Internet x preconceito

Ofensas contra filhos de famosos alertam para a necessidade de denunciar preconceito em redes sociais
Em 29/11/2017 16h07 , atualizado em 29/11/2017 16h32 Por Lorraine Vilela Campos

Crédito da Imagem: crime
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A internet é uma ferramenta útil no cotidiano de toda a sociedade. No entanto, muitas pessoas usam a rede para expressar gratuitamente opiniões preconceituosas e não temem serem punidas. Ofensas em redes sociais são sim crime, o chamado Crime Cibernético, o que pode dar até três anos de prisão para quem publica mensagens de ódio e violência e seja denunciado. 

O caso mais recente que circula na mídia trata-se das ofensas racistas publicadas em uma rede social por Dayane Alcantara Couto de Andrade, mulher que vive nos Estados Unidos e se apresenta como a socialite Day McCarthy, contra a pequena Titi, de apenas três anos, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank

A mulher se referiu à menina como "macaca" e tratou com descaso a criança por ela ser negra. Além disso, disse que um casal de olhos azuis não poderiam ter uma filha como Titi e que seus seguidores ficavam elogiando-a por ter sido adotada por famosos. 

Revoltado com a situação, Bruno Gagliasso procurou a polícia para denunciar o caso, que se enquadra como Crime Cibernético. O episódio agora é investigado pelos órgãos competentes. 

Não é o primeiro caso em que a suposta socialite demonstra seu preconceito nas rede sociais contra filhos de famosos. Anteriormente, a mulher comparou a Rafaella Justus, filha do publicitário e apresentador Roberto Justus com a apresentadora Ticiane Pinheiro, com o personagem Chuck, de "O brinquedo assassino". 

Como denunciar

Casos como as ofensas contra Titi e Rafaella ganham notoriedade por se tratarem de filhos de famosos, mas cidadãos anônimos são alvos desse tipo de comportamento e muitas vezes não sabem como agir. Se mobilizar e denunciar o preconceito é fundamental para que as pessoas que usam a internet para denegrir a imagem dos indivíduos por sua cor, religião, posição social ou orientação sexual respondam criminalmente.

Qualquer pessoa que esteja sofrendo preconceito ou ameaças pela internet pode denunciar as agressões e ofensas diretamente nas delegacias especializadas, ou pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. O órgão recebe, em média, 2.500 denúncias diárias com evidências de pedofilia, racismo, homofobia, neonazismo, intolerância religiosa e maus tratos contra animais. 

A Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos possui o SaferNet, no qual é possível denunciar de forma anônima diversos crimes cometidos pela internet. São 22 países envolvidos nessa rede de investigação que busca combater a violação aos Direitos Humanos praticadas virtualmente. Saiba mais nesta página

Internet consciente

O respeito ao próximo é fundamental em qualquer ambiente, na internet não é diferente. Ofender uma criança por sua cor, muitas vezes para se promover em cima de uma pessoa famosa, mostra o quanto a sociedade ainda tem para evoluir na convivência com a diversidade. 

Importante é usar a internet com consciência, fazer da rede uma ferramenta para propagar as boas ações, incentivar a empatia e levar informação para desmistificar os preconceitos enraizados em muitas pessoas.