Enem: Inep anula notas de participantes indiciados por fraude

Treze pessoas entraram em cursos como Medicina e Odontologia fraudando as provas de 2015 e 2016.
Em 12/09/2017 16h30 , atualizado em 12/09/2017 16h47 Por Lorraine Vilela Campos

Crédito da Imagem: enem
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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) vai anular os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 13 participantes que foram indiciados por fraude. 

A maior parte dos indiciados está matriculada em cursos de Medicina de universidades das regiões Norte e Nordeste. As instituições serão notificadas pelo Ministério da Educação (MEC) para que sejam tomadas as medidas necessárias. 

Veja mais: PF deflagra operações para reprimir fraudes no Enem

Segundo o Código Penal, a pena para a fraude cometida pelos indiciados é de multa e reclusão de até seis anos. Quanto ao Enem, a Polícia Federal acredita que a exclusão dos resultados de tais participantes é suficiente para a garantia da integridade do exame e, além disso, recomendou reforços na segurança das provas. 

Entenda o caso

A fraude dos participantes foi constatada a partir da Operação Jogo Limpo da Polícia Federal. A ação do órgão teve duas fases, uma investigando o Enem 2015 e a outra a edição de 2016 do exame. 

Na primeira fase da operação, foram indiciados três participantes do Enem 2015. Tratavam-se de dois irmãos e um primo, residentes no Maranhão, que solicitaram o atendimento especial para sabatistas para que pudessem fazer a prova na mesma sala. Os gabaritos do primeiro dia foram iguais, enquanto no domingo seguinte, já em locais separados, as respostas foram diferentes. 

Os três maranhenses foram aprovados em instituições públicas. Um dos indiciados passou para Medicina em uma universidade estadual do Nordeste, enquanto outro foi convocado para a Medicina em uma federal da região. Já um terceiro conseguiu aprovação em três cursos com as notas do Enem, sendo eles Enfermagem, Educação Física e Ciências Biológicas. 

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Na segunda fase da Operação Jogo Limpo, a Polícia Federal indiciou 10 participantes do Enem 2016. Os primeiros casos tratam-se de uma mulher pega em flagrante após o fim das provas, em Santarém, e um homem que foi flagrado na mesma situação, só que em Macapá. 

A mulher flagrada em Santarém foi selecionada em três instituições do sul, sendo duas federais. Ela está matriculada com bolsa do Programa Universidade Para Todos (ProUni). Já o homem de Macapá passou em uma universidade federal da região Norte. Em ambos os casos, os indiciados foram aprovados em Medicina. 

Além dos participantes citados anteriormente, foram flagradas outras pessoas no esquema, mas no Ceará. Já um homem foi pego com cola escrita no Enem 2016, no Piauí. 

Leia também: Polícia Civil prende quadrilha que lucrou R$ 5 milhões por fraudar vestibulares de Medicina

Medicina foi o curso mais procurado pelos indiciados. Também houve ingresso em Odontologia, além da aprovação em Enfermagem, Educação Física e Ciências Biológicas. 

Operações

Além da Operação Jogo Limpo, o Inep continua no monitoramento de 13 estudantes que fraudaram o Enem 2013, os quais são investigados pela Operação Hemostase, da Superintedência Regional de Minas Gerais. 

O Inep espera que o terceiro inquérito sobre o Enem 2016, da Operação Embuste, seja concluído neste mês de setembro. 

Com informações do Ministério da Educação


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