Atualidades Vestibular e Enem - maio de 2020
Aumento vertiginoso de casos e mortes por causa do coronavírus no Brasil e no mundo e manifestações pela morte de George Floyd, nos EUA, foram alguns acontecimentos que marcaram o mês
Além das disciplinas tradicionais, os vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costumam cobrar nas provas temas da atualidade. O Brasil Escola preparou uma lista de alguns dos temas que foram destaque no mês de maio de 2020.
Para saber mais sobre cada tema, basta clicar nos hiperlinks e acessar as reportagens dos portais Folha de São Paulo, UOL, Estadão, Agência Brasil, além de artigos do Brasil Escola.
Brasil
Coronavírus
Maio foi o mês em que os números de infectados e mortos pelo coronavírus cresceram vertiginosamente no país, a ponto de o Brasil ser considerado atualmente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o novo epicentro do mundo.
O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos, perdendo apenas para os Estados Unidos. Veja balanço divulgado pelo Ministério da Saúde às 19h55 do domingo 31 de maio:
• Casos no Brasil: 514.849
• Mortes no Brasil: 29.314
• Estado com maiores números: São Paulo, com 109.698 casos e 7.615 mortos
Entre outros balanços que foram registrados em maio, destacam-se os do dia 5, no qual o Brasil contabilizou, pela primeira vez, mais de 600 mortes pela Covid-19 em 24 horas. Mais de mil mortes foram informadas, também pela primeira vez, no dia 19 de maio.
Uma novidade foi que os estados do Rio de Janeiro, Pará, Tocantins, Amapá, Roraima e Paraná foram os primeiros no Brasil a adotar o lockdown - medida mais rígida e restritiva de isolamento social. No entanto, mesmo com essa indicação dos governos e prefeituras, pessoas de algumas cidades não cumpriram as ordens.
Dados da OMS apontam que, no dia 31 de maio, no mundo, foram registradas mais de 371 mil mortes e mais de 6 milhões de contaminados por coronavírus. Estados Unidos é o país com os números mais alarmantes: no total, são mais de 1,8 milhão de pessoas contaminadas pela covid-19. O balanço indica mais de 106 mil mortos pelo vírus no país da América do Norte.
Máscara obrigatória
No dia 19 de maio, a Câmara dos Deputados aprovou em plenária projeto que obriga o uso de máscaras em todo o país enquanto durar a situação de emergência em saúde relacionada ao novo coronavírus.
Segundo a Câmara, as máscaras podem ser artesanais ou industriais e devem ser usadas para circulação em espaços públicos e privados acessíveis ao público, vias públicas e transportes públicos.
Ainda conforme a Câmara, órgãos públicos e empresas que atendem ao público são obrigados a fornecer máscaras aos funcionários. Quem sair de casa sem a proteção pode pagar multa de R$ 300. A proposta segue para o Senado.
Exames de Bolsonaro
No dia 13 de maio, foi divulgado o resultado negativo dos exames de coronavírus do presidente Jair Bolsonaro. Os testes foram entregues pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF), após vários pedidos para ver o laudo.
Bolsonaro já havia anunciado, por meio de suas redes sociais, que o resultado dos seus exames para a Covid-19 tinham dado negativo, mas se recusava a mostrar os documentos. Os resultados somente vieram a público depois de o jornal "O Estado de S. Paulo" entrar na Justiça pedindo acesso.
Menino João Pedro
João Pedro, de 14 anos, morreu baleado dentro de casa durante uma operação policial, na noite do dia 18 de maio, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. O laudo apontou que o adolescente foi atingido nas costas por um tiro de fuzil, causando lesões no pulmão e coração.
Inicialmente, segundo a polícia, o menino foi ferido durante confronto com traficantes e levado de helicóptero, mas não resistiu. A família afirmou que, na noite em questão, ficou sem saber notícias do menino. O pai contou que a polícia entrou em sua casa já atirando.
Um inquérito foi aberto para investigar o caso e analisar se o disparo que matou o jovem foi feito por policiais ou criminosos. O caso do menino João Pedro gerou onda de manifestações nas redes sociais, inclusive de artistas, indignados com mais esta morte e, em especial, por conta do adolescente ser negro, o que poderia ser caso de racismo.
Demissões
Saúde
No dia 15 de maio, o oncologista Nelson Teich se demitiu do comando do Ministério da Saúde. Segundo o médico, o motivo foram divergências com o presidente Bolsonaro em relação ao tratamento da Covid-19 e, particularmente, ao uso da hidroxicloroquina. Enquanto Teich não concordava com o uso do medicamento, por não haver comprovação científica de sua eficácia no tratamento dos pacientes, Bolsonaro defendia que o remédio fosse usado.
Teich ingressou no ministério no dia 17 de abril. Até o momento, não foi escolhido novo ministro. O general Eduardo Pazuello está comandando a pasta de forma interina.
Cultura
No dia 20 de maio, foi a vez de a atriz Regina Duarte ser demitida do comando da Secretaria Especial da Cultura. Ela ficou no cargo quase três meses. Agora, a atriz deve assumir a Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Durante toda a sua gestão, a atriz sofreu críticas da classe artística e de várias pessoas, em especial na internet. As críticas foram ainda mais acirradas depois que Regina conceceu entrevista ao canal fechado CNN, na qual relativizou as mortes à época da Ditadura Militar, fazendo esta, entre outras declarações: "se a gente for ficar arrastando essas mortes, trazendo esse cemitério... Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas".
Justiça
O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, emitiu depoimento à Polícia Federal (PF) no dia 2 de maio reafirmando que o presidente queria interferir politicamente na própria PF. Segundo Moro, Bolsonaro havia dito para ele, em fevereiro, por meio de mensagem, que queria indicar um novo superintendente de sua confiança para a PF. Moro demitiu-se do ministério da justiça no dia 24 de abril, alegando não estar de acordo com tais interferências de Bolsonaro.
Mundo
George Floyd
No dia 25 de maio, o ex-segurança negro George Floyd foi morto asfixiado por um policial branco que se ajoelhou no pescoço dele na cidade de Minneapolis, no estado do Minnesota, nos EUA. No dia seguinte, o vídeo da abordagem do policial viralizou na internet, gerando indignação por parte dos internautas.
No próprio dia 26, pessoas começaram a participar de manifestações antirracismo em Minneapolis. No dia seguinte, mais cidades norteamericanas aderiram aos protestos. No dia 28 de maio, pessoas invadiram uma delegacia, queimaram carros e móveis e fizeram saques como forma de protesto.
Dados apontam que, pelo menos, 30 cidades dos EUA registraram protestos, sendo alguns violentos, no fim de semana dos dias 30 e 31. No sábado, toda a Guarda Nacional de Minnesota foi ativada pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
Pessoas de outros países, como Canadá, Inglaterra e Alemanha, também manifestaram sua indignação no caso George Floyd, considerando um caso grave de racismo. Em vários lugares do mundo, internautas, artistas e personalidades mostraram sua indignação em relação ao caso George e ao racismo nas redes sociais. Até o momento, a hashtag #georgefloyd conta com mais de um milhão de publicações na rede social Instagram.
O policial Derek foi preso pela morte de Floyd no dia 29 de maio. No dia 31 de maio, foi transferido para prisão de segurança máxima nos EUA.
Veja também: Manifestação em Charlottesville e a questão racial nos Estados Unidos
EUA rompe com OMS
No dia 29 de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que rompeu definitivamente com a Organização Mundial de Saúde. Segundo Trump, as autoridades chinesas "ignoraram suas obrigações de comunicação" sobre o vírus à OMS e pressionaram a OMS a "enganar o mundo" quando o vírus foi descoberto pelas autoridades chinesas.
As rusgas entre os EUA e a OMS começaram no dia 7 de abril, quando Trump ameaçou reduzir os impasses à organização. No dia 14 do mesmo mês, o presidente suspendeu o financiamento dos EUA à OMS. No entanto, no dia 16 de maio, Trump afirmou que poderia voltar a contribuir financeiramente - medida que acabou com a ruptura anunciada no dia 29.
Cloroquina
No dia 25 de maio, a Organização Mundial da Saúde informou que suspenderia temporariamente os testes com cloroquina contra a Covid-19. Segundo a organização, foi feito estudo com mais de 90 mil pessoas cujo resultado mostrou que o medicamento não só não é eficaz contra o coronavírus quanto pode aumentar o risco de morte por arritmia cardíaca.
Mesmo com essa suspensão divulgada pela OMS, o Ministério da Saúde do Brasil, conforme orientações do presidente Bolsonaro, continua orientando a fazer uso da cloroquina em estágios iniciais e sintomas leves do coronavírus.