Em 3 anos de Governo, cai o quarto ministro do MEC

Milton Ribeiro foi exonerado do cargo na última segunda-feira (28). Há denúncias de corrupção.
Em 30/03/2022 18h22 , atualizado em 31/03/2022 14h34 Por Silvia Tancredi

Milton Ribeiro
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Crédito da Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Milton Ribeiro pediu exoneração do cargo de titular do Ministério da Educação (MEC) na última segunda-feira, 28 de março. Este é o quarto ministro do Governo Bolsonaro a cair da pasta em 3 anos e 3 meses.

O então ministro foi exonerado do cargo uma semana após o jornal Folha de São Paulo divulgar uma gravação na qual Ribeiro afirmava que liberaria verbas do ministério para municípios indicados por dois pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

A reportagem do jornal A Folha de São Paulo apontou que os dois pastores estariam determinando para onde iriam as referidas verbas. A matéria mostrou ainda que esses recursos, na verdade, seriam destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Em poucos dias, a distribuição de verbas do MEC ganhou repercussão, aparecendo na mídia. O caso, apontado como corrupção, culminou na exoneração de Ribeiro. 

Gestão de Ribeiro

Pastor e advogado, com doutorado em Educação, Milton Ribeiro assumiu a pasta em julho de 2022 e, durante sua gestão, as duas últimas edições do Enem foram realizadas.. Relembre alguns pontos da gestão:

Ex-ministro bloqueou estudantes que constestaram notas do Enem 2021

Ministro interino

Na manhã de ontem, 30 de março, foi anunciado que Victor Godoy Veiga, braço direito do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, foi escolhido para chefiar a pasta interinamente. 

Rotatividade no MEC e as consequências

A mudança de ministros no MEC prejudica a área de educação, já tão escassa de investimentos, especialmente na alfabetização das crianças. O Censo Escolar 2021 revelou, por exemplo, números preocupantes na educação infantil.

Um dos dados do Censo apontou que 653.499 crianças de até 5 anos saíram da escola entre os anos 2019 e 2021. O número representa queda de 7,3% na quantidade de matrículas.

Outra preocupação em relação ao recursos do MEC é justamente neste momento em que as aulas estão voltando ser ministradas no formato presencial depois de mais de 2 anos de pandemia do coronavírus.

A desorganização das gestões do Ministério da Educação são consequências da falta de preocupação com a educação brasileira e, consequentemente, com o futuro do país.