Devo seguir a profissão dos meus pais?

Influência dos pais pode deixar o vestibulando em dúvida na hora de escolher a profissão
Por Lorraine Vilela Campos

Pais podem influenciar na escolha do curso superior do filho
Pais podem influenciar na escolha do curso superior do filho
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É ano de Vestibular e você ainda está inseguro sobre qual curso escolher? Saiba que os estudantes levam em consideração diversos fatores no momento da escolha de seu curso superior, entre as quais estão:

- Identificação com determinada área do conhecimento (como gostar mais de Exatas ou de Humanas);
- Ter vocação para cuidar das pessoas ou de animais;
- Desejo por uma profissão mais tradicional;
- Procura por uma profissão que oferece boa remuneração;
- Influência de amigos, professores, ídolos e pais.

Apesar dos diversos motivos existentes para se escolher um curso, a influência dos pais na escolha da profissão ainda é um dos fatores mais presentes na vida dos vestibulandos, seja daqueles que já têm em mente que carreira seguir ou dos que estão indecisos. 

Muitos pais desejam que os filhos sigam o exemplo deles, ingressando nos cursos que também fizeram. Tal insistência gera em alguns vestibulandos a dúvida de qual decisão tomar. De acordo com Ana Catarina Motta Ferreira, diretora da Aporé, empresa especializada em auxiliar jovens a descobrirem seus talentos, o estudante que está indeciso se segue ou não a profissão do pai ou da mãe, na verdade, não se conhece direito. As exceções são os casos em que a pressão dos pais é tão forte que o jovem pensa em desistir do seu sonho para agradá-los. 

A diretora ressalta que a vontade dos pais está ligada, geralmente, ao fator financeiro e ao mercado de trabalho. “Muitos pais possuem clínicas, empresas ou escritórios e querem que os filhos sigam a mesma profissão para trabalharem nos negócios da família” - comenta Ana Catarina. Assim, o filho já termina a faculdade com emprego garantido e uma certa estabilidade financeira.

Outro caso comum é a influência dos pais em profissões diferentes das suas, mas que são consideradas promissoras, como é o caso de Medicina e Engenharia. Na visão dos pais, algumas profissões são mais privilegiadas que outras, pois concedem maior prestígio social e remuneram melhor.

Ana Catarina relata também que muitos pais projetam seus sonhos nos filhos. Por exemplo, a mãe que sonhou em ser uma atriz famosa e quer que o filho(a) faça Artes Cênicas, o pai que sonhava em ser jogador de futebol, cardiologista, músico, jornalista, policial, etc. Nesses casos, a questão financeira não é o fator principal e, em muitos casos, os pais nem reconhecem que estão projetando seus sonhos nos filhos.

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Autoconhecimento

Se você está em dúvida sobre seguir ou não a carreira de seus pais, saiba que o primeiro passo a ser tomado é conhecer a si mesmo. Saber quais são suas habilidades e sonhos, assim como entender quais as disciplinas mais lhe agradam, são fatores importantes. Além disso, o estudante pode pesquisar sobre as profissões existentes e conhecer os prós e contras de cada uma, a grade curricular dos cursos e perfil exigido do profissional. 

Existem também consultorias profissionais que auxiliam o vestibulando nesse momento tão importante de sua vida. Cursos e reuniões, algumas com participação dos pais, podem ajudar o estudante a tomar conhecimento de suas qualidades e habilidades, medos e dúvidas.

Ana Catarina explica que, caso o vestibulando chegue a conclusão que não deseja seguir a profissão de seus pais, uma boa saída é procurar a ajuda de um familiar mais aberto ao diálogo, pois essa pessoa pode auxiliar o filho no diálogo e convencimento dos pais.

Se preparar para a conversa é importante. “O estudante deve pesquisar sobre o curso que escolheu, buscar dados sobre o mercado de trabalho e traçar planos para sua vida profissional” - afirma Ana Catarina. O objetivo é trazer confiança e tranquilidade para a família. 

A diretoria da Aporé também ressalta que os filhos não podem ver pai e mãe como inimigos, pois a escolha de um determinado curso ou carreira por parte da família representa o desejo pela felicidade do filho. “A pressão dos pais, na maioria dos casos, é resultado da preocupação com o futuro do filho” - finaliza Ana Catarina.

É importante que o vestibulando entenda que entrar em uma profissão exclusivamente pela vontade de outras pessoas, por mais que sejam os próprios pais, pode resultar em frustração e sofrimento. A conversa é sempre o melhor caminho para se chegar a um acordo. O autoconhecimento possibilita ao estudante uma melhor escolha no vestibular.