Você sabe a resposta das questões mais difíceis de História do Enem 2016?

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As dificuldades nas questões de História do Enem 2016 foram pontuais, como no uso de linguagem visual e análise de trechos que trouxeram definição de conceitos.

Questões de História do Enem podem conter dificuldades de diversas ordens.
Crédito da Imagem: Andrey Armyagov/ Shutterstock

As questões de História presentes na seção de Ciências Humanas e suas Tecnologias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 apresentaram um grau de dificuldade mediano. No geral, houve abordagem tanto de temas recorrentes, como República Velha, Era Vargas e América Colonial, quanto de temas pouco frequentes, como a Revolução Iraniana. Pegando o gancho da questão sobre a Revolução Iraniana de 1979, um ponto importante que merece ser destacado é o uso de linguagem visual na elaboração das questões – o que pode suscitar algumas dificuldades. A referida questão teve como ponto de partida um trecho da graphic novel (HQ) “Persépolis”, da quadrinista iraniana Marjane Satrapi.  

Vejamos (orientamo-nos aqui pelo Caderno Azul, n. 1, do primeiro dia):

Percebemos que a questão não apresenta nenhum outro texto complementar referente ao contexto da Revolução Iraniana de 1979, que instituiu o regime teocrático dos aiatolás. Toda a sua fundamentação está embasada no trecho da HQ de Satrapi, que traz uma sequência de quatro quadrinhos que mostram a relação direta entre a obrigatoriedade do uso do véu nas escolas do Irã a partir de 1980 e a revolução, ocorrida no ano anterior. Veja a resposta no final da página.

Nessa prova de 2016, é possível dizer que uma das questões que apresentaram mais dificuldade foi aquela sobre a modernidade (número 41, também do Caderno Azul, n. 1, do primeiro dia), que teve como ponto de partida um trecho da obra “Tudo o que é sólido se desmancha no ar”, do filósofo americano Marshall Berman. 

Vejamos:

A dificuldade inicial que essa questão apresenta é o fato de ela permear todas as disciplinas do campo de Ciências Humanas e suas Tecnologias, isto é, Geografia, História, Sociologia e Filosofia, haja vista que a definição de modernidade dada por Berman atravessa temas como a relação com o meio ambiente, fronteiras geográficas, raça, nação, classe etc. Além disso, a questão pede ao candidato que aponte qual alternativa descreve a interpretação da modernidade dada por Berman. 

Respostas

A primeira questão pede ao candidato que assinale a alternativa que mostre qual é a relação implícita. A resposta correta é a letra E: transformação política (a Revolução, que também teve caráter religioso) e a modificação de costumes (o uso obrigatório do véu). 

Na segunda questão, ao analisar o trecho apresentado e as alternativas, o candidato pode ficar em dúvida entre a letra A e E, como explicaremos em seguida. 

A segunda frase do trecho de Berman pode dar ao candidato a impressão de que a letra E, que aponta para a concepção de modernidade como um processo histórico homogeneizador, é a correta, já que nela está dito: “A experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade, nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Essa “unidade da espécie humana”, a partir da integração do globo terrestre – processo que ocorreu na modernidade (a começar com as grandes navegações do século XVI) –, pode dar a entender que o autor vê a modernidade como um “processo histórico homogeneizador”. Não seria incorreto dizer que sim, em dada medida, pois a modernidade tem essa característica. 

No entanto, quando lemos todo o trecho, percebemos que Berman procura ressaltar as contradições inerentes ao que é “ser moderno”: ao mesmo tempo em que se progride muito, destrói-se muito também. A dinâmica da ação humana na modernidade, para o autor, pode ser definida por essa oscilação. Portanto, a alternativa correta é a letra A: dinâmica social contraditória.

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