Houve fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014 nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso. Foi isso que o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) constatou, 26 de novembro, através de uma investigação realizada em conjunto com a Polícia Civil mineira.
Uma quadrilha conseguiu os cadernos de questões antes do início das provas e repassou as respostas para entre 15 e 20 candidatos. A fraude não existia apenas no Enem, mas ainda em outros vestibulares pelo Brasil, principalmente para o curso de Medicina.
Os concorrentes pagavam entre R$ 50 e R$ 70 mil ao terem a aprovação confirmada. No domingo, 23 de novembro, 11 pessoas foram presas em flagrante, repassando o gabarito, por ponto eletrônico, a 22 vestibulandos que faziam os exames da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Na terça-feira, outro integrante do bando foi preso. As investigações, que começaram em abril, apontam indícios de um esquema lucrativo que há anos pode estar atuando. Nos últimos meses, quatro vestibulares de medicina, a maioria no estado de São Paulo, além do Enem, foram fraudados.
A quadrilha pretendia agir em outras cinco seleções até janeiro. Em muitos vestibulares, pessoas capacitadas faziam as provas e saiam mais cedo e, através de transmissão eletrônica, com equipamentos de última geração, repassavam as respostas para o interessado em comprar a vaga.
Crimes
Pais dos candidatos suspeitos também poderão ser investigados. Eles poderão ser indiciados e denunciados por fraude em certame de interesse público. Já os operadores da fraude deverão responder pelos crimes de formação de organização criminosa, fraude em certame de interesse público, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Segundo o MP, os vestibulares e exames fraudados poderão ser anulados caso não se consiga identificar todos os favorecidos. É importante esclarecer, que estão não é a mesma quadrilha que foi presa no último dia 14 suspeita de fraudar o Enem e vestibulares de Medicina na Região Nordeste.
Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – responsável pelo Enem – disse que não foi contatado pela Polícia Civil mineira sobre o teor das investigações, mas que já solicitou à Polícia Federal informações sobre o caso e que os candidatos envolvidos serão eliminados.
Por Dayse Luan
Com informações da Agência Brasil