Vestibulares são adiados por causa da greve dos caminhoneiros

Falta de combustível fez com que universidades suspendessem também suas aulas
Em 28/05/2018 17h58 , atualizado em 28/05/2018 18h15 Por Lorraine Vilela Campos

Greve dos Caminhoneiros afetou a distribuição de combustíveis no país - Crédito: Vinícius Bacarin/Shutterstock
Greve dos Caminhoneiros afetou a distribuição de combustíveis no país - Crédito: Vinícius Bacarin/Shutterstock
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A falta de combustíveis em diversas cidades brasileiras por conta da Greve dos Caminhoneiros fez com que algumas instituições de ensino superior suspendessem provas de seus Vestibulares de meio de ano que seriam realizadas no último fim de semana. 

A Universidade de Brasília (UnB); a Universidade Vilha Velha (UVV), no Espírito Santo e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT) optaram por adiar etapas de suas seleções para não prejudicar os estudantes. 

A UnB aplicaria as provas de sua Certificação de Habilidades Específicas (CHE) a partir do último sábado, 26 de maio. UVV estava com a segunda fase de Medicina e a etapa única dos demais cursos marcadas para este domingo (27), enquanto o IFMT também selecionaria os candidatos às suas mais de 400 vagas ontem.

Das instituições que tiveram as provas suspensas, somente o IFMT anunciou uma nova data para a nova seleção: 3 de junho. As demais devem divulgar o novo cronograma em breve. 

Além dos vestibulares, provas do concurso do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), em Campo dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, também foram adiadas. A organização ainda não tem uma nova data para a seleção. 

Desde a última semana, aulas também estão sendo suspensas pela dificuldade de locomação pela Greve dos Caminhoneiros. Com a manutenção do movimento grevista, instituições continuam anunciando a interrupção de suas atividades acadêmicas. 

Greve dos Caminhoneiros

O movimento grevista do Caminhoneiros chegou ao seu oitavo dia nesta segunda-feira, 28 de maio. Motoristas estão parados em alguns estados mais o Distrito Federal, o que acarretou na falta de combustível em vários municípios brasileiros. 

Com a precariedade no abastecimento dos veículos, cidades estão com déficit em suas frotas do transporte público, o que tem dificultado a locomoção de quem depende de ônibus e transportes alternativos, por exemplo. 

O abastecimento foi prejudicado também nos aeroportos de algumas cidades. Aos poucos, alguns estados começaram a receber combustível em seus terminais e voos passaram a ser normalizados. 

Ao longo da paralisação, algumas cidades tiveram falta de materiais hospitalares e medicamentos por conta dos bloqueios, assim como houve queda no abastecimento de centros de distribuição, feiras livres, supermercados (em menor escala) e cooperativas como as de produção de laticínios.

De acordo com levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta segunda-feira, a Greve dos Caminhoneiros a maior parte das via está parcialmente bloqueada, o que possibilita a circulação de outros transportes. 

A pauta do movimento grevista conta com reivindicações como:

=> Redução no preço do óleo diesel;
=> Alteração nas regras de reajustes no preço do combustível (que varia conforme a cotação internacional);
=> Fim de alíquotas do Programa de Intervenção Social (PIS) e Contribuição para o Orçamento da Seguridade Social (Cofins); 
=> Isenção das Constribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) para motoristas autônomos;
=> Redução de Pedágios para veículos com eixos suspensos;
=> Projeto que estabeleça preços mínimos para frete. 

Em resposta, o presidente Michel Temer anunciou na noite do último domingo (27) a seguinte proposta aos grevistas:

=> Redução de 46 centavos no litro do diesel;
=> Paralisação do aumento dos preços do diesel por 60 dias;
=> Implantação de tabela de frete mínimo;
=> Isenção de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios nas rodovias do país. 

A paralisação dos caminhoneiros continua, mesmo o presidente da República tendo anunciado as medidas na noite de ontem. Com as mobilizações, alguns motoristas trouxeram à tona a intervenção militar.


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