A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciou nesta segunda-feira, 25 de setembro, por meio desta nota, que, a partir de 2018, vai adotar novas medidas para aperfeiçoar a política de ações afirmativas.
A instituição tomou as referidas medidas depois que o jornal Folha de São Paulo divulgou no último domingo (24) que dezenas de alunos brancos estavam ingressando na universidade pelo sistema de cotas. A reportagem destacou o caso de Vinicius Loures, loiro dos olhos claros e que ingressou no curso de Medicina como negro.
Em entrevista ao jornal O Tempo, de Belo Horizonte, Vinicius fez a seguinte declaração: “vou me “desmatricular” já, estudar e tentar passar de novo, sem fraudar o sistema, que é legítimo. Apesar de ter feito isso, eu não concordo com fraudes nas cotas, nem acho que as cotas não sejam importantes”, afirmou.
A reportagem do jornal Folha também mostrou o caso da estudante Rhuanna Laurent. Ela se pronuciou sobre a acusação em uma rede social, mas depois desativou sua conta. Veja abaixo:
Medidas
Segundo a UFMG, a partir do ano que vem, quando o calouro fizer o registro acadêmico, ele necessariamente terá que preencher a autodeclaração para ingressar na modalidade de vaga para candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.
Ainda conforme explica a instituição, quando o estudante preencher a auto-declaração, ele deverá sinalizar as características que o tornam preto, pardo ou indígena. “Essa medida visa a incentivar a reflexão crítica sobre o pertencimento étnico e as políticas de inclusão para o ensino superior”, afirma a UFMG.
A universidade reforça, ainda, que também vai checar os documentos comprobatórios de estudantes ingressantes na modalidade de vaga para candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas brasileiras. Caso o estudante não comprove tais informações, segundo a UFMG, perderá direito ao registro acadêmico.
Fraudes
Em junho de 2016, o Brasil Escola fez reportagem especial mostrando falhas no sistema de cotas racial e que, por causa de crescimento no número de denúncias, universidades criaram comissões para avaliar a auto-declaração da raça. Veja mais detalhes.