As fakes news sobre a guerra na Ucrânia

Estudantes precisam ficar atentos para não cair em fake news na hora dos estudos.
Em 03/03/2022 12h07 , atualizado em 03/03/2022 12h27 Por Adriano Lesme

Imagens de videogame circularam como sendo reais
Imagens de videogame circularam como sendo reais
Crédito da Imagem: Reprodução Arma 3
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Nos últimos dias, a atenção do mundo está voltada para a guerra entre Rússia e Ucrânia. Emissoras de TV e portais de notícias divulgam imagens do conflito durante todo o dia, em todas as plataformas, para tentar transmitir a realidade da região. Mas será que podemos confiar em tudo que é divulgado sobre a guerra?

Geralmente, os fatos que estão em evidência são vítimas das chamadas “fake news”. São publicações de áudio, texto ou imagem que não condizem com a realidade ou, às vezes, trazem um dado incorreto com a intenção de manipular um fato. Com a guerra não está sendo diferente.

Desde a semana passada, quando a Rússia invadiu cidades ucranianas perto da fronteira, incontáveis publicações sobre a guerra tomaram conta das redes sociais. Vídeos de supostos mísseis atingindo casas, cidadãos rezando em praças, mensagens de soldados antes da morte… As pessoas tendem a se interessar por esse tipo de conteúdo e, muitas vezes, acaba sendo vítima de uma fake news.

Leia também: a origem da tensão entre Rússia e Ucrânia

A busca por likes

A inclusão digital e a popularização das redes sociais transformou qualquer pessoa em uma fonte de informação e produtor de conteúdo. Por um lado, deu voz para quem não tinha. Por outro, abriu espaço para a desinformação. Em uma geração movida por curtidas e relevância nas redes sociais, não era surpresa esperar que páginas e pessoas sem qualquer conhecimento sobre geopolítica tentassem ganhar visibilidade em meio à guerra.

Um dos casos que chamou atenção foi do Choquei, que possui perfis em redes sociais onde faz publicações sobre pessoas famosas e reality shows. O seu perfil no Twitter viralizou após começar a cobrir a invasão russa com bastante sensacionalismo, publicando vídeos, imagens e informações sem nenhuma checagem. O “sucesso” do Choquei motivou outras páginas, dos mais variados assuntos, a fazer o mesmo em busca de likes.

A quantidade de conteúdo sobre a invasão russa fez até a imprensa cair em fake news, o que não pode acontecer. Várias emissoras divulgaram, por exemplo, um áudio de soldados ucranianos antes de serem mortos pela marinha russa. Apesar de o áudio ser verdadeiro, os ucranianos não morreram. Mais grave ainda foi a exibição de imagens de um jogo de videogame como se fossem da guerra.

Pessoas influentes nas redes sociais, mas sem qualquer formação ou experiência com geopolítica ou jornalismo, também opinaram sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Essas pessoas têm um alcance muito grande e podem influenciar outras com informações rasas ou, até mesmo, falsas. Quantidade de seguidores não significa, necessariamente, credibilidade e relevância.

Como filtrar as informações

A guerra entre Rússia e Ucrânia certamente estará presente nas provas de vestibular no final do ano e, com probabilidade menor, no Enem. É fundamental que o estudante busque informações em fontes com credibilidade, como grandes portais de notícias, professores de Relações Internacionais e especialistas em geopolítica.

Aqui no Brasil Escola, por exemplo, nossos professores estudaram muito para falar sobre o assunto. Escrevemos textos e gravamos vídeo. Entre os portais de notícias, destaco a cobertura da BBC, Folha de S.Paulo e G1. Nas emissoras de TV, a CNN Brasil está fazendo uma boa cobertura por meio de jornalistas estrangeiros da CNN Internacional.

Ao receber algum vídeo ou imagem sobre a guerra, verifique a fonte antes de compartilhá-la. Uma dica pesquisar a imagem no Google. Você também pode acessar sites de checagem e esclarecimento de fatos, como o UOL Confere, Agência Lupa e Aos Fatos.