Como lutar contra a Covid-19 diante do negacionismo, das Fake News e da imprudência?

O artigo não representa a opinião do site. A responsabilidade é do autor do texto.

Postura negacionista do governo, irresponsabilidade na gestão da crise e propagação de boatos atrapalham vacinação.

Fake News sobre a vacina da Covid-19 atrapalham o combate da pandemia
Crédito da Imagem: shutterstock

Passamos dos 500 mil mortos, 500 mil vidas perdidas diante do negacionismo de autoridades políticas, do desdém com a ciência e propagação constante de fake news. Em pleno 2021, jornais precisam entrevistar cientistas para que possam esclarecer boatos que circulam nas redes e que muitas vezes inteferem na procura pela vacina contra a Covid-19.

Veja também: O que são Fake News?

O movimento Antivacina (anti-vax) já era considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, como um dos 10 principais riscos para a saúde global. Se a propagação de Fake News era preocupante antes da pandemia, qual será a dimensão que as notícias falsas podem tomar no cenário atual?

Entre os materiais que mais circulam em mensagens de aplicativos e redes sociais estão:

  • A vacina só funciona se der reação: não, cada corpo reage de uma maneira, mas não existe isso de que é preciso ter reação para que a vacina funcione. O que é necessário é que o cronograma de vacinação seja seguido corretamente, ou seja, que sejam tomadas as duas doses. 

  • Vacina deixa as pessoas magnéticas: não, as pessoas não se tornam imãs por se vacinarem contra Covid-19. Além disso, as vacinas não têm materiais metálicos em sua composição, como muitos dizem. 

  • Estão implantando chip nas pessoas vacinadas: alô?! Sim, ainda tem gente que cai em boato assim. Não, as pessoas não estão sendo chipadas para serem monitoradas. 

  • Sinais de Wi-fi e Bluetooth em pessoas que foram vacinadas: também na linha da conspiração de ficção científica, saiba que não existe a possibilidade de implantar tais sistemas pela agulha da vacina. Ah! A vacina também não emite tais sinais. 

As fake news citadas acima são alguns exemplos mais bizarros propagados, mas existem distorções de dados científicos que também são divulgados em massa, o que se torna mais perigoso ainda. Quando o boato ou estudo deturpado vem com cara de verdade, com resguardo de alguma autoridade ou profissional, as pessoas tendem a adotar para si como algo verídico. 

Imagine, então, quando relatos sobre reações a vacina chegam nas mãos de quem é contra a imunização ou da população com menor acesso à informação? Fatos como esse tem se tornado frequentes e resultado na recusa de determinadas vacinas. 

A importância da informação

A informação é fundamental na luta contra a Covid-19. Espalhar fake news só atrapalha o processo de imunização, instala o medo na população e estimula atitudes irresponsáveis como a recusa no uso de máscaras e a promoção de aglomerações. 

Leia também: O que é negacionismo?

Se estamos em um país no qual o presidente incentiva o abandono da máscara, se aglomera sempre que possível, promove tratamentos sem respaldo científico e desestimula a vacinação, cabe a nós evitar que as fake news continuem contribuindo para a ignorância em tempos tão dificeis.