Qual será o futuro dos processos seletivos digitais?
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Pandemia aumentou o número de vestibulares digitais no país e candidatos já podem ingressar no ensino superior sem precisar sair de casa.
Em meio a situação de enfrentamento à pandemia do coronavírus, as pessoas precisaram encontrar formas para se adaptar à nova rotina imposta. A situação atingiu todos os públicos e, com isso, as mudanças também foram obrigatórias em empresas, comércios, atendimentos de saúde e instituições educacionais.
Nesse momento, uma grande aliada surgiu para auxiliar a maioria das atividades: a tecnologia. Por meio dela, as compras on-line aumentaram, o trabalho home-office ganhou notoriedade, as aulas por vídeo e aplicativos foram a melhor opção, e os vestibulares ganharam plataformas para realização digital.
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Em primeiro momento, muitas seletivas foram canceladas ou suspensas pela inviabilidade da realização de provas, outras optaram por trocar o vestibular tradicional pelo aproveitamento das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e até mesmo utilizar notas de seletivas anteriores da própria instituição.
Já outras, encontraram como alternativa estabelecer plataformas digitais para que o estudante pudesse realizar a seletiva em casa. Os vestibulares digitais não são uma novidade deste período, mas ganharam força no momento e são tendência para o futuro.
Utilizando computador, internet, webcam e microfone, o processo é realizado de forma monitorada para garantir que não haja fraude na seleção. Veja alguns exemplos de instituições que estão realizando vestibulares dessa forma:
- FGV: As provas para todos os cursos estão sendo realizadas de forma virtual, com monitoramento por inteligência artificial e fiscais remotos para garantir a segurança do vestibular.
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- PUC-Rio: Com os candidatos divididos por grupos, de acordo com a área de conhecimento do curso, as provas também estão sendo realizada em sistema de inteligência artificial com monitoramento.
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- Mackenzie: As provas presenciais foram canceladas e houve também aplicação de provas em plataforma on-line para todos os cursos oferecidos no Vestibular 2020/2.
Saiba mais: Mackenzie substitui Vestibular 2020/2 por Enem, aproveitamento de notas e prova on-line
- Insper: A instituição também optou pelo mesmo sistema de realização de provas on-line, utilizando de monitoramento para garantir a segurança da seletiva. As provas presenciais foram canceladas.
Saiba mais: Insper modifica Vestibular 2020/2 e aplica provas on-line
Ensino Público x Ensino Privado
No entanto, o crescimento dos processos seletivos on-line ainda é uma realidade das instituições de ensino privadas. As instituições públicas que mantiveram suas seletivas optaram, em maior parte, pela utilização das notas do Enem, tanto da última edição quanto de edições anteriores.
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Mas, por falar no Enem, a principal seletiva do país, também devemos lembrar que ele já começou a se modernizar e previa aplicar este ano, pela primeira vez, provas em versões digitais.
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A seletiva foi adiada, mas as provas ainda serão aplicadas digitalmente nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 para quase 100 mil estudantes. Além disso, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ainda informou que até 2026 pretende aplicar todo o Enem de forma digital.
A diferença do Enem Digital para os vestibulares digitais que estão sendo realizados é que a aplicação do Enem terá locais específicos para a realização das provas, sem acesso à internet, enquanto as seletivas das instituições de ensino estão sendo feitas em computadores particulares.
Vantagens de seletivas digitais
A economia é umas das principais vantagens vistas por esse tipo de seletiva, tanto para as instituições como para os candidatos. No caso das universidades, economizam com a logística de um dia inteiro de aplicação de vestibulares, além dos custos para a produção de provas impressas. Consequentemente, evita o desperdício de papel, tornando esse tipo de seletiva como uma opção mais sustentável. Já os candidatos evitam custos com deslocamentos, alimentação e algumas vezes até com hospedagem, quando a seletiva é em outra cidade.
Outro fator importante para o crescimento desse tipo de seleção é a facilidade do público com a adaptação aos meios digitais. A Geração Z, nascida no fim dos anos 90, e principal público da maioria dos vestibulares neste momento, nasceu junto à tecnologia e tem muita facilidade e também apego por meios digitais. Por isso, a tendência é que esses vestibulares cresçam, acompanhando a sua geração.
Utilizar de gráficos, questões interativas, diversos tipos de multimídias nas provas também é uma vantagem, fazendo com que a seleção fique ainda mais completa com os recursos oferecidos pelos meios digitais.
Desafios de seletivas digitais
Já os maiores desafios desse tipo de seletiva são encontrados no sistema de segurança. O monitoramento deve ser feito de forma muito segura, para evitar que o vestibular seja fraudado. Além do sistema ter que reconhecer o candidato que está fazendo a prova, também é preciso se resguardar quanto ao ambiente, se há mais pessoas, ou objetos que possibilitem a “cola” e até mesmo evitar que outras páginas sejam acessadas durante o processo de prova.
A adaptação, mesmo sendo vista como uma vantagem pela principal geração que presta vestibulares nos dias atuais, também pode ser um empecilho para outros, já que algumas pessoas não conseguem ter tanta facilidade com a tecnologia.
Um pouco mais preocupante, outro desafio é que grande parte dos estudantes, principalmente de baixa renda, não possuem acesso à internet em casa. A realização de vestibulares virtuais poderia ser prejudicial a esse público, tornando o acesso ao ensino superior ainda mais desigual.
Cursos EaD
Outro fator importante sobre a tecnologia nos meios educacionais é a forma como os cursos de Educação a Distância (EaD) cresceram nos últimos anos. De acordo com os dados do Censo da Educação Superior 2019, divulgados na última semana, as matrículas em cursos a distância quase triplicaram em 10 anos. Dessas matrículas, a maior parte está em cursos superiores das instituições privadas, que possuem maior oferta na modalidade EaD do que as públicas.