Questão Palestina no Enem

A Questão Palestina trata do conflito político e territorial travado entre palestinos e israelenses. É um tema que tem alguma recorrência no Enem.

A Questão Palestina fala da luta dos palestinos pela sua autodeterminação.
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A Questão Palestina é a luta dos palestinos por sua autodeterminação, além de também se tratar do conflito político e territorial que envolve palestinos e israelenses. Teve origem com o surgimento do sionismo, que defendeu a formação de um Estado judaico na Palestina.

Essa disputa ganhou força a partir de 1948, quando o Estado de Israel foi fundado. Desde então, uma série de conflitos ocorreu, com a situação seguindo tensa nos dias atuais. Esse assunto tem alguma recorrência no Enem, sendo uma pauta importante de ser estudada. Manter-se atualizado e acompanhar questões antigas é uma boa forma de estudar o assunto.

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Resumo sobre a Questão Palestina no Enem

  • A Questão Palestina é o nome da luta dos palestinos por sua autodeterminação.

  • Dentro desse assunto, também se incluem os conflitos existentes entre israelenses e palestinos.

  • A origem desses conflitos se deu com o sionismo, movimento nacionalista que defendeu a formação de um Estado judaico na Palestina.

  • Por se tratar de um assunto atual, é importante manter-se atualizado sobre os desdobramentos desse conflito.

  • É um assunto com alguma recorrência nas provas do Enem.

O que é a Questão Palestina?

A Questão Palestina é o nome que se dá à luta dos palestinos por sua autodeterminação e à disputa política e territorial que existe entre Israel e Palestina. Essa disputa se estabeleceu, no começo do século XX, a partir do crescimento do movimento sionista, mas escalou a partir de 1948, quando o Estado de Israel foi oficialmente fundado. Desde então, conflitos foram constantes na região.

O ponto de partida para o surgimento da Questão Palestina foi, sem dúvidas, o sionismo. O sionismo é um movimento nacionalista que se estabeleceu entre os judeus no final do século XIX, sendo criado por Theodor Herzl. Defendeu o retorno dos judeus para a região da Palestina a fim de fundar um Estado judeu no local.

O sionismo deu origem a um grande esforço dos judeus em retomar territórios na Palestina para viabilizar a criação do Estado de Israel. Foi criada a Organização Sionista Mundial, que atuou na compra de terras na Palestina, concedendo-as a judeus que tinham interesse de retornar para a região.

A crescente ocupação judaica na Palestina deu origem a um grande problema: a região era habitada, havia séculos, pelos árabes palestinos, e eles não estavam dispostos a dividi-la com os judeus. A presença judaica na Palestina aumentou consideravelmente a partir da década de 1910, e tornou-se uma questão importante na região.

Movimentos judaicos e palestinos se estabeleceram na Palestina, e pequenos confrontos foram comuns. Na década de 1940, a causa dos judeus ganhou força política em todo o mundo por conta do Holocausto. Assim, a ONU mediou essa questão, e, por meio de sua Resolução 181, estabeleceu a divisão da Palestina entre palestinos e judeus.

Essa resolução estabeleceu o território de judeus e palestinos e definiu que Jerusalém seria uma cidade internacional. Os palestinos árabes rejeitaram a proposta porque não aceitavam dividir a Palestina com os judeus. Os israelenses, por outro lado, aceitaram-na, e, em 14 de maio de 1948, foi fundado o Estado de Israel.

A fundação do Estado de Israel deu origem ao primeiro conflito oficial entre árabes e israelenses: a Primeira Guerra Árabe-Israelense. Esse conflito se deu entre 1948 e 1949, sendo marcado pelo envolvimento de diversas nações árabes contra Israel. As forças árabes contaram com soldados do Egito, Síria, Líbano, Transjordânia (atual Jordânia), Iraque, além de soldados palestinos.

O resultado desse conflito foi desastroso para os palestinos, pois as forças israelenses, mais bem preparadas e equipadas, venceram o conflito e conquistaram parte significativa das terras que seriam da Palestina na resolução da ONU. O avanço israelense deu início a uma das maiores sagas do povo palestino: o nakba.

O nakba, que significa “tragédia”, em árabe, é o nome que se deu para a migração forçada de palestinos durante esse conflito. Estima-se que, na época, cerca de 700 mil palestinos foram forçados a abandonarem a Palestina para se protegerem. Israel nunca permitiu que esses palestinos retornassem, e atualmente estima-se que sejam mais de cinco milhões de pessoas.

Desde então, outros conflitos aconteceram na região:

  • Guerra de Suez: conflito travado entre Israel e Egito em 1956.

  • Guerra dos Seis Dias: conflito travado em 1967, quando Israel atacou de surpresa o Egito, a Síria e a Jordânia. Resultou em uma grande expansão territorial de Israel.

  • Guerra de Yom Kippur: conflito iniciado em 1973, quando Israel foi atacado pelo Egito. Israel reafirmou seu domínio sobre os territórios conquistados na guerra de 1967.

Os palestinos nunca tiveram o seu Estado oficialmente criado. A falta de apoio internacional e o controle de Israel sobre a Palestina impedem que isso aconteça. A resistência dos palestinos contra a ocupação israelense e a tomada de suas terras se deu de diversas maneiras e uma delas foram as intifadas.

As intifadas foram revoltas populares realizadas pelos palestinos contra a violência das tropas de Israel. A população palestina se armou de paus e pedras e foi ao confronto contra os soldados israelenses. Os palestinos realizaram duas intifadas: a primeira se estendeu de 1987 a 1993, e a segunda, de 2000 a 2005.

Durante a primeira intifada, surgiu o Hamas, uma organização terrorista que luta contra Israel e comanda de maneira autoritária a Faixa de Gaza. O Hamas surgiu como uma alternativa ao Fatah, grupo palestino que procurava defender a causa palestina pela via política e diplomática. No seu estatuto, o Hamas defende a extinção de Israel.

Muitos pesquisadores, no entanto, veem que, à medida que a violência de Israel contra os palestinos aumenta, o Hamas se fortalece. Além disso, o fortalecimento do Hamas já foi incentivado por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, que entende que esse fortalecimento enfraquece politica e diplomaticamente a causa dos palestinos no Ocidente.

O último grande acontecimento relacionado aos conflitos árabe-israelenses se iniciou em outubro de 2023, quando um ataque do Hamas levou à morte de milhares de israelenses. Desde então, Israel conduziu ataques militares em massa contra a Faixa de Gaza, resultando em uma enorme destruição material e na morte de 40 mil palestinos.

Os ataques de Israel realizados entre 2023 e 2024 renderam inúmeras críticas ao governo de Benjamin Netanyahu. O governo de Israel foi acusado de promover genocídio, sendo o país advertido pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) a tomar ações para evitar genocídio na região. Além disso, o CIJ afirmou que Israel promove apartheid e segregação contra os palestinos. Para saber mais sobre a Questão Palestina, clique aqui.

Dicas para estudar a Questão Palestina no Enem

A Questão Palestina é um dos acontecimentos mais importantes da atualidade, mobilizando a diplomacia internacional e interferindo nas relações de diferentes países. Além disso, é um assunto bastante enviesado, o que, muitas vezes, pode levar os estudantes a realizarem conclusões precipitadas.

Por isso, é importante acompanhar o noticiário nos jornais como também procurar análises realizadas por especialistas em política internacional, Ciência Política, Relações Internacionais, Direito internacional, História, Ciências Sociais, entre outros. É importante entender a opinião de profissionais que analisam e estudam o assunto a fundo.

Nesse sentido, jornais, jornais impressos, podcasts, videocasts, artigos, livros, entre outros, podem ser importantes fontes para os estudantes se atualizarem do assunto. Como se trata de um acontecimento em curso, é importante estar atento às atualizações e aos últimos desdobramentos. Fazer anotações sobre o que se lê e ouve sobre o assunto também é fundamental para permitir uma revisão sobre esse tema.

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Questões do Enem sobre a Questão Palestina

(Enem PPL 2019)

Resposta: Letra A

O mapa em questão traz a divisão das terras entre Israel e Palestina. Com o mapa, podemos identificar a expansão do Estado de Israel e a progressiva perda de terras por parte dos palestinos. Dentro do que foi questionado, o mapa apresenta o resultado de um conflito em que os dois lados procuram garantir a posse territorial daquela região.

(Enem 2023)

Resposta: Letra C

A questão apresenta a Declaração Balfour, promessa realizada pelo governo inglês aos sionistas de que o Reino Unido apoiaria politica e diplomaticamente a criação de um Estado nacional para os judeus. Essa declaração foi emitida pelos britânicos com o intuito de garantir apoio dos judeus à Tríplice Entente durante a Primeira Guerra Mundial, mas desagradou profundamente aos árabes, sendo um símbolo do fracasso inglês em mediar o conflito na Palestina.

(Enem 2018)

Resposta: Letra B

O texto apresentado demonstra a preocupação dos sionistas de estabelecer o controle dos territórios palestinos com base na superioridade étnica em termos numéricos. A questão étnica é tão importante que os palestinos descendentes do nakba são proibidos de retornar à Palestina para não “desequilibrar” essa balança étnica, por exemplo.

Fontes

ARMSTRONG, Karen. Jerusalém: uma cidade, três religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

CAMARGO, Cláudio, Guerras Árabe-israelenses. In.: MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013.

OMER, Mohammed. Em estado de choque: sobrevivendo em Gaza sob ataque israelense. São Paulo: Autonomia Literária, 2017.

JANJEVIC, Darko. O que são as intifadas? Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/o-que-s%C3%A3o-as-intifadas/a-41715345

GUIMARÃES, Maria João. O que é uma Intifada? Disponível em: https://www.publico.pt/2017/12/08/mundo/perguntaserespostas/o-que-e-uma-intifada-1795255