10 coisas que você deve saber antes de estudar no exterior
Confira como manter os pés no chão e aproveitar uma das experiências mais gratificantes e enriquecedoras.
Estudar no exterior é uma das experiências mais gratificantes e enriquecedoras que uma pessoa pode ter. Mesmo assim, quando se dá início ao processo – desde a procura por cursos até a compra das passagens aéreas – não tem como prever como será a experiência. Isto acontece, principalmente, porque várias ideias sobre estudar fora são preconcebidas e nem sempre se enquadram na realidade. Por isso, nós listamos dez coisas que todo estudante deveria saber antes de estudar no exterior – nem todas são negativas e a maioria irá ajudá-lo a manter os pés no chão ao aproveitar o período.
1. Você vai ter que estudar. De verdade.
O propósito principal de estudar no exterior é, bem, estudar no exterior. Parece óbvio, mas há muitas pessoas que vão para fora pensando apenas nas festas, baladas, passeios e viagens que farão durante o intercâmbio. Claro, com uma boa gestão do seu tempo, você conseguirá fazer tudo isso e muito mais. No entanto, é muito importante manter o seu foco: você viajou para o exterior para estudar. A sua escola ou universidade com certeza terá alguma regra sobre frequência mínima e exigirá um desempenho específico para a concessão do seu diploma.
2. Um semestre nem sempre é suficiente para tornar-se fluente em uma segunda língua
Aprender um idioma estrangeiro é difícil. Certamente, estar imerso em um país onde ele é a língua oficial e é usado em todos os lugares facilitará muito o aprendizado (de fato, muitos acreditam que esta é a melhor e mais rápida forma de aprender um idioma). No entanto, se a sua proficiência for iniciante, um semestre provavelmente não será suficiente para tornar-se fluente. Além disso, a imersão só será extremamente beneficial se você souber usá-la. Muitos estudantes se fecham por ter medo de errar e acabam convivendo apenas com brasileiros, o que atrasa e dificulta o aprendizado.
Para ganhar proficiência, você vai precisar estudar muito, esforçar-se, fazer perguntas em sala de aula, aproveitar todas as oportunidades de conversar com nativos, não ter medo de cometer erros (afinal, você é um aprendiz). Ou seja: praticar, praticar e praticar para fazer valer o seu intercâmbio. E também é importante saber que proficiência em um idioma é um trabalho constante e praticamente infinito (portanto, não se zangue se ouvir a seguinte frase quando retornar ao Brasil: “Você estudou fora, como não sabe o que [inserir palavra] significa?”)
Leia sobre as vantagens e desvantagens de ter amigos brasileiros enquanto estuda no exterior.
3. A cultura brasileira está em TODOS os lugares
Ir para o exterior não significa, jamais, “fugir” do Brasil ou de sua cultura. Não importa para onde você for, encontrará outros brasileiros, pastel, coxinha, caipirinha, churrasco com pagode, e outras marcas de nossa cultura. Tem artistas brasileiros que tocam nas rádios internacionais, baladas temáticas e locais que são amplamente frequentados por conterrâneos. É claro que, se você leu o item anterior saberá que deverá limitar a sua ida a locais onde o português é falado, no entanto, a grande vantagem de encontrar a cultura brasileira em todos os lugares é que você tem alguns refúgios para amenizar a saudade de casa.
4. O choque cultural é algo muito real
Nem todas as séries e filmes norte-americanos poderiam ter me preparado para as duas primeiras semanas de choque cultural que passei quando aterrissei nos Estados Unidos. E isso acontece independente do seu destino de estudo. É bom saber que o choque cultural não é balela e ele pode atacar fortemente nos primeiros dias. Mas passa! Leva um tempo até se acostumar com o idioma diferente, as casas diferentes, o jeito de ser diferente (principalmente se você viajar para um país onde as pessoas costumam ser mais frias ou fechadas). Pode durar um dia, uma semana ou um mês – isso varia muito de pessoa a pessoa. Realmente, alguns intercambistas nem o sentem. No meu caso, acredito que precisei de um mês para me sentir adaptada e acabei ficando por mais 17 meses no país. Portanto, o essencial é entender que o choque cultural é apenas uma fase e se permitir um tempo para superá-la.
Nós temos outros artigos que podem ajudá-lo neste período, leia aqui e aqui.
5. As pessoas terão ideias formadas sobre você
Vão pedir para você sambar. Vão perguntar se você vive na selva. Vão dizer que adoram o Carnaval. Vão querer conversar com você sobre futebol. Vão cantar “ai se eu te pego”. Sim, os estrangeiros têm ideias estereotipadas sobre os brasileiros. Mas, se você pensar bem você, também tem ideias formadas sobre eles. Por exemplo: todo americano adora balada e tem uma arma em casa. Os europeus são muito frios. Todos os italianos amam massa. Deu para ter uma ideia, não é? Aproveite estas oportunidades em que perguntas estereotipadas são feitas para ensinar sobre a nossa cultura brasileira aos estrangeiros.
6. Namorar durante o intercâmbio pode ser uma ideia superestimada
Os filmes nos vendem uma ideia extremamente romantizada sobre encontrar o amor da vida em um país estrangeiro. Na realidade, pessoas são pessoas, relacionamentos não são fáceis em qualquer lugar do mundo e, só porque a localização é mais romântica (como não esperar por uma história de amor em Paris, não é mesmo?), nada garante que você encontrará um amor para a vida toda.
Tendo isto dito, é sempre importante lembrar que histórias belas de romance realmente acontecem durante intercâmbios e você não precisa se fechar às oportunidades. Só é necessário, claro, muita cautela e segurança quando for conhecer pessoas novas; e levar em conta também que as culturas são bem diferentes umas das outras, o que é considerado normal para você em um relacionamento pode ser completamente estranho para um nativo. (Os americanos, por exemplo, não se sentem muito confortáveis com demonstrações públicas de afeto, tão normais no Brasil.)
7. Você nunca estará completamente preparado
Talvez você seja pego desprevenido pelo inverno na Austrália ou se espante com verão nos Estados Unidos. Talvez você demore a entender como funciona o sistema de ensino acadêmico americano ou o britânico. Valvez você leve meses para entender o sotaque predominante na cidade... Há muitas formas de sentir-se despreparado. Uma super pesquisa antes de viajar ajuda imensamente, mas é bom estar preparado para surpresas e desentendimentos.
8. Maneirar nas expectativas ajuda a ter uma experiência melhor
Esta, na verdade, é uma regra para a vida. Afinal:
Expectativa - realidade = felicidade
Pode ser que Londres não seja tuuudo aquilo que você esperava; ou que você não faça dezenas de amigos estrangeiros, como planejava. Mas tudo bem! As chances maiores são que a experiência seja ainda melhor do que você esperava – por isso, as expectativas maneiradas ajudam um pouquinho.
9. As melhores lembranças não são planejadas
As melhores memórias desta experiência provavelmente serão aquelas que não estavam no roteiro. Vou te dar um exemplo pessoal: durante uma viagem de férias para Los Angeles com outras cinco amigas brasileiras (que também eram au pairs na Virginia), estávamos a caminho de uma balada na cidade e acabamos passando por uma festa em um hostel. Um pessoal que estava hospedado lá nos chamou para participar e acabamos conversando com pessoas do mundo inteiro, cantando no karaokê, jogando ping pong e nos divertindo muito. Fomos para a balada depois, que ninguém conhecia, e as bandas norte-americanas LMFAO e Far East Moviment estavam lá, do nada. Esta foi uma das coisas mais espontâneas e divertidas que nos aconteceram e nenhuma de nós esperava por isso ou havia planejado para que acontecesse.
10. A sua experiência depende de você
No final das contas, a experiência de estudar no exterior depende amplamente de você mesmo. Você quem decide o seu destino de estudo. Você quem decide estar aberto a uma nova cultura, novos conhecimentos e novas amizades. Você que gerenciará o seu tempo entre estudos e diversão. Você que escolherá sair de sua zona de conforto!