Temas de Português que mais caem no Enem

Alguns dos temas de Português que mais caem no Enem são: interpretação de texto, gêneros textuais, variação e modalidade linguística, funções de linguagem, coesão e coerência.

No Enem, as questões de Português fazem parte da prova de Linguagens, códigos e suas tecnologias. (Créditos: Gabriel Franco | Brasil Escola)

Os temas de Português que mais caem no Enem são interpretação de texto, gêneros textuais, variação e modalidade linguística, coesão e coerência, funções de linguagem e figuras de linguagem. Porém, em menor quantidade, são cobrados também temas de gramática, contexto e semântica, hipertexto, tipos textuais, intertextualidade, denotação e conotação.

Leia também: Quais são os conteúdos de Literatura que mais caem no Enem?

O que é cobrado de Português no Enem?

Analisamos as provas de Linguagens, códigos e suas tecnologias do Enem e descobrimos que os temas de Português que mais caem no Enem são, nesta ordem:

  • interpretação de texto;

  • gêneros textuais;

  • variação e modalidade linguística;

  • coesão e coerência;

  • funções de linguagem;

  • figuras de linguagem;

  • gramática;

  • contexto e semântica;

  • hipertexto;

  • tipos textuais;

  • intertextualidade;

  • denotação e conotação.

Sem sombra de dúvida, a interpretação de texto é o mais cobrado. No entanto, é preciso estudar conteúdos como coesão e coerência, gêneros textuais, funções de linguagem e tipos textuais, por exemplo. E, apesar de questões objetivas de gramática serem raras na prova de Linguagens, códigos e suas tecnologias, o conhecimento gramatical é importante para se perceber alguns elementos de coesão e coerência de um texto.

Veja também: Como fazer a interpretação de textos no Enem?

Dicas de Português para o Enem

  • Cultive o hábito da leitura, pois pessoas que leem com frequência desenvolvem a habilidade de interpretar textos.

  • No seu dia a dia de leitura e de estudos, preste atenção nas palavras novas que encontrar e busque seu significado em dicionários. Afinal, ter um léxico amplo vai facilitar seu entendimento do texto lido.

  • Busque as provas de Linguagens, códigos e suas tecnologias e faça o máximo de questões possível, de forma a ficar familiarizado(a) com o estilo do Enem.

  • É essencial o estudo dos tipos e gêneros textuais, das funções de linguagem e da intertextualidade, além dos elementos contextuais de um texto. Isso tudo é importante para auxiliar na leitura.

  • Estude a gramática normativa, pois ela é importante em processos de coesão e coerência. Além disso, eventuais questões gramaticais podem fazer parte da prova. Atenção especial para a sintaxe e a semântica.

Questões de Português do Enem

  • Questão 1

(Enem 2011)

A discussão sobre “o fim do livro de papel” com a chegada da mídia eletrônica me lembra a discussão idêntica sobre a obsolescência do folheto de cordel. Os folhetos talvez não existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso aconteça, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos continuarão sendo publicados e lidos — em CD-ROM, em livro eletrônico, em “chips quânticos”, sei lá o quê. O texto é uma espécie de alma imortal, capaz de reencarnar em corpos variados: página impressa, livro em Braille, folheto, “coffee-table book”, cópia manuscrita, arquivo PDF... Qualquer texto pode se reencarnar nesses (e em outros) formatos, não importa se é Moby Dick ou Viagem a São Saruê, se é Macbeth ou O livro de piadas de Casseta & Planeta.

TAVARES, B. Disponível em: http://jornaldaparaiba.globo.com.

Ao refletir sobre a possível extinção do livro impresso e o surgimento de outros suportes em via eletrônica, o cronista manifesta seu ponto de vista, defendendo que

A) o cordel é um dos gêneros textuais, por exemplo, que será extinto com o avanço da tecnologia.

B) o livro impresso permanecerá como objeto cultural veiculador de impressões e de valores culturais.

C) o surgimento da mídia eletrônica decretou o fim do prazer de se ler textos em livros e suportes impressos.

D) os textos continuarão vivos e passíveis de reprodução em novas tecnologias, mesmo que os livros desapareçam.

E) os livros impressos desaparecerão e, com eles, a possibilidade de se ler obras literárias dos mais diversos gêneros.

Resolução:

Alternativa D.

A questão exige a interpretação de uma crônica. Ao ler essa crônica, a leitora e o leitor devem perceber que ela defende que “os textos continuarão vivos e passíveis de reprodução em novas tecnologias, mesmo que os livros desapareçam”. Afinal, a crônica compara o texto a “uma espécie de alma imortal”, que pode “reencarnar” em diversos formatos.

  • Questão 2

(Enem 2013)

Os gráficos expõem dados estatísticos por meio de linguagem verbal e não verbal. No texto, o uso desse recurso

A) exemplifica o aumento da expectativa de vida da população.

B) explica o crescimento da confiança na instituição do casamento.

C) mostra que a população brasileira aumentou nos últimos cinco anos.

D) indica que as taxas de casamento e emprego cresceram na mesma proporção.

E) sintetiza o crescente número de casamentos e de ocupação no mercado de trabalho.

Resolução:

Alternativa E.

A questão exige interpretação de texto verbal e não verbal, além do conhecimento acerca do gênero textual gráfico. Diante das estatísticas, é perceptível que o gráfico “sintetiza o crescente número de casamentos e de ocupação no mercado de trabalho”, já que informa que o número de casamentos e de ocupação no mercado de trabalho aumentou entre a população acima de 60 anos.

  • Questão 3

(Enem 2016)

Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.

Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto

A) ressaltar a importância da intertextualidade.

B) propor leituras diferentes das previsíveis.

C) apresentar o ponto de vista da autora.

D) discorrer sobre o ato da leitura.

E) focar a participação do leitor.

Resolução:

Alternativa D.

A questão exige conhecimento acerca de função da linguagem. Particularmente, da função metalinguística. Essa função é aquela que faz com que um texto faça referência a si próprio. Assim, ao “discorrer sobre o ato da leitura”, o texto de Lajolo está falando sobre texto. Portanto, é autorreferencial. Do mesmo modo, é possível pensar que o texto fala sobre o ato da leitura, que é a ação que estamos realizando ao ler tal texto.

  • Questão 4

(Enem 2016)

Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor.

OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento).

A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois-pontos caracteriza uma operação textual realizada com a finalidade de

A) comparar elementos opostos.

B) relacionar informações gradativas.

C) intensificar um problema conceitual.

D) introduzir um argumento esclarecedor.

E) assinalar uma consequência hipotética.

Resolução:

Alternativa D.

A questão avalia conhecimentos acerca de mecanismos coesivos, além de um tema gramatical, ou seja, o uso de pontuação. Portanto, é necessário saber que os dois-pontos têm valor explicativo. Assim, eles são usados no texto para “introduzir um argumento esclarecedor” em relação ao que foi dito anteriormente.

  • Questão 5

(Enem 2019)

Slow Food

A favor da alimentação com prazer e da responsabilidade socioambiental, o slow food é um movimento que vai contra o ritmo acelerado de vida da maioria das pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza a rapidez e não a qualidade. Traduzido na alimentação, o fast-food está nos produtos artificiais, que, apesar de práticos, são péssimos à saúde: muito processados e muito distantes da sua natureza — como os lanches cheios de gorduras, os salgadinhos e biscoitos convencionais etc. etc.

Agora, vamos deixar de lado o fast e entender melhor o slow food. Segundo esse movimento, o alimento deve ser:

• bom: tão gostoso que merece ser saboreado com calma, fazendo de cada refeição uma pausa especial do dia;

• limpo: bom à saúde do consumidor e dos produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem os animais;

• justo: produzido com transparência e honestidade social e, de preferência, de produtores locais.

Deu pra ver que o slow food traz muita coisa interessante para o nosso dia a dia. Ele resgata valores tão importantes, mas que muitas vezes passam despercebidos. Não é à toa que ele já está contagiando o mundo todo, inclusive o nosso país.

Disponível em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017.

Algumas palavras funcionam como marcadores textuais, atuando na organização dos textos e fazendo-os progredir. No segundo parágrafo desse texto, o marcador “agora”

A) define o momento em que se realiza o fato descrito na frase.

B) sinaliza a mudança de foco no tema que se vinha discutindo.

C) promove uma comparação que se dá entre dois elementos do texto.

D) indica uma oposição que se verifica entre o trecho anterior e o seguinte.

E) delimita o resultado de uma ação que foi apresentada no trecho anterior.

Resolução:

Alternativa B.

A questão exige conhecimento acerca de mecanismos de coesão e de coerência. Ao utilizar o marcador “agora”, o enunciador do texto muda o foco, ou seja, passa do fast para o slow food.

  • Questão 6

(Enem 2021)

Falso moralista

Você condena o que a moçada anda fazendo
e não aceita o teatro de revista
arte moderna pra você não vale nada
e até vedete você diz não ser artista

Você se julga um tanto bom e até perfeito
Por qualquer coisa deita logo falação
Mas eu conheço bem o seu defeito
e não vou fazer segredo não

Você é visto toda sexta no Joá
e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar
Fim de semana você deixa a companheira
e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira

Segunda-feira chega na repartição
pede dispensa para ir ao oculista
e vai curar sua ressaca simplesmente
Você não passa de um falso moralista

NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo: Eldorado, 1979.

As letras de samba normalmente se caracterizam por apresentarem marcas informais do uso da língua. Nessa letra de Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas

A) “falação” e “pros bailes”.

B) “você” e “teatro de revista”.

C) “perfeito” e “Carnaval”.

D) “bebe bem” e “oculista”.

E) “curar” e “falso moralista”.

Resolução:

Alternativa A.

Essa questão exige conhecimento acerca de variação e modalidade linguística. É preciso saber que as expressões “falação” e “pros bailes” são informais e apresentam marcas da linguagem falada ou coloquial.

Fontes

Provas do Enem: 1998 a 2023.