Enem de dezembro: redação teve foco no combate ao racismo no Brasil

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Estudantes tiveram que propor soluções para acabar o problema.

Em 05/12/2016 17h45 , atualizado em 05/12/2016 17h48
Por Lorraine Vilela Campos
Crédito da Imagem: enem

A nova aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 abordou em sua redação um tema ainda presente na sociedade brasileira: o racismo. Dos inscritos, 160.192 participantes compareceram ao segundo dia de provas, 4 de dezembro, e tiveram que desenvolver um texto com a proposta "Os caminhos para combater o racismo no Brasil". 

Segundo o diretor pedagógico do curso e colégio Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, o tema proposto neste Enem segue a mesma linha do conceito das provas aplicadas em novembro, o qual foi "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil". 

Em ambos os casos, o objetivo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) é de que o estudante tenha em mente como combater o problema, já que está implícito que existe a intolerância religiosa e o racismo. Muitos participantes se perdem ao escrever sobre o que é o tema tratado, mas não percebem o foco e a necessidade de propor uma solução. 

É importante que o estudante que faz o Enem tenha em mente que toda redação pedirá uma proposta de intervenção, ou seja, que o participante proponha algo para resolver o problema apresentado, sempre respeitando os Direitos Humanos. Esta parte da dissertação vale 200 pontos, se o participante não propor algo, já perde tal pontuação de cara e não consegue alcançar a tão desejada nota mil. 


Redação do Enem trouxe como proposta "Os caminhos para combater o racismo no Brasil"

Um ponto destacado por Célio Tasinafo é que o próprio Inep auxilia o aluno na identificação de maneiras de solucionar o preconceito: "Os quatro textos de apoio deixavam claro que existe racismo no Brasil. Inclusive, um dos textos apontava uma das maneiras de combater o racismo, que é por meio de ações afirmativas, como as cotas", ressalta. 

Enem de dezembro

O Enem de dezembro foi realizado nos dias 3 e 4 deste mês. As provas tiveram a mesma estrutura do exame aplicado em 5 e 6 de novembro, ou seja, primeiro dia com 90 questões de Ciências Humanas e Ciências da Natureza e o segundo com outra 90 sobre Matemática e Linguagens e Códigos, além da redação citada acima. 

O Inep tinha como expectativa a participação de mais de 277 mil inscritos, sendo que aproximadamente 273 mil realizariam o exame por causa das ocupações de seus locais de prova, enquanto cerca de 4 mil foram por outros problemas que os impediram de continuar as provas em novembro, sendo o principal motivo a falta de energia. 

Apesar da expectivativa do Inep, a abstenção do primeiro dia foi de 39,68% e do segundo de 41,42%. Juntando as duas edições de 2016, a participação foi de 6.005.607 dos mais de 8,6 milhões de inscritos, resultando em 30,4% de faltosos no ano. 

Os 30,4% de faltosos de todo o ano de 2016 representaram um prejuízo de R$ 236 milhões para os cofres públicos. 

Os gabaritos do Enem de dezembro estão previstos para esta quarta-feira (7), enquanto o resultado de ambas as provas será em 19 de janeiro de 2017. 

Mudanças

O Ministério da Educação anunciou no início da noite de ontem (4), na coletiva do balanço do Enem, que o exame passará por mudanças e que as reformulações serão decididas por meio de consulta pública. No entanto, as alterações oficiais ainda não foram informadas. Entenda o caso nesta notícia