Para alcançar a coerência textual na redação do Enem e assim atingir uma boa pontuação na prova, você deve ficar atento aos principais elementos que conferem inteligibilidade à escrita. Uma redação precisa, antes de qualquer outra coisa, deve fazer sentido. Se você, por descuido ou desconhecimento, abre mão dessa premissa, certamente seu texto ficará prejudicado. Para ajudar você a compreender os processos de construção da coerência textual, o Vestibular Brasil Escola traz mais uma dica de redação para o Enem.
Antes de começar a escrever um texto, responda às seguintes perguntas:
1- Qual é a finalidade do texto?
2- Qual é o assunto?
3- Quem é o leitor do meu texto?
4- Qual tipo textual devo escolher?
Respondidas às questões, você está pronto para começar a escrever. Para que seu texto seja coerente, ele precisa apresentar ideias e argumentos precisos e articulados. Mas a coerência não deve ficar restrita às ideias, ela precisa estar presente também no seu objetivo, ou seja, seu texto deve ser coerente com o tipo de leitor que você pretende atingir e com o gênero textual que você pretende desenvolver. Para que isso aconteça, alguns critérios devem ser respeitados, são eles:
1- Princípio da não contradição;
2- Princípio da não tautologia;
3- Princípio da relevância.
Os três critérios existem para que você se lembre de apresentar argumentos coerentes (princípio da não contradição) em um texto que evitem a repetição de ideias (princípio da não tautologia) e que apresentem informações relevantes (princípio da relevância). Essas informações devem estabelecer uma relação dialógica ao longo do texto, caso contrário serão apenas ideias deslocadas e desarticuladas dentro de sua redação. Se na fala você obedece a padrões mentais que norteiam o discurso oral, fazendo com que ele seja inteligível para seu interlocutor, o mesmo deve acontecer na escrita, não é mesmo?
Para isso, elabore um esquema no qual você possa colocar as ideias em seus devidos lugares, obedecendo assim ao princípio da hierarquia. As ideias mais importantes são desenvolvidas primeiro e assim sucessivamente. Além disso, outra dica muito importante para que a coerência seja preservada é reler seu texto, pois uma leitura mais cuidadosa pode detectar falhas sintáticas e semânticas que, porventura, possam comprometer os sentidos de sua redação. Bons estudos e boa prova!
Exercício de Redação para o Enem (com gabarito)
Enem – 2012
Questão 120
Texto I
A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev. 2012.
Texto II
A dois passos do paraíso
“(...) A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
“Dedique uma canção a quem você ama”
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta
Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve
E assina com o singelo pseudônimo de
“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”
Ela nos conta que no dia que seria
o dia mais feliz de sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo
Um caminhoneiro conhecido da pequena e
Pacata cidade de Miracema do Norte
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Oh! Arlindo Orlando volte
Onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos e para-choque duro (...)”.
BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).
Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção,
a) estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica.
b) lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real de comunicação
radiofônica.
c) marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica.
d) direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas.
e) objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as
marcas de subjetividade do locutor.
Comentário da questão: É possível encontrar na letra da música “A dois passos do paraíso” um típico discurso radiofônico, cuja linguagem é simples e direcionada para um interlocutor definido. A história faz-se verossímil na voz de um locutor de rádio.
Resposta da questão: Alternativa “a”.