A Pesquisa Selo Belta 2020 divulgou na última quinta-feira (3), em coletiva online, os dados referentes ao mercado de intercâmbio brasileiro de 2019. Dos 2.837 estudantes respondentes, 64% viajaram para o exterior ano passado a fim de estudar e, dos 498 que ainda planejam a sua viagem, 33% continuam com a mesma intenção de antes da pandemia.
Na sua quinta edição, a pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta) ao Grupo de Pesquisa Mobilidades traz um panorama das agências de intercâmbio e programas de estudo no exterior a partir das respostas tanto dos agentes quanto dos próprios estudantes brasileiros. Em 2019, o setor movimentou US$ 1,3 milhão.
Canadá é o destino mais popular
O Canadá continua o destino de estudo mais procurado pelos brasileiros, seguido pelos Estados Unidos e a Irlanda, que desbancou o Reino Unido no terceiro lugar. Uma das consequências da grande popularidade do Canadá é a língua francesa aparecer em segundo lugar, atrás apenas do inglês, entre os cursos de idiomas mais procurados pelos estudantes em 2019, vencendo por pouco o espanhol. É a primeira vez que isso acontece.
Também foi a primeira vez que a África do Sul ficou no top 6 dos destinos mais populares, na frente de Malta e Nova Zelândia:
- Canadá
- Estados Unidos
- Irlanda
- Reino Unido
- Austrália
- África do Sul
- Malta
- Nova Zelândia.
Cursos de idioma e oportunidades de trabalho
Entre os tipos de programas mais procurados, os cursos de idioma seguem na frente. Por essa razão a duração de intercâmbio mais popular entre brasileiros é de até um mês ou entre quatro e seis meses.
As graduações cresceram em popularidade em relação à edição anterior, subindo uma posição para o terceiro lugar. No entanto, entre os brasileiros que buscam um bacharelado no exterior, Portugal foi apontado como o destino preferido, devido ao idioma nativo e à aceitação do ENEM no processo seletivo, embora ainda não se saiba se isso continuará assim após a pandemia.
Os cursos mais procurados no exterior pelos brasileiros em 2019 foram:
- Curso de idioma
- Curso de idioma com trabalho temporário
- Graduação
- High School (colegial)
- Curso profissional, certificado ou diploma
A busca por oportunidades de trabalhar durante ou após os estudos tem crescido bastante, o que reforça a popularidade de países como Canadá e Irlanda, que possuem leis bem mais atraentes nesse quesito do que os Estados Unidos e Reino Unido.
Outros dados sobre os brasileiros que estudaram no exterior em 2019
Entre os 65% dos 2.837 estudantes que viajaram para estudar no exterior em 2019:
- 81% fizeram o intercâmbio pela primeira vez;
- 80% são solteiros;
- 40,6% são de São Paulo;
- 57% moram com os pais;
- 62% são do gênero feminino;
- 71% escolheram o programa de intercâmbio com a ajuda de uma agência.
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Intercâmbios no pós-Covid
Esse ano, o Selo Belta realizou uma pesquisa à parte entre julho e agosto de 2020 para identificar o cenário nacional de intercâmbios após o surgimento da pandemia do coronavírus. Com uma participação mais modesta, os 498 estudantes que pretendem ou pretendiam estudar no exterior indicaram que:
- Desistiram do intercâmbio em um futuro breve: 13%
- Desistiram definitivamente de um intercâmbio: 3%
- Continuam com o mesmo plano 33%.
Mesmo com o otimismo entre os estudantes, 98% das 402 agências respondentes apontaram um impacto negativo nas vendas.
O principal fator que influencia a decisão de estudar no exterior no pós-Covid entre os brasileiros é a liberação do país de destino, em vista do ainda grande número de casos no Brasil, que pode atrasar a abertura das fronteiras. Esse é o caso da Espanha, por exemplo, que já liberou a entrada de estrangeiros no país, mas os brasileiros se encontram ainda no grupo de restrições.