10 anos da Guerra na Síria: a importância da educação na inclusão dos refugiados

Brasil tem aproximadamente 3.800 refugiados sírios. Ações de instituições de ensino promovem a inserção social.
Em 31/03/2021 11h45 , atualizado em 31/03/2021 12h35 Por Lorraine Vilela Campos

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Maior crise humanitária do século XXI até o momento, a Guerra na Síria completou dez anos neste mês de março. Em uma década, os conflitos que ainda estão em curso já resultaram em aproximadamente 600 mil mortes e motivaram cerca de 11,8 milhões de sírios a deixarem suas casas para que pudessem sobreviver. 

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De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 6,2 milhões de pessoas estão deslocadas dentro da própria Síria e outras 5,6 milhões estão espalhadas pelo mundo. O Brasil é um dos destinos procurados pelos que buscam refúgio da Guerra e tentam reconstruir suas vidas. Atualmente, cerca de 3.800 sírios são reconhecidos como refugiados em solo brasileiro. 

O reconhecimento como refugiado é algo muito importante para quem abandona seu lar em busca da sobrevivência e de melhores condições de vida. O refúgio lhe dá direito de usufruir das políticas sociais e serviços básicos de saúde e educação, por exemplo. 

Educação para inserção na sociedade

No Brasil, a educação tem sido uma das formas de inserção social para refugiados e imigrantes. Algumas universidades oferecem oportunidades voltadas para tal público, proporcionado sua integração à comunidade local pelo estudo. Existem ainda os projetos que auxiliam em aulas de português para situações básicas do dia a dia, instrução jurídica e ajuda para busca de emprego. 

Refugiados encontram em universidades brasileiras a oportunidade de uma vida nova

Instituições como Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) costumam realizar vestibulares específicos para apátridas, refugiados e imigrantes. 

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em cooperação com instituições de ensino e com o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), implementou a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM). O grupo promove ações para garantia dos direitos fundamentais aos refugiados e solicitantes de refúgio. Em 2020, 23 universidades e 11 estados integravam o projeto, o qual tem como atividades o ensino da língua portuguesa, serviços de assistência jurídica e saúde, políticas de ingresso e outros, presentes em projetos de extensão e pesquisa. 

Poder viver com dignidade e se sentir acolhido é o que todo ser humano merece. Fugir de sua terra para sobreviver e ver uma vida inteira ficar para trás não é fácil. O papel da comunidade é fundamental, já que a barreira dos costumes e do idioma por si só já podem dificultar o acesso do refugiado aos direitos básicos de qualquer cidadão. A educação mais uma vez aparece como meio de inclusão social e abre portas para que novas histórias possam ser contadas.