Educação Infantil: queda nas matrículas preocupa e precisa ser analisada

Dado foi apresentado na primeira etapa do Censo Escolar 2021, divulgada pelo Inep na última segunda-feira, 31 de janeiro
Em 02/02/2022 18h15 , atualizado em 02/02/2022 18h42 Por Silvia Tancredi

A Educação Infantil compreende crianças de até 6 anos
A Educação Infantil compreende crianças de até 6 anos
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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na última segunda-feira, 31 de janeiro, dados referentes à primeira etapa do Censo Escolar 2021. O estudo analisa a educação básica para, posteriormente, formular políticas públicas e programas para realizar melhorias nessa área. 

Conforme o estudo, os dados relativos às matrículas dos estudantes do ensino fundamental e do ensino médio nos anos 2020 e 2021 se mostraram estáveis ou aumentaram, considerando que foram anos de pandemia do coronavírus

Entretanto, o Censo revelou números preocupantes na educação infantil. Um deles mostra que 653.499 crianças de até 5 anos saíram da escola entre os anos 2019 e 2021. O dado representa queda de 7,3% na quantidade de matrículas.

Também houve queda de 9%, de acordo com o estudo, no número de crianças matriculadas em creches brasileiras. O estudo do Inep apontou que, no total, há 69,9 mil creches no país. 

Por fim, outro dado mostrou que, enquanto as matrículas de crianças da rede pública registraram diminuição de 2,3%, as da rede privada alcançaram a marca de menos 21,6% estudantes cadastrados.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresenta os principais motivos da queda das matrículas na educação infantil:

  • Região geográfica

  • Redes de ensino

  • Renda familiar

  • Pandemia do coronavírus (Geração Covid)

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A Educação Infantil abrange crianças de até 6 anos - idades consideradas fundamentais para o início do desenvolvimento de uma pessoa. Por isso, a evasão escolar nesse período preocupa e deveria ser revista. 

Com o início da vacinação contra a Covid-19 das crianças, que começou em meados de janeiro, o último motivo apontado pelo estudo deve ser atenuado. Com as crianças imunizadas, os pais devem se sentir mais seguros para voltar a matriculá-los nas escolas.

Mas, os outros três pontos citados pelo estudo da FGV devem ser analisados com critério pelo Inep já que o objetivo do Censo Escolar é apontar e implantar melhorias. Uma possível solução para a problemática que envolve a região geográfica e renda familiar seria a criação de escolas/creches públicas em regiões mais afastadas, por exemplo.

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2ª etapa do Censo Escolar

Segundo o Inep, a segunda etapa do Censo Escolar 2021 será realizada a partir de fevereiro. Na ocasião, serão feitos questionamentos com o tema já analisado na edição de 2022: “Resposta educacional à pandemia de covid-19 no Brasil”.

O Inep informou que o objetivo do questionário é verificar as consequências da crise sanitária no sistema educacional, além de mapear as estratégias adotadas para minimizar os danos no ensino e na aprendizagem.