Atualidades Vestibular e Enem – Agosto de 2019

Incêndio na Amazônia, crises diplomáticas, surto de sarampo, ataques e manifestações foram os principais acontecimentos do mês.

Queimadas na Amazônia impactaram o mundo.
Crédito da Imagem: Shutterstock/Pedarilhosbr

O mês de agosto foi movimentado com os acontecimentos no Brasil e no mundo, principalmente pelas questões relacionadas ao meio ambiente e a floresta Amazônica. Os vestibulares do país e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costumam cobrar, além das disciplinas tradicionais, temas relacionados com a atualidade.

Confira as principais notícias divulgadas pelos portais Folha de São Paulo, UOL, Estadão, Agência Brasil, BBC além de artigos do Brasil Escola.

BRASIL

Amazônia

Desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados de que, no mês de junho, o desmatamento da Amazônia foi quase 90% maior comparado ao mesmo período no ano anterior, o Brasil entrou em problemas tanto ambientais quanto diplomáticos. Os focos de incêndio no Brasil também registraram uma alta de janeiro a agosto de 82%, sendo 53% na Amazônia. O número é o maior em sete anos, o que repercutiu em todo o mundo.

Veja: Com quase 31 mil focos, agosto termina com triplo de queimadas na Amazônia

No dia 10, um grupo de agricultores e grileiros no Pará programaram, por meio de um grupo no Whatsapp, incendiar áreas da floresta. A data ficou conhecida como “Dia do Fogo”. A ação criminosa está sendo investigada pela polícia.

A NASA, agência do governo dos Estados Unidos, chegou a divulgar imagens de uma satélite mostrando o aumento nos incêndios na floresta, revelando que os números estavam acima da média. Além do destaque na imprensa internacional, protestos no mundo todo e manifestação de celebridades internacionais, os líderes políticos começaram a pressionar o governo brasileiro por uma solução para conter os incêndios.

Entenda: Amazônia gera série de farpas trocadas entre Bolsonaro e Macron

A principal desavença entre os governantes ficou entre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o presidente da França, Emmanuel Macron, que passaram a trocar farpas envolvendo tanto as questões diplomáticas quantos questões pessoais. Na reunião do G7 foi discutido pelos países o tema da Amazônia como crise internacional além da ajuda de emergência de US$ 20 milhões que, até o momento, ainda não foi aceita pelo Brasil.

Veja mais: Entenda o que está acontecendo na Amazônia e a crise entre os governantes

Céu escurece em São Paulo

Na tarde do dia 19, os moradores da cidade de São Paulo foram surpreendidos com nuvens escuras no céu, fazendo com que a tarde, por volta das 15h, parecesse noite. Muitas notícias chegaram a relacionar a escuridão com as queimadas da Amazônia.

Nuvens escuras no céu de São Paulo às 15h47 (Crédito: Reprodução/Record News)

Dias depois, meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) explicaram que o escurecimento foi causado pela combinação de dois fatores: a chegada de uma frente fria e ventos que traziam materiais de queimadas, mas não da Amazônia, e sim do Pantanal, no Mato Grosso do Sul com divisa da Bolívia, que também registraram incêndios de grande magnitude durante o mês.

Veja mais: Queimadas no Paraguai e frente fria explicam tarde escura em São Paulo

Surto de Sarampo

Com o aumento do número de casos de Sarampo em São Paulo e o registro em outros Estados, o Ministério da Saúde entrou em estado de alerta e intensificou a campanha de vacinação contra a doença.

Veja também: Surto de Sarampo no Brasil

O sarampo é uma doença contagiosa, que pode levar à morte, e a única forma de prevenção é a vacina. Até fevereiro o Brasil era considerado um país livre da doença, mas com o grande número de registros no ano passado, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) retirou o certificado.

Entre os sintomas está o escurecimento das erupções da pele e o surgimento de uma descamação fina

No dia 21, o Ministério da Saúde informou que nos últimos três meses foram confirmadas mais de 1,6 mil infecções sendo que em agosto o número de estados com registros de sarampo subiu de quatro para 11. No dia 28 a Secretaria de Saúde de São Paulo confirmou a primeira morte pela doença, um homem, de 42 anos, que nunca havia tomado a vacina.

Sequestro de ônibus no Rio de Janeiro

No dia 20, por volta das 5h30, um homem identificado como Willian Augusto da Silva, de 20 anos, armado com um revólver, um aparelho de choque, uma faca e portando um recipiente com gasolina sequestrou um ônibus na ponte Rio-Niterói e manteve dezenas de pessoas como reféns.

O sequestro durou cerca de 3 horas e o Batalhão de Operação Policiais Especiais (BOPE) tentou negociações com o sequestrador. Durante o período, algumas vítimas foram sendo liberadas. Por volta das 9h, o sequestrador saiu do ônibus e logo foi visto caindo no chão ao ser baleado por um atirador da polícia. O sequestrador acabou morrendo no hospital e todas as vítimas foram liberadas sem ferimentos maiores.

Após o sequestrador ser morto, a postura do governador do Rio de Janeiro, Wislon Witzel, foi criticada por muitos populares. Witzel chegou de helicóptero ao local, desceu, pulou e levantou os braços com um sorriso. Com a repercussão ele afirmou que não estava celebrando a morte, mas sim comemorando a vida.

O sequestrador não tinha antecedentes criminais, mas apresentava problemas psicológicos e durante o sequestro estava tendo um surto.

Aumento da população brasileira

São Paulo possui 21,8% da população do país e é o estado mais populoso (Crédito: ESB Professional/Shutterstock)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 28 que a população do Brasil aumentou e chegou a 210,1 milhões de habitantes em 2019. Em 2018, a população era de 208,4 milhões.

O estado mais populoso é São Paulo (45,9 milhões), depois vem Minas Gerais (21,1 milhões) e o Rio de Janeiro (17,2 milhões). Enquanto isso, os estados com o menor número de habitantes são Roraima (605 mil), Amapá (845 mil) e Acre (881 mil).

MUNDO

  • Ataques

Estados Unidos

O mês começou com mais de 30 mortes por ataques nos Estados Unidos. Na manhã do dia 3, em El Paso, no Texas, um homem de 21 anos entrou em um supermercado com um fuzil e começou a atirar. O massacre deixou 22 pessoas mortas e 26 feridas. O atirador foi detido pela polícia e as motivações estão sendo investigadas.

Horas depois, na madrugada do dia 4, na cidade de Dayton, em Ohio, um homem de 24 anos começou a atirar na rua em frente a um bar. A polícia estava próxima ao local e conseguiu chegar com rapidez ao local e acabou matando o atirador. O ataque deixou mais nove mortos e 41 feridos. 

Veja mais: Como foram os dois massacres nos Estados Unidos

A série de ataque com armas de fogo ns Estados Unidos tem preocupado as autoridades e, desta vez, o tema foi colocado no centro do atual debate do país sobre imigração, segurança de fronteiras e identidade nacional. O Congresso pensa em instituir medidas para endurecer o controle de armas do país, entre elas a ampliação da checagem de antecedentes criminais dos compradores de armas. Com os últimos massacres a pressão aumentou em cima da proposta.

Saiba mais: Por que massacres no Texas e em Ohio podem levar EUA a revisar leis de armas

Afeganistão

Durante uma festa de casamento no dia 17, em Cabul, no Afeganistão, um homem-bomba acionou seu colete de explosivos no salão de festas, e depois, um carro-bomba explodiu deixando 63 mortos e 182 feridos. O grupo jihadista EI (Estado Islâmico) reivindicou a responsabilidade pelo atentado. As celebrações são um alvo comum de grupos rebeldes, já que no país os casamentos são festas que reúnem de centenas a milhares de convidados.

Iêmem

Depois do Palácio Presidencial de Áden ser tomado por combatentes separatistas, no dia 11, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita atacou os separatistas. A Arábia apoia o presidente do Iêmem, Abd Rabo Mansur Hadi, e afirmou que a posição apresentava "uma ameaça direta a um importante posto do governo legítimo do Iêmen". O ataque deixou cerca de 300 vítimas entre mortos e feridos.

Com as tentativas de controlar várias regiões do sul do país, os separatistas perderam força e no dia 28 as forças do governo iemenita tomaram o palácio de volta.

  • Desastres

Índia

Cerca de 150 pessoas morreram na Índia vítimas das enchentes causadas pelas chuvas e deslizamentos. Os estados mais afetados foram Karnataka, Kerala e Maharashtra. A Índia sofre todos os anos com as chuvas torrenciais próprias das monções, fenômeno que ocorre entre os meses de junho e setembro.

Mais: Entenda o que são monções

A situação forçou milhares de pessoas a buscarem abrigos em campos de ajuda humanitária no sul e oeste da Índia. Além disso, muitas áreas foram alagadas e os serviços de trem foram cancelados.

Rússia

No norte da Rússia um foguete explodiu em uma base militar de Severodvinsk no dia 8. O acidente deixou cinco mortos e aumentou o nível de radioatividade na região, levando ao fechamento de parte do Mar Branco para o transporte. De acordo com o Ministério da Defesa a explosão aconteceu durante o teste de um "motor-foguete de propulsor líquido".

Veja mais: Rússia revela natureza de contaminação radioativa após explosão em base

  • Política

Hong Kong

Desde sua devolução a Pequim, em 1997, Hong Kong está passando por sua maior crise, iniciada em junho. Manifestantes começaram a protestar contra um projeto de lei que permitiria a extradição de suspeitos para a China continental para julgamentos. Os manifestantes acreditam que a iniciativa possa ser uma ameaça a independência do território e mais de milhões de pessoas foram para as ruas.

O aeroporto de Hong Kong chegou a ser fechado por dois dias (Crédito: Hei Lau/Shutterstock)

Mais: Entendo os protestos em Hong Kong

Entre os protestos, a sede o parlamento foi invadida e gerou confronto com a polícia, deixando mais de 50 feridos. O aeroporto de Hong Kong, um dos mais movimentados do mundo, também chegou a ser fechado por dois dias devido às manifestações que ocorreram no local. Posteriormente, os manifestantes pediram desculpas pelo ocorrido e afirmaram estarem assustados com a situação.

Rússia

Milhares de pessoas têm protestado na Rússia pelas eleições livres. O movimento é contra a exclusão de candidatos independentes nas eleições locais, que acontecerão em setembro. As manifestações estão sendo realizadas nos finais de semana e já reuniram mais de 50 mil pessoas. Por outro lado, o número de detenções de manifestantes chama a atenção, tanto que a ONG Anistia Internacional denunciou o uso excessivo de força do lado policial. 

A Rússia é considerado um dos países menos democráticos do mundo e desde 2008, sob o comando do presidente Vladimir Putin, o governo do país foi acusado várias vezes de perseguir opositores. Nas manifestações deste mês muitos opositores ao governo foram presos e tiveram suas casas revistadas.

Argentina

Nas eleições primárias para a presidência da Argentina, ocorridas no dia 11, o candidato Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, derrotou o atual presidente Mauricio Macri. Alberto terminou a apuração das urnas com 47% dos votos e Macri com 32%. 

Essas eleições primárias servem como uma grande pesquisa eleitoral sobre as eleições e estão sendo realizadas pela terceira vez na Argentina. O primeiro turno das eleições presidenciais será em 27 de outubro.