As universidades do mundo inteiro foram obrigadas a se adaptar às circunstâncias atuais, considerando, principalmente, a saúde dos seus estudantes, docentes e colaboradores. O tempo pede flexibilidade e ponderação de todas as partes – das instituições e dos candidatos. Uma das consequências é a possível facilitação de alguns aspectos do processo seletivo no exterior que pode, ao invés de prejudicar, ajudar a sua admissão.
É inviável manter a seleção acadêmica como a da época pré-conoravírus. As três mudanças explicadas a seguir indicam uma possibilidade de um diálogo maior entre as universidades e os estudantes. Com elas, entenda como seguir com o seu plano de estudar no exterior, sabendo que as coisas não são mais as mesmas e tempos de crise exigem adaptações e flexibilidade.
1. Prorrogação de prazos
Segundo uma pesquisa realizada pela QS com 800 instituições de ensino superior do mundo inteiro, 25% decidiram prorrogar o prazo de inscrição em seus cursos acadêmicos. Além disso, 19% adiaram inclusive a data limite para que os candidatos já admitidos confirmem suas vagas na universidade para o segundo semestre de 2020, quando tem início o ano letivo no Hemisfério Norte. Elas entendem que o plano de estudos dos alunos, em especial dos internacionais, precisará ser reavaliado e, muito provavelmente, adiado devido à pandemia.
A Texas State University, nos Estados Unidos, por exemplo, prorrogou o prazo para as inscrições do outono 2020. Os candidatos a graduações têm até 1º de agosto de 2020 para se inscrever, enquanto as inscrições para as pós-graduações vão até o dia 1º de julho dependendo da área. Isso proporciona um período extra de reorganização e de se decidir como prosseguir com a sua intenção de estudar no exterior.
A mesma pesquisa apontou que 61% das instituições respondentes adotaram as aulas online. A também americana University of Delaware informa em nota que embora a intenção da instituição seja receber os estudantes no campus para o novo ano acadêmico em 2020, isso deve ser cuidadosamente avaliado de acordo com as orientações e regras do governo e autoridades de saúde pública. “O objetivo da UD é garantir o mínimo possível de interferência nos estudos, adotando planos de aprendizado online”, explica.
Escolher continuar com o seu processo seletivo é, por enquanto, aceitar começar o curso como educação a distância. Se este for o caso, embora você receba todos os documentos necessários para solicitar um visto de estudante (os Estados Unidos emitem o Form I-20 para estrangeiros admitidos em cursos online integrais), você não precisará se preocupar com isso enquanto as coisas não voltem a se normalizar.
A intenção das instituições é retomar as aulas presenciais o quanto antes possível, assim que for seguro. Portanto, uma vez admitido neste período atual, você já terá a admissão e a documentação adequadas para estudar no exterior quando acabarem as medidas de lockdown.
2. Testes 100% virtuais
Diversas universidades dos grandes destinos de estudos do mundo passaram a aceitar provisoriamente testes de proficiência no inglês realizados cem por cento online. Os renomados exames do IELTS e TOEFL passaram a aplicar versões digitais – o IELTS Indicator e o TOEFL Special Home Edition – em decorrência dos centros oficiais fechados em quarentena. Os estudantes precisam apenas agendar um horário e fazer a prova inteira de casa, inclusive a conversa com um examinador por chamada de vídeo para a seção de conversação (Speaking).
Nos Estados Unidos, o número de universidades que aceitam o Duolingo English Test (DET) foi de 600 em dezembro de 2019 para mais de 1.000 em fevereiro de 2020. A maior diferença em relação a este exame é não ter uma avaliação direta com um examinador, como acontece com a seção de Speaking do IELTS Indicator. Na prova de conversação do DET, o candidato grava um vídeo com suas respostas às questões discursivas.
No entanto, segundo o Duolingo, eles contam com especialistas que examinam posteriormente, com a ajuda de Inteligência Artificial (IA), cada sessão do teste para tentar identificar 75 comportamentos suspeitos diferentes em rodadas independentes de revisão a fim de evitar fraudes.
Entretanto, estas não foram as únicas alterações em relação à exigência de comprovação de proficiência na língua inglesa. A Univeristy of Glasgow, no Reino Unido, estendeu a validade do IELTS e TOEFL para quatro anos e cinco meses a partir da data de realização da prova (um aumento de dois anos em relação à exigência normal). Se você fez o seu teste há quatro anos, por exemplo, a sua nota ainda está valendo para a inscrição na Glasgow.
Visite o site da sua universidade de interesse para saber como estão lidando com este requisito.
3. Algumas alterações nos requisitos
Em vários casos, as alterações se estendem a outros requisitos do processo seletivo. A George Brown College, em Toronto, Canadá, aceitará temporariamente documentos não atestados ou autenticados; documentos traduzidos para o inglês sem autenticação oficial; cópias originais não atestadas como “cópias verdadeiras”; e o uso do formulário de representação sem assinatura do estudante.
Posteriormente, quando tudo voltar a se normalizar, o aluno precisará providenciar as autenticações e regularizar a sua documentação na medida do possível, com orientação da universidade. Mas até lá, ele já terá a sua admissão.
Por mais contraditório que soe, com as provas online e as instituições dispostas a mudar suas regras, o momento é ideal para conseguir a sua vaga no exterior.