Era Vargas no Enem

É com frequência que aparece o tema da Era Vargas no Enem ou temas adjacentes a esse período. Então, é importante ficar atento ao modo de abordagem das questões.
Por Cláudio Fernandes

Getúlio Vargas, à esquerda, ao lado do então presidente dos EUA, F.D. Roosevelt, em 1936
Getúlio Vargas, à esquerda, ao lado do então presidente dos EUA, F.D. Roosevelt, em 1936
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  • Importância da Era Vargas na História da República brasileira

A Era Vargas, que se estendeu de 1930 a 1945, foi um período decisivo da história do Brasil e, mais especificamente, do período republicano. Isso porque foi nesse período que o Brasil passou a desenvolver um projeto de centralização do poder político e, consequentemente, a desintegrar a hegemonia das oligarquias regionais da República Velha. A Era Vargas foi também um período de grandes controvérsias, já que Getúlio Vargas, que assumiu o poder máximo da República após a Revolução de 24 de outubro de 1930, governou o país “provisoriamente”, isto é, sem eleição popular e sem nova Constituição, por quatro anos (1930-1934); passou por um breve período democrático (1934-1937) e instalou uma feroz ditadura inspirada no modelo nazifascista europeu (1937-1945), que ficou conhecida como Estado Novo.

  • O que o Enem costuma cobrar sobre o Período da Era Vargas?

Como é sabido, as questões relativas à área de História aparecem, no Enem, na seção de Ciências Humanas e suas Tecnologias – onde também estão reunidas as questões relativas às disciplinas de Geografia, Sociologia e Filosofia. Nessa seção, o Enem geralmente prioriza a abordagem de temas como cidadania, liberdade, conflito de classes, trabalho, ideologia etc.

Em se tratando da Era Vargas, o Enem pode explorar esses temas em pontos como: a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT); a formação da Aliança Nacional Libertadora (1934), de orientação comunista, e a Ação Integralista Brasileira (1932), de orientação fascista; a Revolução Constitucionalista de 1932; a Constituição de 1934; e, por fim, as medidas tipicamente autoritárias do Estado Novo, como tortura, as perseguições políticas, o cerceamento das liberdades individuais e a manipulação das massas por meio da imprensa e propaganda. Esse último ponto foi abordado em uma questão do Enem de 2015, que apresentaremos abaixo.

  • Exemplo de questão (questão 02, caderno azul, Enem de 2015)

No Enem de 2015, o tema do controle que o Estado Novo varguista exercia sobre a imprensa e propaganda foi abordado em uma questão. Vejamos como ocorreu a abordagem:

O trecho apresentado na questão é da historiadora Maria Helena Capelato. O cabeçalho da questão exige do candidato que assinale a alternativa que indique a finalidade da transferência das funções entre os ministérios, apontada no texto. Percebemos que, em seu texto, Capelato diz que as funções de propaganda, o cinema e o rádio, antes vinculadas ao Ministério da Educação, passaram a ser controladas por um departamento específico, vinculado ao Ministério da Justiça. A vinculação dessas funções às questões de justiça implica o caráter policialesco do Estado Novo, que procurava o controle sobre os veículos de comunicação que atingiam as grandes massas. Por isso, no próprio texto, Capelato afirma que o objetivo era “colocar os meios de comunicação de massa a serviço direto do Poder Executivo”.

A inspiração de Vargas vinha do Ministério de Propaganda Alemã da época, isto é, do nazismo. A alternativa correta, portanto, é a letra B.

Bons estudos!

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