Com o término do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), iniciam as etapas de correções das provas. No caso das provas de redação do Enem 2021, elas serão avaliadas por 3.465 corretores com a supervisão de 216 profissionais.
Os corretores das redações do Enem são contratados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que junto com a Cesgranrio formam o consórcio que aplica as provas. Eles têm uma meta mínima de 100 redações por dia, número que pode chegar até 200 dependendo do desempenho do corretor.
Segundo uma das corretoras, que não quis se identificar devido a um termo de sigilo que assina ao ser contratada, os avaliadores recebem pelo menos dois envelopes de redações por dia, cada um contento 50 textos. “Conforme cumprimos essa cota, eles enviam de envelope em envelope”, relata.
Saiba como ser corretor da redação do Enem
Na edição anterior, a corretora revela que o processo de correção das redações durou entre 15 e 20 dias e começou cerca de um mês depois das provas. “Esse ano devem ser menos dias porque o Enem teve menos inscritos”.
O Enem 2021 recebeu 3,1 milhões de inscrições, mas apenas 2,1 milhões de estudantes fizeram as provas – a menor participação em mais de dez anos. Dividindo igualmente as redações pelo número de corretores, e considerando que cada texto é corrigido por ao menos duas pessoas, cada avaliador corrigirá 1.258 redações.
“É um trabalho exaustivo e diário, incluindo final de semana. Os supervisores ficam em cima para cumprirmos a meta e chamam atenção a qualquer deslize”.
A corretora relata que demora de três a cinco minutos para corrigir uma redação do Enem. Ela recebe R$ 3 por texto corrigido, valor que aumenta caso seja uma correção de 3ª ou 4ª banca. As correções são feitas pelo computador por meio de um sistema on-line. “Nós podemos cadastrar até dois dispositivos e não podemos corrigir com outras pessoas por perto. O sistema funciona muito bem, nunca tive problema”.
Bancas
Quando os dois corretores divergem em relação à nota do participante do Enem, um terceiro corretor avalia a redação. Nesse caso, o valor pago sobe para R$ 3,50. Caso a divergência persista, a redação é enviada para a chamada quarta banca, que também é responsável por avaliar as redações que receberam nota 1000. “O valor sobe para R$ 4,50 ou R$ 5, não me lembro exatamente”, conta a corretora.
A quarta banca não tem cotas diárias a bater. Ela é formada por um supervisor e dois revisores que são escolhidos por ele e que apresentam um bom desempenho nas correções anteriores. “Quando participei da quarta banca, há dois anos, a gente reunia a cada dois ou três dias para corrigir as redações, pois o volume é bem menor”.
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Como funciona a correção
As redações do Enem são corrigidas por dois corretores, que têm a função de atribuir uma nota de 0 a 200 pontos em cada uma das cinco competências:
1) Domínio da norma padrão da língua portuguesa;
2) Compreensão da proposta de redação;
3) Seleção e organização das informações;
4) Demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto
5) Elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os valores e considerando as diversidades socioculturais.
A nota final da redação do Enem é a média aritmética da pontuação total dada pelos dois corretores, exceto em casos em que há discrepância entre as duas notas.
Entenda como funciona a correção da redação do Enem
Se em uma ou mais competências a diferença entre as notas dos dois avaliadores for maior que 80 pontos, um terceiro corretor dá a nota daquela competência. Esse terceiro avaliador também é acionado se a diferença da soma total das cinco competências for superior a 100 pontos. Nesse último caso, a nota final do participante será a média aritmética entre as duas notas totais que mais se aproximarem.
Se o terceiro corretor não chegar a um acordo com os outros dois avaliadores, a redação será corrigida pela quarta banca.