
- 1 - 1. Encontre uma universidade acolhedora
- 2 - 2. Considere começar o seu curso online
- 3 - 3. Atentar-se às notícias e exigências de cada universidade
1. Encontre uma universidade acolhedora
Em face de tantos desafios, as universidades do mundo todo estão fazendo o que podem para continuar a atender à demanda de seus estudantes internacionais. Um caso bem evidente disso são as instituições do Reino Unido que oferecem reembolso aos estudantes que precisam pagar pela quarentena em hotéis oficiais do governo britânico, quando chegam ao país.
A University of Gloucestershire, por exemplo, introduziu novas medidas de reembolso para estudantes internacionais que chegam ao Reino Unido por um país de alto riso classificado como “vermelho” pelo governo. Ela reembolsará £ 1.000 para a estadia de quarentena em hotel aprovado e até £ 210 para os testes de Covid-19. Além disso, oferece um serviço de translado gratuito do hotel ao campus.
A Gloucestershire é apenas um exemplo entre vários. Algumas universidades do Canadá também têm medidas semelhantes. Por isso, uma dica valiosa para estudar no exterior nos próximos anos é procurar instituições com políticas acolhedoras e serviços que facilitem a sua viagem mesmo durante a pandemia.
2. Considere começar o seu curso online
Durante a pandemia, a principal adaptação que universidades do mundo todo foram forçadas a fazer foi oferecer aulas online. Até hoje, quase dois anos depois, algumas ainda mantém o chamado método híbrido de ensino, metade online, metade presencial.
Algumas oferecem a oportunidade de começar os estudos online e, posteriormente retomá-los no campus, no exterior, quando os estudantes puderem viajar de novo. Isso é ainda a situação de países com fronteiras que permanecem fechadas, como é o caso da Austrália e da Nova Zelândia.
No entanto, como os governos desses países sabem a importância da sua população de estudantes estrangeiros e entendem os desafios que ela vem enfrentando na pandemia, muitos mudaram suas políticas e estipularam leis que facilitassem o retorno das pessoas que precisaram estudar online todo esse tempo.
Recentemente, o governo australiano anunciou mudanças no Temporary Graduate Visa (subclass 485), o visto temporário que permite que os estudantes internacionais morem, estudem e trabalhem na Austrália após o término dos estudos. Agora, estudos online realizados fora da Austrália contarão como requisito para conseguir o visto de trabalho temporário, desde que tenha um visto de estudante válido. Além disso, quem se forma por uma instituição australiana pode se inscrever e obter um visto de graduação temporária fora da Austrália.
O Reino Unido e o Canadá foram outros grandes destinos de estudo que também facilitaram o visto temporário que permite estender a estadia para trabalhar após os estudos. Portanto, mesmo se você escolher estudar online o seu tão desejado curso no exterior, isso não significa necessariamente que você não terá a chance de ter a sua experiência internacional.
Outra facilidade, inclusive, foi a adoção de versões virtuais de testes de proficiência em inglês, um dos requisitos para a admissão universitária de estudantes internacionais. Você pode prestar o IELTS, TOEFL ou o Duolingo sem sair de casa.
Assista à entrevista da brasileira Laura, estudante de jornalismo na Universidade de Cincinatti, Estados Unidos, que passou pelo processo de admissão e começou os estudos online durante a pandemia.
3. Atentar-se às notícias e exigências de cada universidade
O momento pede flexibilidade. Algumas universidade vão solicitar uma quarentena em um dos residenciais estudantis dentro do campus antes de começar as aulas presenciais. Outras exigirão a comprovação da vacina contra a Covid-19.
Ficar atento às notícias da educação global e atender às exigências não só do governo do país onde você gostaria de estudar como também da própria universidade fará a diferença entre estudar ou não no exterior. Uma boa notícia é que várias instituições criaram novas bolsas de estudo para ajudar os estudantes internacionais durante a pandemia.
Se esse for o seu sonho, é preciso estar disposto a seguir todos os protocolos de segurança ainda em vigor e outras adaptações que possam vir a acontecer nos anos seguintes, enquanto o mundo aprender a viver no pós-pandemia.