Ideb 2019: crescimento na avaliação ainda está longe do ideal

Números divulgados estão abaixo da meta proposta para 2019 e inclui tanto a rede pública quanto a rede privada.
Em 17/09/2020 12h54 , atualizado em 17/09/2020 17h28 Por Érica Caetano

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Essa semana o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio brasileiro em 2019. De acordo com os números informados pelo órgão, a avaliação do ensino médio alcançou 4,2 pontos, a maior evolução da edição após quatro anos de estabilidade, já que em 2017 o número foi de 3,8 - numa escala de 0 a 10.

Apesar da melhora, ainda estamos distantes da meta ideal proposta para o ano passado de 5,0 pontos. Dentre as unidades da Federação, os números do ensino médio variaram 1,4 ponto entre os piores e os melhores resultados.

Os destaques foram para os estados de Goiás, único estado a atingir a meta individual, e Espírito Santo. Os dois empataram com as melhores médias do país na etapa: 4,8 pontos. Os estados do Pará e Amapá tiveram os resultados mais baixos, com 3,4 pontos.

Os números incluem a rede pública e a rede privada de ensino. Já as escolas técnicas estaduais, que ofertam ensino médio profissionalizante, não fizeram parte da avaliação.

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O Ideb é formado por dois tipos de dados, sendo eles as taxas de aprovação, disponibilizadas pelo Censo Escolar, e o desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que avalia o conhecimento na língua portuguesa e na matemática.

Ele é divulgado de dois em dois anos com um parecer sobre a qualidade do eninos nos primeiros anos, ou seja, de 1º a 5º ano, e também dos finals, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental bem como do ensino médio.

Quanto maior o número do Ideb, melhor o resultado. Antes do número registrado em 2017 (3,8) o Ideb ficou sem crescimento dos 3,7 entre os anos de 2011 a 2015. A etapa conta com 28,8 mil escolas pelo país e a maioria das 7,5 milhões de matrículas se encontra na rede estadual.

Ideb 2019

O Ideb 2019 foi de 5,9 pontos, o que representa um aumento de 0,1 ponto em relação à edição anterior. Levando em conta apenas a rede estadual, que representa mais de 97% das matrículas do Ensino Médio na rede púlica brasileira, os números aumentaram pela primeira vez desde o ano 2015, passando a 3,9. Contudo, o valor também está muito distante da meta estabelecida para 2019, que é de 4,6.

No ensino fundamental, nove unidades da Federação alcançaram Ideb maior ou igual a 6 nos anos iniciais do ensino fundamental. São Paulo foi a que teve o melhor desempenho, com 6,7 pontos, seguido por Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, com 6,5 pontos; Ceará, com 6,4 pontos; Goiás, com 6,2 pontos; Espírito Santo, com 6,1 pontos; e Rio Grande do Sul, com 6 pontos. Já o Pará teve o resultado mais baixo, com 4,9 pontos, mas superou sua meta de 4,7 pontos.

Nos anos finais do ensino fundamental, o aumento foi de 0,2 pontos, com resultado final de 4,9 pontos. Apesar da melhora, o índice também ficou abaixo da meta de 5,2 pontos em 2019.

Nesta etapa de ensino fazem parte 61,8 mil escolas e 11,9 milhões de estudantes no Brasil. O estado de São Paulo teve o melhor desempenho, com 5,5 pontos, mas não conseguiu atingir a meta individual de 5,9 pontos. Outos cincos estados não conseguiram atingir a meta, sendo eles: Amapá, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal

Sete estados conseguiram cumprir seus objetivos: Amazonas, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará, Paraná e Goiás. Os resultados mais baixos foram do Amapá, com 4 pontos, e do Pará, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e da Bahia, com 4,1 pontos.

O estado do Ceará se destacou no que diz respeito ao percentual de municípios que atingiram a meta do Ideb do ensino fundamental por unidade da Federação: 98,9% nos anos iniciais e 83,7% nos anos finais. Alagoas também teve um bom resultado nos anos iniciais, com alcance de 92,2% dos municípios do estado em relação à meta do índice. Já o Amapá teve apenas 18,8% nos anos iniciais e o Rio de Janeiro, 4,3% nos anos finais.

Inep vê saldo positivo

Apesar dos números serem bem inferiores aos esperados, o Inep avaliou de forma positiva os números alcançados e obtidos através do Ideb, principalmente no ensino médio, mesmo que esta não tenha sido a meta proposta. E trabalhará para acelerar o crescimento.