Estudantes brasileiros participarão de campeonato na NASA

Adolescentes de Goiânia desenvolveram aplicativo para combate à Febre Amarela
Em 27/04/2017 15h24 , atualizado em 27/04/2017 15h24 Por Lorraine Vilela Campos

Estudantes de Goiânia disputarão torneio internacional de robótica na NASA
Estudantes de Goiânia disputarão torneio internacional de robótica na NASA
Crédito da Imagem: José Paulo Lacerda / Sesi
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Estudantes goianos de 9 a 15 anos vão para a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), em julho. O motivo? Eles conquistaram recentemente o primeiro lugar na etapa nacional de um torneio de robótica e, como prêmio, foram convidados para participar da competição internacional nos Estados Unidos.

Os alunos do colégio Sesi Canaã, em Goiânia, fazem parte da equipe de robótica da escola, a Roboots, e desenvolveram no último ano o aplicativo gratuito “Sentinelas”, ferramenta utilizada para a conscientização sobre a Febre Amarela.

O aplicativo “Sentinelas” explica como é feito o contágio da Febre Amarela e, assim, desmistifica a figura dos macacos como transmissores diretos da doença. Muitos macacos são mortos por pessoas que acreditam que eles possam ser transmissores da Febre Amarela, o que não é verdade.

Ciência na Escola

Alunos como Magno Levi Albino Souza, de 14 anos, e Maria Eduarda Silva Caetano, de 15, são dois exemplos de que o gosto por projetos científicos e pela robótica podem começar cedo. Além do aplicativo Sentinelas, os adolescentes já estiveram em outras iniciativas científicas.

Os novos desafios dos adolescentes têm melhorado o desempenho de cada um nos estudos das demais disciplinas. “Por meio dos projetos percebi como a ciência está presente no nosso dia a dia”, ressalta Magno. Já Maria Eduarda passou a se interessar mais pelas áreas científica e tecnológica com a participação em competições. 

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Apesar de adolescentes, os colegas de equipe já pensam nas possibilidades profissionais. Magno pretende fazer o curso de Engenharia Elétrica, enquanto Maria Eduarda deseja seguir no ramo da Engenharia Ambiental, ambos estimulados pelo envolvimento com a iniciação científica. 

Para o professor José Nazaré Rodrigues Barros Junior, responsável pela equipe de robótica, o envolvimento dos adolescentes com a iniciação científica auxilia no entendimento e no desenvolvimento interdisciplinar, o que promove o interesse do aluno em conhecimentos adicionais.

Aplicativo

O aplicativo “Sentinelas” foi orientado pelo professor José Nazaré e desenvolvido por dez estudantes da equipe de robótica do colégio. A ideia surgiu após o estudo das zoonoses existes no Brasil, em especial os casos de Febre Amarela. 

Segundo o professor, o desenvolvimento do aplicativo levou seis meses, com uma dedicação de cinco horas diárias para a realização do projeto. Vendo a importância da iniciativa, os Centros de Zoonoses da região auxiliaram a equipe. 


 Aplicativo gratuito mostra as áreas de risco e dá orientações aos usuários

Após finalizado, o aplicativo passou a ser utilizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A ferramenta traz dados para a conscientização do usuário sobre os meios de transmissão da Febre Amarela, formas de imunização e outras informações sobre a doença.

Uma outra função do aplicativo é fotografar e localizar macacos mortos. As imagens são enviadas para o centro de zoonoses, que enviam uma equipe para examinar o animal e verificar se há indícios da doença. 

O aplicativo não é a primeira parceria com a Prefeitura de Goiânia. Em 2016, a equipe foi premiada pelo “Rótulo Inteligente”, projeto que sugeria que rótulos fossem identificados com a forma de descarte adequada para a embalagem, controlando o lixo e diminuindo a proliferação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela.