Modernismo no Enem

O Modernismo no Enem é cobrado através de textos, principalmente poemas. A primeira fase modernista, cujo período foi de 1922 a 1930, costuma ser a mais abordada no exame.

Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Mário de Andrade: Representantes da primeira fase modernista.

Você sabia que o Modernismo brasileiro é a escola literária mais cobrada no Enem? Para que você tenha um bom desempenho na prova, é importante conhecer as características gerais desse movimento e também seus principais representantes. Para ajudá-lo a desvendar as questões sobre Literatura, o Vestibular Brasil Escola traz mais uma dica sobre o Modernismo no Enem.

A primeira fase modernista, também conhecida como “fase heroica”, teve grande importância para a Literatura brasileira, por esse motivo é tema constante no Enem. Os primeiros modernistas introduziram grande inovação, não só na Literatura, mas em diversas manifestações artísticas. Influenciados pelas vanguardas europeias, escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira (a tríade modernista) propuseram uma ruptura estética com a Literatura produzida antes de 1922, ano da emblemática Semana de Arte Moderna. Para estudar o Modernismo, alguns fatores devem ser considerados. São eles:

  • Obras como “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, “Urupês”, de Monteiro Lobato, e a poesia de Augusto dos Anjos, consideradas pré-modernistas, já apresentavam um trabalho de revisão crítica do Brasil, negando o academicismo e rompendo com a estética realista/naturalista. Podemos afirmar que essas obras foram essenciais para a eclosão do Modernismo.
  • O contexto social é elemento-chave para a compreensão da primeira fase modernista: São Paulo, cidade onde nasceu o Modernismo e onde foi realizada a Semana de Arte Moderna, passava por um acelerado processo de industrialização. Esse desenvolvimento fomentou o surgimento de uma visão cultural cosmopolita.
  • A Semana de Arte Moderna, que ocorreu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, reuniu diversos artistas que influenciaram definitivamente a produção cultural brasileira. Artisticamente, apresentou poucas propostas em relação à criação de novas linguagens, mas foi essencial para a ruptura com o conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual.    
  • A partir da Semana de Arte Moderna, surgiram diversos movimentos e manifestos, entre eles o Pau-Brasil, o Antropofágico, o Verde-Amarelo e o Anta, além das primeiras publicações modernistas, como a Revista Klaxon e a Revista de Antropofagia
  • Embora não apresente uma unidade estética, visto a qualidade irregular das obras do período, a primeira fase modernista é essencial para a compreensão do desenvolvimento da arte moderna no Brasil, especialmente em razão dos desdobramentos na obra de seus realizadores.

Para você conhecer o Modernismo, o ideal é ler suas principais obras, conhecer seus principais autores e características estéticas. Mas se faltar tempo, foque nos aspectos gerais e nos seus principais representantes. Lembre-se de que você deve estabelecer relações entre os textos literários apresentados (geralmente poemas ou fragmentos de poemas) e seus contextos históricos, políticos, sociais e culturais. Bons estudos e boa prova!
         
Exercício de Literatura para o Enem (com gabarito)

ENEM – 2012 (Questão 108)

O trovador

Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!

ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade.
Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é

a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.

Comentário da questão: Um dos temas mais importantes para o Modernismo, sobretudo para a primeira fase modernista, foi a identidade nacional, especialmente na obra de Mário de Andrade. Podemos notar uma visão problematizadora da questão, já que o escritor escapa da idealização do tema e propõe uma visão mais crítica, evidenciada no choque entre barbárie e civilização.

Resolução da questão:  Alternativa “d”.

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